Share the post "Café expresso e café solúvel: as principais diferenças que deve conhecer"
O café é uma das bebidas mais populares e apreciadas em todo o mundo. Curto, longo, expresso ou solúvel, há variedades para todos os gostos.
Entre café expresso e café solúvel, existem algumas diferenças em termos nutricionais que deve conhecer, de forma a fazer escolhas mais informadas.
Café expresso e café solúvel: qual escolher?
Uma das principais dúvidas que se coloca quanto ao consumo de café é se deve preferir o café expresso ou solúvel. Será que existem diferenças nutricionais relevantes?
Café expresso

Muito apreciado em Portugal, o café expresso é feito a partir de uma moagem muito fina e tem um sabor e aroma fortes e característicos. A bebida é tirada à pressão através de uma máquina de pressão com água quente.
Café solúvel

O café solúvel é uma alternativa de café instantâneo que pode fazer em casa em poucos minutos. O café solúvel é feito a partir de extrato de grãos de café moídos, os quais são posteriormente dissolvidos em água quente.
Quanto ao aroma e ao sabor, são mais variáveis do que no expresso, dependendo da quantidade de pó e água utilizados. No entanto, por norma, tanto o aroma como o sabor mais intensos e a coloração é também mais forte do que no expresso.
Café expresso e café solúvel: composição nutricional
Cafeína
No que toca aos níveis de cafeína, o café solúvel contém, por norma, um pouco menos cafeína do que o expresso, o que resulta num menor potencial dos benefícios deste composto. Uma colher de chá de café solúvel tem 30 a 90mg de cafeína, enquanto a mesma dose de café expresso possui 70 a 140mg (1).
Por este motivo, o café solúvel pode ser uma melhor escolha para quem queira ingerir menos cafeína, a qual pode, no entanto, variar com o teor de água adicionado.

Antioxidantes
A nível de teor de antioxidantes e compostos bioativos, as diferenças entre os dois tipos de café não são muito significativas.
No entanto, existem estudos que demonstram que o café solúvel possui maior teor destes compostos do que o expresso, apesar de, a nível de impacto na saúde, essa diferença não apresentar grande relevância clínica (2).
Acrilamida
A acrilamida é uma substância química nociva, presente nos grãos de café torrados, que quando ingerida em doses elevadas pode induzir alterações no sistema nervoso central e potenciar o cancro.
O café solúvel contém cerca do dobro de acrilamida do que o expresso. No entanto, como estamos perante quantidades muito reduzidas, esta diferença apenas se torna relevante para ingestões exageradas de café. Logo, um consumo regular de café solúvel não apresenta risco acrescido significativo para a saúde (3).
Vantagens nutricionais para a saúde

Independentemente da espécie de café, este alimento apresenta cerca de 2000 compostos bioativos com benefícos para a saúde, o mais explorado dos quais, a cafeína.
A principal função deste composto é estimular e melhorar o desempenho cognitivo e do sistema nervoso central, aumentando a produtividade, concentração e rapidez de raciocínio dos indivíduos.
Além disso, fornece ainda antioxidantes, compostos que, quando incluídos num regime alimentar e estilo de vida saudável podem ajudar na prevenção de algumas doenças, entre as quais cancro e doenças neuro degenerativas (4).
Destacam-se ainda vitaminas do complexo B (em particular a niacina), hidratos de carbono, potássio, magnésio e fosforo (5).
Todavia, importa ressalvar que o café deve ser consumido de forma moderada (a dose aconselhada são 2 a 3 cafés por dia para indivíduos saudáveis), sob pena de, em excesso, a cafeína exercer efeitos negativos na saúde, em particular aumento da pressão arterial (4, 5).
UM POUCO MAIS SOBRE CAFÉ
A origem do café remonta à Etiópia, sendo proveniente da planta Coffea rubiaceae.
Apesar de existirem muitas espécies desta planta, as duas mais exploradas e com maior impacto comercial são a Coffea arabica (café Arábica) e Coffea canephora (café Robusta).
A primeira, origina o café arábica, uma variedade com sabor suave e aromático, cuja produção mundial representa 70 % do café comercializado, sendo cultivado na América, Quénia e Índia.
Já a espécie C. canephora dá origem à variedade de café robusta, um café típico do sudeste asiático e Brasil. Esta espécie representa 30 % do mercado mundial e possui um sabor mais amargo e com mais 50 % de cafeína do que o café arábica (5).
Concluindo
Posto isto, importa salientar que o consumo de café, expresso ou solúvel, está associado a potenciais benefícios para a saúde, desde que consumido dentro das doses recomendadas (2 a 3 cafés por dia), idealmente durante os períodos da manhã ou início da tarde (5).
A nível de diferenças entre café expresso e café solúvel elas existem, em particular nas características organoléticas, teor de cafeína, antioxidantes e acrilamida, mas não apresentam relevância significativa para doses de consumo regulares e dentro dos limites estabelecidos.
- Iziar A Ludwig et al, 2014. “Variations in caffeine and chlorogenic acid contents of coffees: what are we drinking?” Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/25014672/
- Tena Niseteo et al, 2012. “Bioactive composition and antioxidant potential of different commonly consumed coffee brews affected by their preparation technique and milk addition”. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/23442632/
- Hanna Mojska, 2013. “Studies of acrylamide level in coffee and coffee substitutes: influence of raw material and manufacturing conditions”. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/24325083/
- Café e Saúde, 2012. ” Os benefícios do café”. Disponível em: http://cafeesaude.com/wp-content/uploads/2012/01/Booklet-002.pdf
- Associação Portuguesa de Nutrição, 2016. “5 Questões sobre o café”. https://www.apn.org.pt/documentos/guias/5_questoes_sobre_o_cafe_Final_1.pdf