Mónica Carvalho
Mónica Carvalho
24 Abr, 2017 - 11:02

Disfunções sexuais masculinas: como lidar com o problema

Mónica Carvalho

As disfunções sexuais masculinas atingem cerca de 35% da população masculina. Apesar da mais reconhecida ser a disfunção eréctil, existem outras que afetam a performance sexual.

Disfunções sexuais masculinas: como lidar com o problema

Na presença de disfunções sexuais masculinas, e ao contrário do que muitos pensam, há grandes possibilidades de tratamento, independentemente da idade e, até, da causa.

O reconhecimento dessa realidade é cada vez maior e, mesmo ainda havendo uma baixa procura de ajuda especializada, são cada vez mais os homens que, quando devidamente tratados, conseguem recuperar a sua capacidade sexual.

9 Disfunções sexuais masculinas

Os meios de tratamento médico são cada vez mais eficazes, ao contrário daquelas promessas quase milagrosas que recebemos todos os dias por correio eletrónico. Não caia no engodo!

Se tem alguma das disfunções sexuais masculinas mais recorrentes deverá procurar ajudar médica.

1. Disfunção eréctil

Esta é possivelmente a disfunção sexual mais temida e revela-se na incapacidade persistente para obter ou manter uma ereção peniana que permita a um homem ter relações sexuais satisfatórias.

É um problema que pode ter causas neurológica ou vascular, geralmente devido a diabetes, aterosclerose, hipertensão ou tabagismo. Todas elas provocam alterações das artérias cavernosas, obstruindo o seu interior ou diminuindo a elasticidade da parede. Isso pode determinar uma diminuição do aporte sanguíneo no pénis.

> Saiba mais aqui sobre a disfunção eréctil.

2. Desejo hipoativo

O desejo sexual masculino é geralmente desencadeado pela existência de um estímulo sensorial erótico, onde podem intervir todos os sentidos: táctil, visual, auditivo, olfactivo e, até, gustativo.

Uma falha no hipocampo, neocortex ou nas vias neurológicas centrais poderão resultar numa disfunção sexual.

> Veja mais aqui sobre o desejo hipoativo.

3. Aversão sexual

O transtorno de aversão sexual é a repulsa e fuga ativa do contato sexual genital com um parceiro e uma disfunção que provoca grande sofrimento e/ou dificuldade interpessoal, já que o homem que sofra desta patologia enfrenta episódios de ansiedade, medo ou repulsa diante de uma oportunidade sexual.

Essa aversão pode concentrar-se num ou em vários aspetos: secreções genitais, penetração vaginal, beijos e toques. Perante esta situação, o comportamento masculino reflete-se em ataque de pânico, ansiedade extrema, palpitações, dificuldades respiratórias, sensações de terror, desmaio, náusea e tonturas.

4. Ejaculação precoce ou prematura

Esta disfunção ocorre quando há uma perceção de que a ejaculação foi mais rápida que o esperado ou de que não houve controle da mesma. Assim, a ejaculação precoce ou prematura é um dos problemas sexuais mais frequentes nos homens, principalmente nos mais novos, ou em encontros com parceiros novos ou após algum tempo de abstinência.

Apenas quando se estende pela maturidade e se torna presente em mais da metade dos encontros sexuais, falamos em disfunção.

Algumas causas que podem levar à ejaculação precoce são:

  • Aumento anormal de sensibilidade da glande peniana;
  • Ansiedade frente ao desempenho sexual;
  • Inexperiência sexual;
  • Primeira experiência com parceira que tenha estimulado um coito rápido;
  • Culpa ou sentimentos negativos em relação à parceira.

5. Inibição do orgasmo

Anorgasmia pode ser definida como uma inibição recorrente ou persistente do orgasmo, manifestada por sua ausência ou retardo após uma fase de excitação sexual adequada em termos de foco, intensidade e duração.

A esta disfunção podem estar associados vários fatores:

  • Biológicos;
  • Psicológicos;
  • Sentimentos de culpa em relação atividade sexual;
  • Deficiência feminina em assumir o papel erótico;
  • Medo de uma potencial gravidez;
  • Traumas relacionados com o sexo, como por ter sofrido algum abuso sexual, ter tido relações dolorosas.

6. Dispareunia

Se sente dor genital durante o ato sexual, está perante uma disfunção sexual.

O diagnóstico para esta situação requer um exame médico completo, e, em alguns casos, uma pequena biópsia da pele com anestesia local no consultório.

O tratamento vai depender da causa e pode ser bastante completo. Poderá ser necessário um antibiótico, no caso de infeção; creme esteróide, caso o problema seja dermatológico; ou aconselhamento psicológico individual ou de casal aliado a relaxantes musculares, para causas psicológicas.

> Saiba mais aqui sobre a dispareunia.

7. Disfunção sexual devido a uma condição médica

Esta categoria engloba aspetos que resultam num sofrimento acentuado e dificuldade interpessoal.

Para o seu diagnóstico é importante reconhecer a história do paciente, realizar um exame físico, e possuir achados laboratoriais que forneçam evidências de uma condição médica geral que é considerada a causa do problema.

> Veja mais sobre a disfunção sexual.

8. Disfunção sexual induzida por substâncias

Esta disfunção sexual masculina verifica-se quando há um problema sexual provocado pelo uso de algumas substâncias. O seu abuso afeta a função sexual de várias formas:

  • Em pequenas doses, muitas delas melhoram o desempenho sexual, diminuindo a inibição ou a ansiedade ou causando uma elevação temporária do humor;
  • Com o uso continuado, a turgescência erétil, a capacidade orgástica e a capacidade ejaculatória ficam comprometidas.

O abuso de sedativos, ansiolíticos, hipnóticos e, particularmente, opiáceos e opióides quase sempre deprime o desejo. O álcool pode promover a iniciativa da atividade sexual removendo inibições, mas também afeta o desempenho. Por sua vez, a cocaína e as anfetaminas produzem efeitos semelhantes.

Ainda que não haja evidências diretas indicando que o impulso sexual é melhorado, os usuários, no início, têm sentimentos de maior energia e podem tornar-se sexualmente ativos. Contudo, a disfunção surge com o tempo, sendo que os homens passam por dois estágios: a experiência de ereção prolongada sem ejaculação e, depois, a perda gradual da capacidade erétil.

9. Perda da libido

Tal disfunção pode estar associada a mudanças hormonais. A partir dos 45 anos para frente, o homem passa a apresentar uma diminuição natural de níveis de testosterona gerada por envelhecimento, o que causa a perda do desejo sexual.

Em suma

A prevalência das disfunções sexuais masculinas, se considerarmos todas as suas expressões, é muito elevada, podendo atingir cerca de 35% dos homens e, como tal, o seu impacto numa relação e na autoconfiança do homem é enorme.

Coloque a vergonha de lado e não deixe que este problema o impeça de tirar prazer de uma relação.

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