A alergia alimentar é uma reação adversa que ocorre quando o nosso sistema imunitário reconhece um alimento ou ingrediente (alergénio) como um agressor ao nosso organismo. Estas reações alérgicas podem surgir perante a exposição a qualquer alimento e em qualquer fase da vida, apesar da prevalência de alergia alimentar em crianças ser bastante superior do que em adultos. É importante reforçar que alergia alimentar é diferente de intolerância alimentar, como poderá compreender ao longo do artigo. Para além disso, não deixe de conhecer os 7 alimentos que provocam alergias com mais frequência.
Alergia alimentar: em que consiste?
O que é e como identificar?
Conforme já foi referido, quando o nosso sistema imunológico identifica de forma desadequada um determinado alimento ou ingrediente como agressor dá-se uma reação adversa, denominada reação alérgica.
É importante conhecer os principais sintomas associados à alergia alimentar, especialmente para o ajudar a identificar uma suspeita de reação alérgica. Assim, após a ingestão de um determinado alimento esteja atento se manifestar regularmente algum ou vários destes sintomas:
- Urticária (manchas vermelhas na pele com comichão);
- Inchaço, especialmente na zona da língua, lábios ou garganta;
- Comichão na zona da boca;
- Náuseas;
- Vómitos;
- Cólicas;
- Diarreia;
- Espirros e comichão na zona do nariz e olhos;
- Tosse;
- Em casos mais graves, poderá ocorrer anafilaxia, caracterizada por dificuldade em respirar, descida da pressão arterial e , por vezes, perda de consciência.
Estes sintomas ocorrem com mais frequência após a ingestão do alergénio, mas também poderão surgir noutras ocasiões em caso de alergias mais graves, como por exemplo, quando tocar nesse alimento ou quando inalar os vapores durante a confecção.
Alergia alimentar vs intolerância alimentar
É importante esclarecer que alergia alimentar não significa intolerância alimentar. Esta última desordem difere logo na causa, uma vez que o que acontece é que o organismo não é capaz de digerir um determinado nutriente, por não produzir em quantidade suficiente a enzima responsável por esse processo.
Nesse sentido, os sintomas poderão variar, tal como as recomendações associadas a cada caso, pelo se aconselha que consulte sempre o seu médico no sentido de obter o diagnóstico e o tratamento adequado.
Os principais alimentos que provocam alergias
Existe uma lista de alimentos aos quais estão associadas reações alérgicas com mais frequência, alimentos esses denominados alergénios. Sendo assim, as alergias alimentares são mais comuns perante o consumo de:
Leite de vaca
A alergia ao leite de vaca é a mais comum entre crianças e normalmente surge durante o primeiro ano de vida. Nesse sentido, é importante estar atento e, no caso de detetar possíveis sintomas de alergia alimentar, consultar o pediatra ou médico de família.
Para além de ser necessário evitar todo o tipo de leite de vaca, é importante excluir também derivados, como o queijo, o iogurte, a manteiga e as natas, mas também os inúmeros produtos que contêm leite de vaca na sua lista de ingredientes, tal como bolachas, cereais, bolos, refeições pré-confecionadas, sopas instantâneas, sobremesas, molhos, produtos enlatados (como salsichas e atum), snacks salgados e chocolates.
Ovo
Para além do leite de vaca, o ovo também é dos alimentos que provocam alergias nas crianças com mais frequência. Nesse sentido, é igualmente importante que esteja atento ao surgimento de possíveis sintomas quando introduzir o ovo na alimentação da criança.
Apesar da alergia alimentar associada a este alimento ser normalmente causada pela clara do ovo (que é onde se encontram as proteínas responsáveis pela reação alérgica), deve-se evitar o consumo integral do ovo, já que é praticamente impossível não existir contaminação da gema.
Deverá ter em atenção que o ovo é um ingrediente que pode estar presente em muitos produtos alimentares, tais como bolachas, bolos e produtos de pastelaria, sobremesas, doçaria (como gomas), molhos, refeições pré-confecionadas, sopas instantâneas, snacks, delícias do mar, salsichas, patês, produtos de charcutaria e massas.
Amendoim e frutos de casca rija
Para além do amendoim, também se deverão incluir neste grupo de alimentos os frutos secos, tal como a amêndoa, a noz e o caju, sendo que a reação alérgica poderá ocorrer perante o consumo de apenas um destes alimentos isoladamente ou de qualquer fruto de casca rija.
Estes alimentos são ingredientes presentes em inúmeros produtos alimentares, pelo que é importante que conheça os rótulos dos alimentos que consumir.
Podem destacar-se produtos de charcutaria, óleos e manteigas vegetais, pipocas, snacks salgados, bebidas vegetais, café ou refeições pré-confecionadas.
Peixe
A alergia alimentar ao peixe é algo mais comum na idade adulta, mas que também poderá surgir em crianças. Apesar desta reação alérgica geralmente se manifestar perante o consumo de qualquer espécie de peixe, também poderá ocorrer apenas perante a exposição a um determinado peixe, sendo que, nestes casos, o mais comum será encontrar alergia ao salmão, ao atum e ao linguado.
Para além do alimento em si, existem vários produtos alimentares que poderão ter peixe na sua lista de ingredientes, pelo que deve estar atento a produtos como patês, refeições pré-confecionadas, snacks, sopas instantâneas e alguns suplementos alimentares.
Marisco
O marisco é dos alimentos que provocam alergias mais severas na idade adulta, pelo que é muito importante que se for alérgico ao marisco tenha o máximo cuidado no contacto com este alergénio.
Apesar de algumas pessoas manifestarem reações alérgicas apenas aos crustáceos (como o camarão, a lagosta e o caranguejo), outras poderão ser alérgicas a todo o tipo de marisco, o que inclui moluscos, como amêijoas e mexilhão.
Nesse sentido, é importante ter em consideração que, para além do marisco em si, existem alguns produtos derivados que incluem este alergénio, tais como patês, molhos, delícias do mar, refeiçõs pré-confecionadas, sopas instantâneas e alguns suplementos alimentares.
Cereais com glúten
Os cereais com glúten são mais uns dos alimentos que provocam alergias com bastante frequência, especialmente em crianças.
Neste grupo podem incluir-se, por exemplo, o trigo, a cevada e o centeio. Como tal, alimentos como o pão, a massa, bolachas, bolos, cereais, snacks salgados e molhos (como o de soja) serão alguns dos exemplos que deverá considerar como causadores de reações alérgicas.
Soja
A alergia alimentar à soja é registada com mais frequência em crianças pequenas e, muitas vezes, tende a desaparecer com o avançar da idade.
É importante ter em consideração que, mesmo que não seja consumidor de soja, esta leguminosa poderá ser um ingrediente presente em vários produtos alimentares, como bolachas, cereais, snacks, produtos enlatados, fórmulas infantis ou produtos vegetarianos processados, pelo que é importante estar atento ao rótulo dos alimentos que consumir.
Dicas importantes a ter em conta
No sentido de melhor lidar com situações de alergia alimentar, é importante ter em consideração algumas dicas que poderão facilitar a sua vida:
- Se apresentar algum sintoma e suspeitar que pode ter alguma alergia alimentar, não hesite em consultar o seu médico e um nutricionista, pois um correto diagnóstico será fundamental para adaptar a sua alimentação às suas necessidades específicas;
- É obrigatório por lei que, caso os produtos alimentares contenham algum dos alergénios acima mencionadas, os rótulos tenham essa indicação, pelo que não irá correr o risco de comprar algum produto com o alimento que lhe provoca reação alérgica;
- Nesse sentido, leia sempre os rótulos dos produtos alimentares que comprar, já que nem sempre é óbvio mas determinados produtos poderão conter na sua lista de ingredientes o alimento que lhe provoca reação alérgica;
- Evite situações de contaminação cruzada, higienizando corretamente os equipamentos de cozinha e bancadas antes da preparação das suas refeições.
Em suma…
Agora que conhece os principais alimentos que provocam alergias poderá estar atento a possíveis sintomas que possam surgir, em si ou nos seus filhos. Assim, poderá consultar o seu médico e, se necessário, um nutricionista, no sentido de obter um correto diagnóstico, ajudando-o a melhorar a sua saúde e a sua qualidade de vida.