Nutricionista Rita Lima
Nutricionista Rita Lima
04 Mai, 2020 - 11:05

Tipos e variedades de arroz: descubra o que mais aprecia

Nutricionista Rita Lima

O arroz é um dos alimentos mais consumidos um pouco por todo o mundo. Além do arroz branco, existem outras variedades muito interessantes.

Taças com diferentes variedades de arroz

O arroz é um alimento muito utilizado em todo o mundo, sendo Portugal um dos países que mais consome este alimento, com uma média de consumo de 15 kg/ano por pessoa.

Apesar das variedades mais conhecidas serem o carolino e o agulha, no mundo existem mais de 2000 variedades de arroz, embora as cultivadas sejam muitas menos.

A maior parte das variedades procede de duas espécies selvagens, uma asiática (Oryza sativa) que apareceu inicialmente nas montanhas dos Himalaias, e outra africana (Oryza glaberrima), originária do delta do rio Níger.

Tipos de grão de arroz

Tipos de grão de arroz

Atendendo ao tamanho do grão, o arroz pode dividir-se em diferentes tipos: de grão longo, médio e curto ou redondo.

1.

Grão longo

O grão longo tem um comprimento superior a 6 mm, é muito seco, e permanece solto depois de frio, sendo muitas vezes utilizado como ingrediente para saladas.

  • Encontram-se neste grupo os aromáticos Basmati da Índia e do Paquistão e o tailandês, com o seu característico aroma de jasmim; o Ferranini da Itália e o Bond americano, entre outros.
2.

Grão médio

Mede entre 5 e 6 milímetros e apresenta-se mais curto e arredondado que o arroz de grão longo. O seu sabor é mais suave e tem uma textura mais macia.

  • De entre os tipos de arroz de grão médio, destacam-se o Arborio, enquanto os espanhóis Júcar, Baía ou o arroz Bomba se encontram no grupo de grão curto.
3.

Grão curto ou redondo

O grão curto ou redondo é quase tão comprido quanto largo (aproximadamente 4-5 milímetros de comprimento e 2,5 milímetros de espessura).

  • Uma variedade de grão curto é o arroz glutinoso, que contém uma elevada percentagem de amido e cujos grãos ficam colados após a cozedura. Emprega-se frequentemente para preparar risottos.
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Variedades de arroz

Taças de vidro com diferentes variedades de arroz

Relativamente às variedades existentes, as principais são:

1. Branco / agulha

De grão alongado, é a versão mais consumida, pois é a mais económica e mais fácil de encontrar. No entanto, não é a mais nutritiva, pois é retirado ao cereal a casca e o farelo, onde está a maioria da fibra, vitaminas e minerais. Quando é cozinhado, os grãos tendem a permanecer separados.

2. Integral

O arroz integral conserva a maior parte da cutícula que cobre o grão, o que lhe proporciona um certo tom castanho. Tem um teor em fibra, vitaminas e minerais superior ao das outras variedades.

Para ter uma ideia, a versão integral contém três vezes mais fibra do que o branco, cinco vezes mais vitaminas e quatro vezes mais magnésio.

No momento de confecionar o arroz integral, é importante saber que este demora mais tempo para ficar cozido, e que precisa de mais água para ficar com uma consistência ideal. Deve-se utilizar o mesmo número de chávenas de água e de arroz, e esperar pelo menos duas vezes mais tempo até que esteja pronto.

3. Basmati

Bastante conhecido devido ao seu aroma, a diferença do basmati em relação ao corrente é o seu paladarmais forte e a sua capacidade de reter água durante a preparação/confeção sem que os grãos fiquem colados uns aos outros.

Como já tem um sabor e aroma bastante característico, esta variedade de arroz dispensa a adição de temperos/condimentos durante a confeção/preparação.

À semelhança da versão integral, é também rico em fibra e tem baixo índice glicémico, sendo o seu sabor mais agradável uma vantagem face à versão integral.

Esta variedade apresenta grãos mais longos, sendo mais caro que o tradicional.

4. Vaporizado

Apresenta um valor nutricional e uma cor semelhante ao arroz integral, embora se torne branco quando é cozinhado.

Com efeito, devido ao tratamento térmico (água a ferver) que é aplicado ao cereal – que consiste em cozinhar parcialmente os grãos de arroz com casca –, parte das vitaminas e dos sais minerais passam da casca para o interior do grão, aumentando desta forma o valor nutricional e concentrando uma maior quantidade de vitaminas do complexo B nos grãos de arroz (fica com um valor nutricional semelhante ao arroz integral).

Uma vez que já que não tem casca, este tipo de arroz segue o mesmo padrão de preparação e confeção do branco (agulha ou extra-longo).

5. Vermelho

De procedência asiática, é assim chamado porque os grãos apresentam uma camada de farelo vermelho.

O arroz vermelho é rico em monocolina, uma substância que pode ajudar a diminuir os valores de colesterol LDL (o mau colesterol) no sangue. Além disso, pode facilitar a circulação sanguínea, a digestão e a função intestinal.

Apresenta também três vezes mais ferro e duas vezes mais zinco que o arroz tradicional.

A confeção/preparação pode ser feita da mesma forma que o branco (agulha ou extra-longo).

6. Preto

Também de origem asiática, esta variedade é ainda pouco consumida em Portugal.

No entanto, contém 20% a mais de proteína e 30% a mais de fibras em relação ao integral, assim como um elevado teor de ferro, menos gordura e menos calorias.

Esta variedade cultiva-se na China, na Indonésia e na Tailândia e caracteriza-se pela sua delgada camada de farelo preto que encerra um grão branco.

Informação nutricional do arroz

Mullher a cozinhar arroz para o almoço

O arroz é um alimento composto, maioritariamente, por hidratos de carbono. 100 g de arroz branco cozido fornecem cerca de:

  • Energia: 129 calorias
  • Lípidos: 0,28 g
  • Hidratos de carbono: 27,9 g
  • Proteína: 2,66 g

Relativamente a micronutrientes, é uma fonte abundante de vitaminas do complexo B, além de minerais como magnésio, potássio, fósforo, e ainda fibra (na sua versão integral).

Por último, importa ainda ressalvar que este cereal não contém glúten, o que o torna apto para doentes celíacos.

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E afinal, qual o melhor arroz?

Sendo um cereal, optar pela versão integral é sempre melhor, porque é mais rica em fibra, vitaminas e minerais, e tem um índice glicémico mais baixo, o que promove uma libertação gradual de energia e uma sensação de saciedade mais duradoura.

Além disso, a versão integral é a que aporta menor valor energético e como não tem um impacto tão abrupto na libertação de insulina, os hidratos de carbono não se vão transformar em gordura tão facilmente.

No entanto, e uma vez que a versão basmati também aporta estas vantagens com melhor sabor, parece ser mais interessante, compilando o melhor dos dois mundos.

Por último, não deixa de ser interessante salientar o vermelho para quem sofre de colesterol elevado, devido à sua capacidade de bloquear a produção endógena do mesmo.

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