Camila Farinhas
Camila Farinhas
06 Fev, 2024 - 16:15

Otite: as principais causas e como deve tratar

Camila Farinhas

A otite é uma infeção do ouvido que causa muita dor e desconforto. Mas qual é a sua causa? Será que é possível preveni-la?

Menino com sintomas de otite

Se já teve otite, com certeza que se recorda do incómodo e desconforto sentido. Esta doença é mais frequente nos meses frios, podendo afetar adultos e crianças.

Nos mais novos é muito comum, devido ao sistema imunitário imaturo ou ao desenvolvimento anatómico do ouvido. Com os meses mais frios, é fundamental prevenir-se.

O que é a otite e que tipos existem?

A otite é uma infeção viral ou bacteriana do ouvido que afeta adultos, mas sobretudo crianças. Conheça os tipos mais comuns.

  • Otite média aguda: é mais frequente em crianças e surge devido à inflamação do ouvido médio. Está associada à obstrução nasal ou corrimento excessivo de muco devido a gripes ou constipações.
  • Otite externa: muito associada à entrada de água no canal auditivo, seja por mergulhos no mar ou piscina. Pode também ser resultado de eczema do canal auditivo externo.

4 principais causas da otite

  1. Infeção respiratória superior: constipações, gripes ou alergias fazem com que exista uma maior produção de muco nos seios nasais. Por consequência, há libertação de líquido para as trompas de Eustáquio. Estas têm como função ligar o ouvido médio à região posterior da garganta, regular a pressão do ouvido e drenar as secreções. A ocorrência de uma infeção respiratória, pode bloquear a sua função e levar a um acumulo de líquidos no ouvido médio, desencadeando uma otite.
  2. Anatomia: nas crianças, as trompas de Eustáquio são mais horizontais do que nos adultos, o que naturalmente leva a um acumulo de líquido e aumentando o risco de otite. Também os adenóides e as amígdalas podem acumular bactérias e desencadear a inflamação do ouvido médio.
  3. Tabagismo
  4. Alterações na pressão do ar (frequente nas viagens de avião)

Fatores de risco

Grande plano de ouvido de bebé
A frequência de otites nas crianças é bastante elevada
  1. Idade: a otite é mais frequente em crianças, sobretudo entre os 6 meses e os 3 anos de idade. No entanto, crianças mais velhas podem também ter otites com frequência devido à formação do sistema imunitário e formação do ouvido, nomeadamente das trompas de Eustáquio.
  2. Contacto social: crianças que frequentem creches ou amas, e que estão em contacto com outras crianças, ficam naturalmente mais expostas a doenças de fácil contágio.
  3. Sazonalidade: as otites podem muitas vezes vir acompanhadas de gripes e constipações, o que naturalmente é mais frequente nos meses frios do ano.
  4. Fatores ambientais: a má qualidade do ar, ou a exposição a ambientes de fumo de tabaco ou poluição, contribui para o risco de desenvolver otite.
  5. Alimentação e uso de chupeta: sabe-se que os bebés alimentados a biberão em posição deitada, tem maior probabilidade de desenvolver otite devido à migração de fluidos para o ouvido médio. O uso de chupeta também é referido como fator de risco para a ocorrência de otite.

Sintomas da otite

  • Dor no ouvido
  • Pressão
  • Saída de líquido do ouvido
  • Diminuição da audição ou ouvido “tapado”
  • Febre
  • Náuseas
  • Dor de cabeça
  • Falta de apetite

Nas crianças, estes sintomas podem fazer-se acompanhar de choro frequente e dificuldade em dormir.

Diagnóstico

Otorrino a analisar ouvido de paciente

O diagnóstico de otite é feito com base nos sintomas do doente e observação do ouvido através de um aparelho chamado otoscópio.

Este instrumento possui uma luz na extremidade que torna possível visualizar o canal auditivo e o tímpano.  

Tratamento da otite

O tratamento da otite varia de acordo com o quadro clínico apresentado, idade e estado do doente.

Podem ser prescritos anti-inflamatórios, gotas auriculares, descongestionantes nasais, antibióticos (como a amoxicilina) ou, em casos mais graves, ser necessário recorrer a cirurgia.

Como prevenir a otite?

  • Vacinação (a vacina da gripe, pneumocócica e da meningite podem ser aconselhadas);
  • Lavar frequentemente as mãos e evitar (quando possível) a partilha de objetos.
  • Não expor o bebé ou criança ao fumo do tabaco;
  • Evitar o contacto com outras crianças doentes;
  • Alimentar o bebé sentado e nunca deitado;
  • Evitar o uso de cotonetes
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