Psicóloga Ana Graça
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27 Jun, 2023 - 09:09

Slow parenting: pais sem pressa precisam-se!

Psicóloga Ana Graça

Já ouviu falar do movimento slow parenting? Aprenda a desacelerar a sua vida e a ser um pai/uma mãe mais feliz. Aproveite esta ótima fase.

Slow parenting: pai a brincar com o filho em casa

Ser mãe e pai é uma tarefa muito exigente. O movimento slow parenting, ou movimento pais sem pressa, nasceu da vontade de permitir que os pais tenham tempo para fazer uma pausa, refletir e descansar.

Estamos habituados a que os pais tenham tudo programado, que estejam constantemente a tentar superar-se e a ser pais perfeitos. No entanto, todos sabemos que a perfeição não existe, e que quando os pais não conseguem cumprir as altas expetativas que definiram acabam por ver a sua confiança abalada.

Por outro lado, pais que têm a tentação de alcançar a perfeição e ser os melhores pais do mundo caem frequentemente no erro de proteger excessivamente os filhos, e as crianças crescem privadas das ferramentas básicas de auto descoberta e exploração do mundo.

O movimento slow parenting propõe que a maternidade e a paternidade sejam vividas de forma atenta, mas menos apressada, sem que o foco esteja na perfeição, mas sim na satisfação e alegria da vida em família.

10 Princípios do slow parenting

Slow parenting: pais a brincar com os filhos em casa

Se quer ser um pai ou uma mãe sem pressa deixe de lado a insegurança que é tão difundida nesta cultura excessivamente competitiva em que vivemos. Ponha estes 10 princípios em prática.

  1. Afaste-se dos aparelhos tecnológicos pelo menos 1 hora por dia (quanto mais tempo conseguir, melhor). Menos tecnologia implica mais tempo em família.
  2. Seja pai e mãe! Pare de tentar ser amigo do seu filho.
  3. Cultive a capacidade de observar o seu filho e as outras crianças e esteja atento a essas observações. Note as diferenças de desenvolvimento nas diferentes idades e aprenda a respeitá-las.
  4. A casa é a primeira escola e os pais são os primeiros professores. Entenda e valorize a importância do seu papel enquanto pai/mãe.
  5. O “trabalho” de uma criança é brincar. Devem brincar muito em família.
  6. Lembre-se que dá a vida ao seu filho, mas não é a vida do seu filho.
  7. Não há problema em dizer “não”. Aprenda a definir limites.
  8. Menos é mais. Muitas vezes, a criatividade nasce do tédio.
  9. Como família, compreendam, respeitem e honrem a comunidade, tanto dentro como fora de casa.
  10. Aprenda a cultivar espaços tranquilos durante o seu dia, durante os quais dedica tempo a esvaziar a mente, a relaxar e a agradecer e a admirar a vida que tem.
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Pais sem pressa precisam-se!

O tempo não estica. Trabalhamos imenso, chegamos a casa e ainda temos uma imensidão de tarefas para fazer, sempre em grande correria. Mas será que não é possível desacelerar a rotina de pais e filhos? O movimento americano slow parenting acredita que sim.

Cá por Portugal a ideia do slow parenting começa a ser mais discutida e há famílias que já a aplicam. A palavra-chave é descomplicar e na realidade não é assim tão difícil. Os benefícios de usufruir das relações, das emoções, de saber esperar e apreciar as pequenas coisas da vida são imensos.

As crianças são mais simples do que nós adultos. Nós complicamos tudo. As crianças só querem tempo de qualidade em família, brincar até fartar e rir muito. E não seríamos, nós adultos, bem mais felizes se deixássemos o stress de lado e alinhássemos na brincadeira?

Slow parenting: pai a brincar com os filhos no jardim

Comece já hoje a abrandar o ritmo em casa

  • Não encha o horário dos seus filhos com atividades fora de casa. As atividades extracurriculares são ótimas mas reserve tempo para se divertirem em casa. Não precisam ser atividades programadas, podem pôr música e danças livremente ao final do dia ou partilhar como foi o vosso dia.
  • Seja um modelo para os seus filhos, nomeadamente ao nível da gestão do tempo, na gestão das emoções e na resolução dos problemas.
  • Organize atividades em família que fomentem o contacto com a natureza
  • Cuidado com a tecnologia! É uma ótima ferramenta, mas em excesso pode ser prejudicial.
  • Sejam felizes em família e aproveitem todos os momentos em que estão juntos
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