Farmacêutica Rita Teixeira
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27 Abr, 2023 - 10:24

Alopécia: quando a queda de cabelo é um problema de saúde?

Farmacêutica Rita Teixeira

A alopécia é um problema que afeta quase metade da população com mais de 50 anos. Conheça as suas causas e entenda o problema.

alopecia: queda de cabelo

Um dos aspetos que mais influencia a autoestima de uma pessoa é o seu cabelo. E precisamente por isso a alopécia é um dos problemas da atualidade que pode interferir com o seu bem-estar. Mas é importante distinguir uma simples e natural queda de cabelo deste problema.

Cerca de 50% dos homens e 40% das mulheres acima dos 50 anos sofrem com este problema pelas mais variadas causas.

Considera-se normal quando existe uma queda de até 100 cabelos por dia, no entanto, sempre que este número aumenta e se torna recorrente deve consultar um profissional de saúde, especialmente um dermatologista, para perceber o que poderá estar a levar a essa queda.

Se efetivamente se tratar de um caso de alopécia, deve ser traçado o melhor tratamento. Venha conhecer mais um pouco sobre este problema.

O que é alopécia?

Esta doença carateriza-se por uma repentina perda de cabelo do couro cabeludo ou de qualquer outra região do corpo. Nesta doença, o cabelo cai em grandes quantidades levando à visualização da pele.

Apesar de ser mais habitual no couro cabeludo, pode também existir na barca, sobrancelha, bigode ou entre outras partes do corpo.

Mas antes de prosseguir, é importante explicar que o cabelo para crescer e se desenvolver possui um ciclo de vida programado onde ocorrem 3 fases:

  1. Anágena (fase de crescimento que apresenta uma duração de 2 a 6 anos);
  2. Catágena (fase de crescimento transacional e início da fase de repouso, com duração de 2 a 3 semanas);
  3. Telógena (fase de repouso, com duração de 2 a 3 meses).

A parte natural do ciclo é a queda de cabelo na fase telógena, onde os cabelos antigos e sem vida são empurrados e substituídos pelos novos cabelos. Algo corre mal, quando esta queda na fase telógena é superior às outras duas fases.

5 tipos de alopécia existentes

1.

Areata

É causada por fatores resultantes de um sistema imunológico ou sistema emocional danificado. Verifica-se uma intensa queda de cabelo em variadas áreas.

2.

Androgenéica

Muitas vezes chamada de calvície, é causada maioritariamente por fatores genéticos associados à taxa de testosterona no sangue e, precisamente por isso, típica dos homens.

3.

Traumática

Associada a um mau hábito do indivíduo: o de arrancar fios de cabelo constantemente acabando por causar traumatismos na cabeça.

4.

Seborreica

Consequência do uso de medicamentos que acabam por causar dermatites.

5.

Eflúvio

Devido a uma desregulação no período de queda normal do cabelo, que provoca uma queda exagerada durante um período de tempo maior. No entanto, este tipo de alopécia responde muito bem aos tratamentos clínicos.

Quais as principais causas da alopécia?

A queda de cabelo pode acontecer devido a diversas situações que serão abordadas de seguida.

1.

Uso de medicamentos

Alguns fármacos podem causar a queda de cabelo como por exemplo os medicamentos utilizados em tratamentos de quimioterapia ou pílulas anticoncepcionais.

Esta queda é temporária, enquanto o corpo se habitua ao fármaco ou durante o tempo que durar o tratamento.

2.

Stress

Uma das causas da queda de cabelo é o stress físico e emocional que dura um curto período de tempo, voltando a regularizar quando estiver tudo mais calmo.

3.

Produtos químicos e/ou agressivos

Desde os champôs, às tintas de cabelo até às escovas mais duras, sempre que são utilizados com mais frequência tendem a partir o cabelo podendo gerar uma queda mais intensa que pára quando o uso é regularizado.

4.

Má alimentação

Pode parecer que não, mas manter uma alimentação saudável, diversificada e equilibrada ajuda a manter o nosso organismo saudável, nomeadamente o nosso cabelo e pele.

Se mantiver uns níveis de proteínas, vitaminas, ferro e zinco equilibrados, não terá consequências no seu cabelo por razões alimentares.

5.

Doenças e condições adjacentes

Doenças como hipotiroidismo, hipertiroidismo, sífilis, lúpus eritematoso sistémico ou anemia são algumas das que podem interferir nos fios do cabelo e no seu ciclo, sendo na maior parte das vezes um sintoma.

6.

Reação hormonal pós-parto

As mulheres que passam por uma gravidez acabam por passar por uma forte alteração hormonal, levando muitas vezes a sintomas e alterações no corpo, podendo também interferir com o ciclo do cabelo. Após a gravidez, os níveis hormonas tendem a regularizar levando a um novo processe de renovação capilar.

7.

Menopausa

De forma semelhante ao ponto anterior, o início da menopausa também provoca uma grande alteração nos níveis hormonais da mulher que pode afetar o desenvolvimento dos fios de cabelo e, posteriormente, a queda. Esta queda normalmente é temporária e, com uma alimentação equilibrada e recurso a produtos indicados, esta queda pode ser evitada.

8.

Genética

O nosso cabelo acaba por poder ter memórias dos nossos familiares. E, precisamente por isso, quando os pais possuem queda de cabelo cedo ou calvície desde jovens, é mais provável que os filhos venham a ter também.

Os genes influenciam a predisposição da pessoa, tanto em homens como mulheres.

9.

Excesso de vitamina A

Como quase tudo em excesso, acaba por fazer mal, a vitamina A não é exceção. Assim, quando esta vitamina acaba por ser tomada em exagero, seja em medicamentos ou suplementos, pode causar queda de cabelo.

10.

Micose no couro cabeludo

Uma micose é uma infeção causada por fungos que pode surgir no couro cabeludo causando muita comichão e, consequentemente queda de cabelo.

Pode ser transmitida de pessoa a pessoa, pelo uso das mesmas toalhas, pentes ou chapéus, de uma pessoa contaminada.

Tratamentos para a alopécia

Antes de qualquer decisão ou início de qualquer tratamento, é importante que seja visto por um médico dermatologista para que este identifique o problema bem como as suas causas. Depois, este dirá qual o melhor tratamento e o direcione da melhor forma possível.

As opções terapêuticas mais comuns passam pelo uso de medicamentos de forma oral ou tópica, uso de produtos cosméticos de anti-queda ou tratamentos específicos como a intradermoterapia ou carboxiterapia. Em último caso e se necessário, o tratamento cirúrgico é também uma opção e este consiste num transplante capilar.

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