Catarina Milheiro
Catarina Milheiro
13 Jul, 2023 - 20:19

Conheça as três fases da adolescência

Catarina Milheiro

Aprender a lidar com as fases da adolescência pode parecer um autêntico desafio. Fique a par das características e saiba como lidar.

Se tem filhos, afilhados ou enteados que acompanhe com frequência o seu crescimento e desenvolvimento, sabe que pode estar perante enormes desafios. Passada a infância, as fases da adolescência parecem constituir etapas de descobertas e aprendizagens que, muitas vezes, não estão necessariamente associadas somente a experiências positivas.

As dificuldades na escola, a rebeldia, os transtornos alimentares, o bullying e a sexualidade são apenas algumas das questões que os mais pequenos que se encontram nesta fase, acabam por se debater.

Por isso mesmo, é importante compreender de forma clara o que é a adolescência, que fases existem e o que podemos fazer para ajudar os jovens a ganharem confiança. Fique connosco e saiba tudo.

As 3 fases da adolescência e as suas características

Já parou para refletir sobre como foi a sua adolescência? Estamos certos de que foi marcada por momentos bons e maus e de que as lembranças são várias. Afinal, esta é a fase em que os jovens se sentem aos altos e baixos já que estão a transitar da infância para a vida adulta.

Por norma, este é um período de muitos desafios que é marcado por diversos momentos: as chamadas fases da adolescência. E a verdade é que os pais de adolescentes sabem perfeitamente o quão desafiante pode ser a chegada deste momento.

Se por um lado pode ser um período complicado para os mais jovens que não sabem lidar com aquilo que sentem diariamente, por outro, para os pais pode ser difícil observar as crianças que eles conheciam a transformarem-se em novas pessoas, com atitudes e gostos distintos.

1.

Pré-adolescência ou adolescência precoce (dos 10 aos 13 anos)

Esta é a fase de transição que acontece entre a infância e a adolescência. Quando a criança ou jovem passa por esta fase saiba que entre as mudanças físicas, está o início da puberdade e o desenvolvimento dos órgãos sexuais.

Para além disto, a fase da adolescência precoce também é bastante marcada pelo desenvolvimento da mente. Ou seja, é precisamente ao longo desta fase que o jovem começa então a ganhar consciência das suas fraquezas e limitações, acabando por apresentar um grande desequilíbrio nas emoções.

2.

Adolescência média (entre os 14 e os 16 anos)

É na fase da adolescência média que as mudanças corporais se começam a consolidar. No entanto, as alterações psicológicas são as que acabam por ter um peso maior nesta fase.

A timidez e introversão são muito comuns e fazem parte da descoberta consciente da própria intimidade. Por isso já sabe, se reparar que o seu filho está mais envergonhado e que não fica confortável quando pretende conversar sobre alguns assuntos, é natural da idade e da fase em que está.

Entre os 14 e os 16 anos, pode surgir ainda a necessidade de amar e, por norma, começam os “desgostos amorosos”. O ideal é não desvalorizar e demonstrar que quer fazer parte da vida dos seus filhos a fim de os ajudar e dar algum apoio neste sentido.

Além disto, podem também acontecer situações frustrantes que levem a comportamentos negativos como o inconformismo e a agressividade. Nestes casos, é crucial ter uma conversa aberta com o seu filho e tentar compreender os motivos que poderão estar por trás.

3.

Adolescência tardia (acima dos 17 anos)

A partir dos 17 anos as transformações no corpo já estabilizaram e as mudanças físicas acabam por ser bastante ténues. É nesta fase que o adolescente transita para a vida adulta e é quando começa a tomar decisões para a sua vida de “crescido”.

No fundo, a fase da adolescência tardia traz pensamentos profundos relacionados com o futuro de cada jovem, assim como as projeções e ideias que tem para si. Existe um enorme progresso na superação da timidez e o jovem tem tendência a preferir relações mais duradouras e profundas.

Alguns comportamentos de risco ao longo destas fases

Como as mudanças psicológicas, físicas e sociais são tamanhas ao longo da adolescência, podem surgir alguns comportamentos de risco para os quais devemos estar atentos. Assim, os problemas mais comuns são:

  • Fobia social;
  • Anorexia;
  • Depressão;
  • Bulimia;
  • Ansiedade;
  • Distimia;
  • Alcoolismo;
  • Toxicodependência;
  • Perturbações de conduta como agressividade, por exemplo;
  • Transtorno no Deficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH).

4 dicas para lidar com os adolescentes em fases mais complicadas

1.

Converse sobre sexualidade

Nesta fase dá-se uma transformação que interfere bastante na maneira como o adolescente se vê e vê os outros. Com isto, há um tema que ganha relevância: a sexualidade.

Por isso mesmo, é importante conversar com o seu filho a fim de o colocar confortável em relação ao tema e saber que pode contar consigo para tirar todas as dúvidas. Sabemos que para alguns pais pode ser constrangedor, mas falar sobre a sexualidade abertamente fará toda a diferença na vida do seu filho.

2.

Seja transparente a comunicar

Muitas vezes exigimos do adolescente muito mais do que aquilo que ele consegue fazer ou compreende. E apesar de sabermos que muitos se comportam como se conseguissem fazer e dizer tudo, a verdade é que estão somente a tentar afirmar-se e nós adultos, não nos podemos esquecer desse aspeto.

Assim, a comunicação deve ser clara para que não restem dúvidas e para que o jovem se sinta devidamente esclarecido e à vontade.

3.

Evite fazer julgamentos

Na relação com adolescentes, os julgamentos não parecem funcionar como uma boa estratégia. Aliás, na maioria das vezes, acabam por resultar em problemas entre pais e filhos.

Recordamos que os jovens estão numa fase em que questionam tudo e a experimentar a vida. Por isso, não vão conseguir conversar com alguém que julga constantemente os seus comportamentos, pensamentos e atitudes.

4.

Dê liberdade ao adolescente para se descobrir

Esta questão é deveras importante: dar a liberdade necessária ao jovem adolescente para se possa descobrir sem qualquer tipo de expectativas.

Deixe o seu filho descobrir a sua identidade, explorar a curiosidade e definir quem pretende ser. Esta pode ser a parte mais difícil para os pais. No entanto, é importante acompanhar os filhos, mas sem interferir muito neste processo.

A adolescência não é uma etapa fácil, nem para os mais pequenos nem para os pais que lidam com as mudanças diariamente. Contudo, pode e deve ser ultrapassada com seriedade por parte da família.

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