Muita gente quando pensa em gatos e crianças acha impossível que possam conviver no mesmo ambiente, sem qualquer problema, tanto para o gato como para a criança. No entanto, é possível sim ambos conviverem e serem bons amigos, desde que tomadas algumas precauções.
Gatos e crianças: cuidados de saúde a ter
Muitos pais têm receio de que se o gato conviver com o bebé ou criança estará a colocar em risco a saúde do filho. É natural que haja esse receio pois as crianças são mais suscetíveis a doenças e problemas.
Há doenças que podem ser transmitidas entre pessoas e animais (zoonoses), portanto o teor da preocupação é válido. No entanto, este contágio pode ser evitado caso sejam tomadas algumas medidas.
Deve informar-se com o seu médico veterinário acerca das zoonoses e dos cuidados que poderá ter em relação ao seu gato, caso tenha crianças em casa.
1. Desparasitação interna

Os parasitas internos, mais vulgarmente conhecidos como lombrigas, podem ser transmitidos entre pessoas e animais. Como as crianças se descuidam muitas vezes em colocar a mão na boca e estão em contato frequente com o animal, é de extrema importância que o seu gato seja desparasitado com regularidade.
Por norma, em idade adulta, a partir dos 6 meses de idade dos gatos, é recomendado que sejam desparasitados com períodos entre 3 a 4 meses. No entanto, deve falar com o seu médico veterinário acerca da sua preocupação com as crianças que com ele convivem, e este fará um plano de desparasitação adequado à situação.
2. Desparasitação externa

As pulgas e as carraças também podem ser transmitidas entre pessoas e animais. Estes parasitas podem transmitir doenças graves que colocam em risco a saúde do seu filho.
Desta forma, deve ter cuidado redobrado com a desparasitação externa do seu gato. Deve, mais uma vez, conversar com o seu médico veterinário acerca do produto mais adequado para o animal, que garanta a maior eficácia.
É importante também verificar qual a regularidade com que deve colocar o produto. Há produtos que devem ser colocados mensalmente, outros de 3 em 3 meses, semestralmente ou de 8 em 8 meses, portanto, deve garantir que está a colocar o produto com a regularidade indicada para que o efeito seja maior.
3. Vacinação

As vacinas dos gatos não protegem contra nenhuma zoonose. No entanto, se o gato estiver doente, irá ficar imunodeprimido e desta forma ficará mais suscetível a ser contagiado com outras doenças que se podem transmitir às crianças.
Assim, deve sempre garantir que está a cumprir o plano de vacinação indicado para o seu gato.
4. Check up regular

Existem várias doenças que podem ser transmitidas do gato à criança. Algumas podem ser prevenidas outras não. Assim, se tem crianças em casa deve procurar fazer check ups regulares com o seu gato ao médico veterinário.
Existem por exemplo doenças de pele provocadas por fungos ou ácaros que podem ser transmitidas às pessoas, especialmente crianças, pois o seu sistema imunitário ainda é frágil.
Para além do check up regular onde o seu médico veterinário irá observar se está tudo bem em termos de saúde do gato, deve também estar atento a qualquer sintoma anormal no animal, como por exemplo:
- Falhas de pêlo;
- Vómitos;
- Diarreia;
- Prurido (comichão);
- Alterações comportamentais.
Se o seu gato demonstrar algum destes sintomas ou outros anormais que não estejam mencionados acima, deve levá-lo logo que possível a uma consulta pois pode ser sinal de que algo não está bem.
Quanto mais cedo o seu gato for diagnosticado, mais rápido será tratado e a menos riscos de saúde a criança estará exposta.
5. Unhas do gato

Especialmente quando existem crianças em casa, as unhas do gato devem ser cortadas com regularidade para evitar algum acidente.
Mesmo gatos muito dóceis e amigáveis, e ainda que os gatos e crianças se dêem bem, ao brincar podem arranhar mesmo sem intenção de magoar.
Cortar as unhas nem sempre é fácil, muitas vezes porque os gatos não permitem e também porque é preciso alguma técnica. Deve pedir a um profissional que lhe ensine a técnica e só deve fazê-lo em casa se se sentir seguro, pois corre o risco de magoar o seu gato.
É importante também começar a habituar o gato desde pequeno a permitir que lhe corte as unhas.
Gatos e crianças: chegada de uma criança a uma casa com gatos

Os gatos são animais muito dados a rotinas, e qualquer alteração pode desencadear stress. O objetivo é começar a habituar meses antes, gradualmente, o seu gato a novas rotinas.
1. Rotinas
É importante manter os mesmos horários de refeições, tempo de brincadeiras, escovagem, mudança da caixa de areia, entre outras coisas. Desta forma, se acha que não irá conseguir manter estas rotinas, o ideal é começar alguns meses antes a habituar à nova rotina, gradualmente, sem que o gato sinta a diferença.
Se puder, comece a habituar o seu gato a crianças pequenas, para que não seja uma surpresa quando conhecer o seu filho.
2. Contacto entre gatos e crianças
O ideal, depois do bebé chegar a casa é que comece a apresentá-lo ao seu gato aos poucos e sempre com vigilância. Uma vez que o bebé só estará em contacto com o gato quando estiver por perto, deverá habitar o gato de que não poderá ir para o quarto ou local onde o bebé e o seu berço irão ficar. Desta forma, quando o bebé chegar e impedir o gato de ir para esse local ele já não achará estranho.
Essencialmente, é um jogo de paciência que deve começar o mais cedo possível a ser trabalhado. Quando o bebé for mais crescido, para além da vigilância incidir sobre o gato também irá incidir sob a criança. Deve ensinar a lidar com o gato de uma forma meiga, sem o assustar ou magoar, sob risco de o gato se sentir assustado e ameaçado e desenvolver comportamentos agressivos com a criança.
É importante estar atento a sinais de stress e agressividade do gato como unhas de fora, tentar fugir e algumas vocalizações. Estes são sinais de que o gato está stressado e quer ir embora. Deve deixar o gato sair e não o pressionar.
Nunca em nenhuma circunstância deve castigar o seu gato, muito menos em frente à criança. Esta pode imitar o seu comportamento, pois é um hábito comum nas crianças, e magoar o gato, causando ainda mais medo e dificultando a sua relação.
Conclusão…
Os gatos e as crianças podem e devem ter uma boa relação. Não é por ter um novo membro da família que deve ou tem que descartar o outro.
Os gatos e as crianças podem conviver e ser bons amigos desde que haja paciência, cuidados com a saúde do animal e que a criança saiba respeitar o espaço do gato.
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