Enfermeira Bárbara Andrade
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22 Mai, 2019 - 15:26

Alergia ao sol: os cuidados que deve ter

Enfermeira Bárbara Andrade

Muitas vezes a alergia ao sol é confundida com outras afeções da pele. No entanto, é essencial um correto diagnóstico para que o tratamento seja eficaz.

Alergia ao sol: mulher a ler na praia

A alergia ao sol ou erupção à luz polimórfica surge quando, após exposição solar, se verifica o surgimento de pequenas erupções cutâneas avermelhadas dispersas pelo corpo, ocorrendo principalmente em pessoas que não se expõem regularmente ao sol. Contudo, tende a desaparecer quando a pessoa começa a expor-se com maior frequência, e de forma gradual, ao sol.

Cerca de 1/5 da população sofre desta fotodermatose, sendo uma doença de pele precipitada pela exposição à radiação ultra-violeta (UV). No entanto, muitas vezes as manifestações são ligeiras e passam quase despercebidas porque são interpretadas como uma alergia a um creme, perfume ou peça de roupa.

Alergia ao sol: prevalência

Mulher com alergia nas costas

Estatisticamente, o sexo feminino é mais afetado por esta condição do que o sexo masculino, principalmente em mulheres com pele clara. É mais comum ocorrer na faixa etária entre os 20 e os 40 anos de idade.

A nível sazonal, esta patologia surge mais na primavera, altura em que a pele, que estava coberta no inverno, começa a ser exposta ao sol, principalmente nas zonas do peito, braços e pernas.

Como surge a alergia ao sol?

Ainda não se sabe ao certo qual a causa para essa alergia, no entanto existem alguns fatores que podem provocar o aparecimento desta condição, tais como:

  1. Efeito UV: a luz UV pode alterar uma substância na pele, que faz com que o sistema imunológico reaja contra essa substância e, automaticamente, provoca um processo de inflamação na pele.
  2. Temperaturas elevadas (calor).
  3. Pessoas que fazem tratamento com medicação que causa sensibilidade ao sol, como antibióticos, Dipirona ou Tetraciclina, estão mais predispostas ao surgimento desta alergia.
  4. Possuir outras doenças de pele, como por exemplo, lúpus.
  5. Possuir parentes com antecedentes de alergia ao sol.

Diagnóstico da alergia ao sol

Médico a analisar alergia na pele de paciente

O diagnóstico, na maioria dos casos, é feito através da observação e análise clínica da pele, bem como de perguntas que o médico pode fazer. Quando o diagnóstico não fica totalmente esclarecido, o médico pode solicitar alguns testes:

  • Teste de luz ultravioleta (UV)
  • Teste para identificar manchas causadas pela luz solar
  • Exames de sangue
  • Biópsia – análise de amostras da pele

Sintomatologia da alergia ao sol

Os sintomas da alergia ao sol podem ser recorrentes, desconfortáveis e angustiantes, aparecendo geralmente em zonas expostas e visíveis do corpo, incluindo braços e peito, umas horas ou até 2 dias após a exposição solar.

Os sintomas mais frequentes são os seguintes:

  • Erupções dispersas pelo corpo
  • Endurecimento da pele
  • Rubor (vermelhidão) da pele
  • Sensibilidade ocular à luz
  • Prurido (comichão)
  • Em última instância o aparecimento de vesículas ou pústulas

Esta patologia não é contagiosa e os surtos têm tendência a repetir-se a cada ano. No entanto, pode manifestar-se apenas uma vez na vida e um dia desaparecer tão rapidamente como surgiu.

Tratamento da alergia ao sol

Mulher na praia a aplicar protetor solar nas pernas

Esta condição pode ter sintomas semelhantes aos de outras alergias/doenças, pelo que é necessário sempre um aconselhamento médico antes de iniciar qualquer tipo de tratamento.

Geralmente, perante uma alergia ao sol o médico costuma prescrever:

  1. Aplicação de sprays calmantes, como por exemplo, água termal.
  2. Aplicação de compressas húmidas na zona afetada.
  3. Uso de anti-histamínico e aplicação com moderação de algumas pomadas à base de cortisona, que ajudam a diminuir a inflamação da pele e o prurido associado.
  4. Pode também ser prescrito a exposição a luzes ultravioletas, sob orientação médica, até um mês antes de se iniciar a exposição ao sol.

Cuidados a ter com a alergia ao sol

De forma a evitar recidivas, é importante ter os seguintes cuidados:

  1. Limite a exposição solar, principalmente na parte mais quente do dia. Fique à sombra entre as 11h e as 16h.
  2. Introduza o sol de uma maneira progressiva, aumentando a cada dia o tempo de exposição solar.
  3. Aplique sempre, antes da exposição solar, um protetor solar adequado, hipoalergénico com índice de proteção elevado (FSP) e que proteja contra a radiação UVA e UVB.
  4. Renove frequentemente (2/2 horas) a aplicação do protetor solar e aplique-o na quantidade adequada.
  5. Aplique o protetor solar todo o ano, não subestime os raios UV que são perigosos mesmo durante o Inverno.
  6. Utilizar batom hidratante com fator de proteção.
  7. Vista roupa de algodão, com mangas compridas e utilize um chapéu de abas largas, bem como óculos de sol.
  8. Na praia utilize sempre o guarda-sol.
  9. Aumente a ingestão de alimentos ricos em betacaroteno (como por exemplo, cenoura, abóbora ou manga), ou tome suplementos à base desta vitamina, que funciona como protetor natural da pele.

Se sofre de alergia ao sol, não se isole deste completamente, saiba que com os devidos cuidados os benefícios da exposição solar são importantes, principalmente os seguintes:

  • Dá às pessoas um aspeto mais saudáve
  • Permite a síntese de vitamina D e fixação do cálcio no organismo, sendo essencial na saúde óssea
  • Ação antidepressiva
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