Isabel Coimbra
Isabel Coimbra
20 Out, 2016 - 15:50

Crónica #13: como assim não sou imune?

Isabel Coimbra

Dois anos convencida que sou imune à toxoplasmose, as primeiras semanas de gravidez sem grandes cuidados e afinal… havia outro resultado.

Crónica #13: como assim não sou imune?

Se esquecer que precisei de recorrer a tratamentos de fertilidade para engravidar, esta gravidez tem sido muito tranquila. Não há enjoos, nem azia, nem mau feito (incrível, né?), dorme-se bem, nem perdas de sangue ou dor abdominal. Uma sortuda. Tão sortuda que até sou imune à toxoplasmose e posso comer tudo o que me apetecer. Só que não. Como diz?

Pois bem, lá longe, em 2014, quando comecei esta caminhada, marquei uma consulta com a minha ginecologista e fiz todos os exames pré-natais que são necessários. São analisados vários aspectos mas, na verdade, tudo se resume a uma análise de sangue. Entre eles está a toxoplasmose, uma doença provocada por um parasita que reside no intestino dos gatos infetados. Tenho gatos há vários anos, por isso, achei que seria imune. A minha ginecologista verificou os resultados e confirmou: imune.

Não ser imune à toxoplasmose é uma grande seca. Nada de comer produtos de charcutaria (fiambre, alheiras, chouriço, etc.), nem carne mal passada, ovos crus, sushi (!), a fruta e os legumes que possam estar em contacto com o chão têm que ser muito bem lavados e desinfetados com vinagre, limão ou outros produtos para desinfeção de alimentos, é preciso mudar a areia dos gatos diariamente (aqui em casa facilita-se imenso!)… enfim! uma tremenda seca.

Apesar de ser imune, fui tendo alguns cuidados mínimos, ainda assim, comi carne mal passada, comi salmão fumado, comi salada sem cuidados de maior, comi camarões mal passados e fartei-me de comer fiambre de peru fumado. Até que chegamos a junho e, como é da praxe, repeti as análises (passo a vida a tirar sangue!). Olha que giro, afinal não sou imune à toxoplasmose. Como é que isto aconteceu? Não faço a mais pálida ideia. A médica enganou-se? Disse uma coisa quando queria dizer outra? Fui eu que percebi mal? Esta última é muito possível.

Agora é mais do mesmo: acreditar que está tudo bem e redobrar os cuidados. A minha avó não teve cuidados nenhuns, nem a minha mãe, nem a minha e muitas das minhas amigas com filhos mais ou menos pequenos também nunca foram alertadas para o risco da toxoplasmose. Estão todos cá. Lá para o próximo ano posso desforrar-me.


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