Catarina Milheiro
Catarina Milheiro
09 Fev, 2024 - 09:00

Dormir pouco traz consequências para corpo e mente

Catarina Milheiro

Dormir pouco faz parte da sua rotina? Saiba quais as consequências associadas e comece já hoje a mudar a sua rotina de sono.

Com a correria do dia-a-dia e todas as responsabilidades e preocupações acumuladas, muitas vezes acabamos por dormir pouco. Por vezes, o que acontece é deitarmo-nos na cama e começarmos de imediato a refletir sobre tudo aquilo que temos para fazer no dia seguinte.

Ora, esse tipo de pensamento faz com que seja muito mais difícil desligar – quer seja do trabalho, como até dos compromissos relacionados com a vida pessoal.

A verdade é que ninguém duvida da importância do sono no nosso quotidiano. E uma boa forma de nos apercebermos disso é passar uma noite sem dormir: rapidamente sentimos as consequências que a falta de sono traz para o nosso dia.

E apesar de este ser um cenário comum na sociedade em geral, não deve ser colocado de lado. Afinal, dormir pouco traz várias consequências para o nosso corpo e para a nossa saúde.

Dormir pouco: 5 consequências para o nosso corpo e mente

Para algumas pessoas, dormir pouco já faz parte da rotina e ir para a cama é sinónimo de dar voltas e mais voltas nos lençóis na esperança de um sono que não vem.

E apesar de haver quem se sinta bem e com energia com apenas poucas horas de sono, os especialistas em medicina do sono referem que um adulto entre os 18 e os 65 anos de idade deve dormir entre 7 e 9 horas por noite.

No entanto, por vários motivos como o stresse ou a ansiedade, em Portugal a maior parte da população dorme menos de 6 horas por noite – segundo o Presidente da Associação Portuguesa do Sono.

Para o alertar para esta questão, reunimos algumas consequências relacionadas com a privação de sono, quem alguns casos, podem passar despercebidas numa fase inicial.

1.

Dificuldade de concentração e de resolução de problemas

Uma das consequências mais comuns de dormir pouco é, efetivamente, a dificuldade de concentração e de resolver problemas ou tomar decisões no dia-a-dia.

Este tipo de situações exige um determinado nível de raciocínio que o cérebro não é capaz de ter quando está privado de sono. Por isso, se já passou por isto no trabalho e teve autênticos dias em que se sentiu completamente bloqueado, saiba que poderá estar relacionado com as suas noites de sono.

2.

Irritabilidade

Se pensarmos bem, quando passamos dias ou semanas a dormir pouco, os nossos dias custam a passar e tornamo-nos cada vez mais impacientes e inquietos com tudo o que nos rodeia.

A irritabilidade é uma das consequências mais comuns na pessoa privada de sono. E pode mesmo ser de tal forma incómodo, ao ponto do indivíduo começar a ficar irritado consigo mesmo ou com os outros, podendo afastar-se acabando por se isolar.

3.

Afeta a imunidade

Enquanto dormimos o nosso organismo atua na produção de anticorpos – que são responsáveis por defender o nosso corpo contra bactérias, infeções ou vírus que podem causar doenças.

Por isso, quando dormimos pouco, o organismo não consegue produzir esses anticorpos na quantidade suficiente para nos proteger. E o que acontece é o facto de a nossa imunidade baixar consideravelmente, ficando assim mais expostos a doenças.

4.

Aumenta o risco de doenças cardíacas

Sabia que quanto menos dorme, maior é a probabilidade de desenvolver doenças cardiovasculares? E a verdade é que isto torna-se ainda mais grave quando a pessoa já está acima do seu peso.

Afinal, é precisamente através do sono que o corpo repara e fortalece as artérias do coração. E a privação de sono estimula ainda mais a produção de hormonas e substâncias químicas que favorecem o aumento da tensão arterial.

Ora, em casos extremos pode dar-se origem a Acidentes Vasculares Cerebrais (AVC) e enfartes até.

5.

Afeta a saúde mental

Como sabemos, a falta de sono modifica completamente o nosso comportamento. Bastam algumas horas de privação de sono para nos sentirmos de imediato um pouco mais ansiosos, desatentos ou impulsivos.

E a saúde mental não fica de fora. Com o passar do tempo, o hábito de dormir pouco favorece o desenvolvimento dos sintomas da depressão, por exemplo. A explicação está no facto de existir um disparo na produção de cortisol, que é a hormona do stresse.

Ora, a produção de serotonina (regulador essencial do humor e do apetite) também sai prejudicada, acabando por favorecer a depressão e ansiedade no seu quotidiano.

Assim, o ideal é apostar numa alimentação um pouco mais leve à noite e no máximo até 2 horas antes de se deitar. Outra dica para o ajudar e que pode ser igualmente importante é baixar a intensidade das luzes e desligar os aparelhos eletrónicos logo depois do jantar.

O que fazer para conseguir dormir mais e melhor?

Se também não consegue dormir uma noite seguida à dias, semanas ou meses experimente seguir alguns dos nossos conselhos.

  • Respeite o horário para se deitar: imponha uma hora para estar na cama todos os dias e cumpra à regra, mesmo que não tenha sono.
  • Experimente respirar fundo 10 vezes: se estiver na cama e não conseguir adormecer porque tem mil preocupações na cabeça, inspire e expire 10 vezes. Enquanto o faz foque-se somente na respiração e abstraia-se dos pensamentos.
  • Coloque uma música relaxante à hora do jantar: opte por desligar a televisão e deixar as notícias para o dia seguinte.
  • Desligue todos os aparelhos com luzes brancas depois do jantar: se não conseguir desligar o telemóvel, reduza a luminosidade e coloque o modo de noite.
  • À noite, faça sempre refeições mais leves.
  • Leia um livro antes de dormir: pode ajudar bastante a criar uma rotina de sono.
  • Coloque 3 gotas de óleo de lavanda na almofada: a lavanda ajuda a acalmar e a melhorar a qualidade do sono.
  • Medite: caso não o saiba fazer, opte por escolher uma meditação na internet que o ajude a relaxar. Neste caso coloque o áudio a reproduzir com o dispositivo bloqueado (sem luz) e deixe-se levar.
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