Psicóloga Ana Graça
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14 Jun, 2023 - 11:15

Esgotamento mental: como agir quando a mente começa a ceder?

Psicóloga Ana Graça

A fadiga física pode sinalizar um estado de esgotamento mental. Quando as tarefas/demandas se acumulam, há que parar e descansar.

Mulher com sintomas de esgotamento mental

Muitas vezes, ouvimos as expressões esgotamento mental, esgotamento nervoso ou esgotamento emocional. Mas afinal, a que estado se referem essas expressões? Será que requerem ajuda especializada?

Vamos compreender este tema.

Esgotamento mental: quando a mente começa a ceder

O termo esgotamento mental é bastante inespecífico e, por si só, não basta para caraterizar qualquer alteração ao nível da saúde mental. Habitualmente é empregado para descrever uma fase de perda de resistência, grande desgaste e exaustão.

Esta sensação de esgotamento mental tem lugar quando alguém sente que se esgotaram as suas energias, os seus recursos emocionais e que não está capaz de dar mais de si.

Nesta situação, podem estar presentes diferentes sensações, nomeadamente: desinteresse pelas atividades habituais, perda de energia, desmotivação, insatisfação generalizada, sensação de cansaço físico, dificuldade em manter uma atitude positiva.

Este estado de exaustão mental pode ter diversas e variadas causas e pode afetar diferentes contextos e âmbitos da vida. Pode interferir no bem-estar geral, pelo que pode ser importante recorrer a ajuda de profissionais especializados.

Mulher com sintomas de fadiga mental

Esgotamento mental: como identificar?

A fadiga mental pode ser identificada a partir de múltiplos sinais de alerta, nomeadamente:

  • Fadiga física – sensação de corpo cansado, mesmo após longos períodos de descanso;
  • Impaciência e irritabilidade – ser rabugento para com os outros; reagir de forma mais exaltada ou chateada a pequenas contrariedades;
  • Dificuldades de concentração – maiores dificuldades em terminar determinados trabalhos e tarefas; dificuldades em tomar decisões ou em encontrar a palavra certa no discurso.

Esgotamento mental: como superar? 4 dicas

Perante estados de grande esgotamento mental, que interferem com o desempenho diário e com a qualidade de vida de forma significativa, importa procurar ajuda de um profissional da área da saúde mental.

É possível superar mesmo nos períodos mais difíceis, de grande desmotivação e de menor energia.

As dicas que se seguem não requerem demasiado empenho e podem ser úteis para combater os estados de exaustão mental e emocional. Experimente colocá-las em prática!

1

Identifique e aproveite todas as oportunidades para descansar a mente

Ainda que curtas, é possível fazer pequenas pausas ao longo do dia. Importa retirar das mesmas o máximo partido possível, aproveitando para descansar a mente, abstrair das preocupações e tensões diárias.

2

Reduzir o excesso de estímulos sensoriais

Quando excessivos, importa reduzir os estímulos sensoriais que, por vezes, nos impedem de descansar convenientemente. Experimente reduzir a luz e o ruído em determinados momentos, desligue a televisão quando não estiver a assistir e coloque o telemóvel em silêncio nos períodos de descanso.

3

Dê permissão a si mesmo para relaxar

As obrigações familiares não têm fim e as tarefas de trabalho não param de chegar? Quando a lista de tarefas é exaustiva causa a sensação de que há sempre algo para fazer e que relaxar/descansar não é opção.

Pelo contrário, os momentos de relaxamento e descanso são sobejamente importantes e não devem ser indutores de culpa.

Permita-se desfrutar tranquilamente dos pequenos prazeres da vida, como o relaxamento, e depois volte ao trabalho.

4

Seja realista, ajuste as suas expectativas

No mundo atarefado em que vivemos, as exigências são muitas e as oportunidades para fazer e conquistar mais e mais não param de chegar.

Importa ser realista e aceitar que não é possível fazer tudo hoje e agora, pelo menos sem atingir um estado de grande exaustão e esgotamento mental.

Fontes

  1. Loureiro, L. (2016). Literacia em saúde mental acerca da depressão e abuso de álcool de adolescentes e jovens portugueses. Revista Portuguesa de Investigação Comportamental e Social 2016, Vol. 2 (2): 2-11. Disponível em: http://repositorio.ismt.pt/bitstream/123456789/659/1/RPICS_vol222016_1_LSM.pdf
  2. Resende, J. (2013). A Influência de Fatores Psicossociais no Burnout Experienciado/Percecionado pelos Professores Universitários. Disponível em: https://ubibliorum.ubi.pt/bitstream/10400.6/3892/1/M5084_Jos%C3%A9_Resende.pdf
  3. Gouveia, C. (2010). BURNOUT, ANSIEDADE E DEPRESSÃO NOS PROFESSORES. Disponível em: https://repositorio.ul.pt/bitstream/10451/2742/3/ulfp037556_tm_tese.pdf
  4. Santos, R. (2015). Burnout: Um estudo em profissionais de saúde. Disponível em: https://comum.rcaap.pt/bitstream/10400.26/10513/1/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20de%20mestrado_RebeccaSantos.pdf
  5. Campbell, P. (2015). 4 Things to Do When Your Brain Is Tired. Psychology Today. Disponível em: https://www.psychologytoday.com/us/blog/imperfect-spirituality/201507/4-things-do-when-your-brain-is-tired
  6. Boyes, A. (2016). 5 Ways to Overcome Mental Exhaustion. Psychology Today. Disponível em: https://www.psychologytoday.com/us/blog/in-practice/201604/5-ways-overcome-mental-exhaustion
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