Há pessoas que se criticam a si mesmas em demasia e depois há quem passe a vida a criticar os outros. Sabemos que a autocrítica excessiva é um forte indicador de baixa autoestima, mas será que criticar muito os outros também pode ser um sinal? Vamos descobrir!
Autoestima e autocrítica
Podemos definir autoestima como a avaliação que uma pessoa faz de si mesma, podendo esta ser positiva ou negativa. Quando falamos em autoestima estamos a referir-nos aos sentimentos de competência e valor pessoal, à autoconfiança e ao autorrespeito.
A autoestima é um dos grandes segredos para o sucesso, para nos entendermos a nós mesmos e aos outros e para sermos felizes. Quando uma pessoa tem uma baixa autoestima sente-se inadequada à vida e errada como pessoa e tende a criticar-se a si mesma em demasia.
Naturalmente, a autocrítica faz parte da vida de todos nós e pode até ser bastante positiva. É útil que tenhamos a capacidade de nos avaliarmos a nós mesmos, de forma objetiva e moderada.
A autocrítica torna-se problemática quando é excessiva e quando está presente a incapacidade para aceitar pequenas imperfeições e defeitos. A autocrítica excessiva pode acarretar inúmeras consequências negativas, tais como ansiedade, depressão e grave diminuição da autoestima.
Mas será que quando uma pessoa está excessivamente atenta às suas falhas e despende energia e tempo excessivos a julgar as suas ações e pensamentos também tem tendência a reparar nas falhas alheias e a criticar muito os outros?
A natureza e os efeitos da baixa autoestima têm sido estudados e têm sido relacionados com a autocrítica e não tanto com a tendência para criticar muito os outros. Pessoas com baixa autoestima e baixa autoconfiança estão demasiado centradas nos seus próprios defeitos e nas suas falhas, acreditando que os outros conseguem supera-los na maior parte das situações.
Mas de facto, há pessoas que tendem a criticar muito os outros, a delegar culpas e a espalhar o conflito e o mau ambiente ao seu redor. Há quem lhes chame pessoas tóxicas. Vamos descobrir um pouco mais acerca do mal que podemos fazer aos outros quando estamos infelizes.
A infelicidade e a tendência de criticar tudo e todos
Conhece alguém que parece ter prazer em criticar muito os outros e em fazer com que se sintam culpados? Convive com alguém que parece retirar um prazer enorme das discussões?
Provavelmente sim. Em algum momento da vida é provável que já se tenha cruzado com alguém cujo principal passatempo passa por apontar o dedo, os defeitos e as falhas alheias. Estas pessoas têm a enorme capacidade de gerar nos outros sentimentos de aflição, desespero e desorientação.
Há autores que associam este comportamento a pessoas infelizes, apelidando estas pessoas de infelizes crónicos. Para além de criticar muito os outros, estas pessoas tendem a apresentar algumas das seguintes características:
- Acham sempre que a vida é demasiado difícil e tendem a vitimizar-se, não assumindo quaisquer responsabilidades, já que a culpa é sempre dos outros;
- São incapazes de confiar nas outras pessoas;
- Concentram-se no que está mal no mundo e não conseguem discernir as coisas mais positivas;
- Têm uma enorme necessidade de se comprara com outras pessoas e a inveja é um sentimento muito presente nas suas vidas;
- São obsessivamente controladoras e receiam o futuro;
- As conversas que mantêm são centradas no passado, nos episódios menos felizes da sua vida e na crítica dirigida a outras pessoas.
Em suma…
Quer a autocrítica excessiva, quer a tendência para criticar os outros, podem ser bastante prejudiciais para a saúde psicológica de quem delas sofre e das pessoas que estão ao seu redor. Conviver diariamente com alguém infeliz que parece sentir prazer em infernizar a vida alheia não causa apenas irritação e ansiedade. Pode ser um verdadeiro teste à paciência e pode desgastar física e emocionalmente.
Lembre-se sempre que quem decide qual é o seu valor não são os outros mas você mesmo! E se tem sente dificuldades em avaliar os seus sucessos e as suas qualidades talvez tenha chegado a hora de ouvir uma opinião especializada.