Isabel Coimbra
Isabel Coimbra
20 Out, 2016 - 15:52

Crónica #21: habemus mau feitio

Isabel Coimbra

Algum dia tinha que acontecer, está instalado o caos aqui dentro e eu tenho umas coisas a dizer. Isto é serviço público, pessoas!

Crónica #21: habemus mau feitio

Ora bem, de acordo com todos os livros, artigos online, fóruns, conversas de bar e os relatos de mulheres e homens um pouco por todo o mundo… o primeiro trimestre é o mais difícil. É a avalanche de hormonas a fazer das suas, os enjoos e a azia que não ajudam, a falta de paciência, o sono incapacitante e as grávidas tornam-se pequenos monstros irascíveis. 

Cá em casa, isso não aconteceu. Tudo tranquilo, na paz, sorridente, feliz e saltitante – ainda que pouco deslumbrada. Mas, depois, chegou o final do mês de agosto, as últimas semanas do segundo trimestre, o início da reta final da gravidez a espreitar e, plamordedeus!, desapareçam-me todos da frente! Ninguém fala, ninguém respira. Sumam-se. Escafedam-se! Puf! É mais ou menos assim que a coisa está.

Não sei bem se foi o meu estado descontraído das primeiras semanas que deu mais espaço às pessoas para expressarem os seus sentimentos e opiniões ou se está tudo exatamente igual mas o meu pavio é que está curto. Curtíssimo. O mais certo é que seja esta última. Portanto, esta publicação é uma espécie de alerta ao mundo: não me consumam, pela vossa saúdinha.

Ok, admito que o mundo não esteja nem aí para mim, por isso, se calhar, vou direcionar um pouco e escrevo diretamente para aquele mocinho jeitoso com quem me casei que vive lá em casa: não me contraries, está bom? É preto e eu digo que é amarelo? Que importa isso? O peixe veio só arranjado quando devia ser escalado e eu estou aqui que parto a cozinha toda? Anda cá e parte um copo contra a parede. Alguém me disse que estou tola por querer não sei o quê? Não desvalorizes e junta-te nos insultos. 

Mais coisa menos coisa, é isto que se espera de um marido, namorado, amante, companheiro (escolham o termo que mais vos agradar, sim?) durante toda a vida e a missão ganha ainda mais importância quando se tem uma pessoa na barriga. Simples.


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