Todos sabemos que existem fortes evidências que demonstram a enorme vantagem da prática desportiva ao longo da vida e que relacionam uma maior longevidade com a prática de desporto de alto rendimento. Mas pouco se sabe sobre a longevidade daqueles que estão envolvidos em desportos que exigem uma grande ginástica mental, como é o caso do xadrez. Quem será que ganha esta corrida mente vs. músculo?
Qual a relação entre a prática de atividade física e a longevidade?
Nas últimas décadas foram realizadas várias investigações com o intuito de compreender a relação entre a prática desportiva e uma maior esperança média de vida. Estes estudos focaram-se numa ampla gama de desportos físicos e constataram que de forma consistente os atletas de elite apresentam uma taxa de mortalidade significativamente menor quando comparados com a população geral.
De forma consistente, diferentes investigações têm demonstrado que a prática de exercício físico é fundamental na promoção da longevidade e acarreta inúmeros benefícios à saúde física, previne ou retarda o declínio intelectual, reduz o stress, e aumenta os níveis de bem-estar geral.
Mais ainda, a prática de exercício ao longo da vida está associada a uma diminuição dos marcadores inflamatórios, melhoria da sensibilidade à insulina e diminuição dos triglicerídeos, independentemente da idade.
Um dos muitos estudos realizados neste âmbito aponta que os atletas de elite vivem entre 4 a 8 anos mais, face à população geral. Por outro lado, muito pouco se sabe sobre os atletas envolvidos nos desportos onde a componente mental domina.
Mente vs. músculo: qual nos dá maior longevidade de vida?
Muito recentemente foi desenvolvido um estudo com o objetivo perceber quem ganha, ao nível da maior longevidade de vida: grandes jogadores de xadrez, atletas olímpicos ou a população geral? De forma simples, para alcançar uma maior esperança de vida em que é que devemos apostar: mente vs. músculo?
Os resultados desde estudo mostraram que os jogadores de xadrez de elite vivem mais anos que a população em geral e têm uma esperança média de vida semelhante à dos atletas de elite que praticam desportos físicos.
Os investigadores referem que estes achados podem dever-se a vários factos, nomeadamente:
- Jogar xadrez pode reduzir o risco de demência, bem como alterar fisicamente a estrutura do cérebro, o que aumenta a longevidade;
- Atletas que jogam xadrez, para estarem ao mais ao mais alto nível, tendem a praticar exercício físico e a adotar uma alimentação saudável.
Estes dados são surpreendentes e reforçam a importância de nos mantermos cognitivamente ativos e saudáveis ao longo da vida. Assim sendo, jogar xadrez ou outras atividades cognitivamente estimulantes permitem-nos jogar no jogo da vida durante mais tempo e de forma mais saudável.
Assim sendo, mente vs. músculo, quem ganha? O melhor parece ser mesmo apostar em ambos! Mantenha-se física e cognitivamente ativo!
10 Benefícios da prática de xadrez
Este importante estudo debruçou-se sobre o xadrez, na medida em que este jogo se tornou um excelente campo de testes para investigações na área da cognição. A ideia de que a prática de xadrez favorece o desenvolvimento de áreas específicas do cérebro tem despertado o interesse de especialistas desde há muito tempo e inúmeras vantagens têm sido encontradas:
1 – Estimula a capacidade de antecipação;
2 – Estimula o raciocínio lógico e abstrato;
3 – Estimula as capacidades cognitivas de uma forma lúdica e prazerosa;
4 – Desenvolve a capacidade de atenção e concentração;
5 – Ensina a saber esperar e a ser paciente;
6 – Estimula a imaginação: cada movimento no jogo abre uma infinidade de opções;
7 – Treina a capacidade de tomada de decisões: permite aprender com os erros, criar novas e melhores soluções e potencia a capacidade de análise de consequências;
8 – Estimula a capacidade de reconhecer padrões;
9 – Potencia a capacidade de memória;
10 . Ensina a saber ganhar e perder.