O estudo “Desigualdades na Obesidade Infantil: O Impacto da Crise Socioeconómica em Portugal de 2009 a 2015” indica que “há uma diminuição geral” na prevalência da obesidade infantil entre 2002 e 2016, sendo que é o sexo feminino que ocupa a maior parte dos casos.
Apesar da diminuição dos valores da obesidade, “a crise económica de 2009-2015 levou a um aumento das desigualdades sociais associadas com a obesidade infantil e nas famílias de maiores rendimentos há uma diminuição maior do que nas de menores rendimentos”.
Verificou-se um excesso de peso e mais obesidade nas meninas de 28,7%, sendo que os meninos registaram 25,1%. Em 2002, as meninas situaram-se nos 34,9% e os meninos nos 29,9%.
Cristina Padez, autora do estudo e investigadora do Centro de Investigação em Antropologia e Saúde (CIAS) da Faculdade de Ciências e Tecnologia da UC, afirma que “nos países considerados mais desenvolvidos ou modernos, se verifica que as crianças oriundas de estratos sociais mais desfavorecidos ou pobres apresentam valores de obesidade superiores às crianças de famílias com maiores rendimentos.”
Nesse sentido, “os valores da obesidade são superiores nas classes sociais mais baixas”. A autora afirma que “em 2002, a diferença de obesidade entre crianças pobres e ricas situava-se nos 6,2% e em 2016, essa diferença é de 12,8%. Também se verificam diferenças entre Lisboa, Porto e Coimbra”, com aumento de desigualdade em Lisboa e Coimbra e diminuição no Porto.
O estudo contou com a participação de 3.830 crianças com idades entre os 7 e os 10 anos, de várias escolas e jardins-de-infância do Porto, Coimbra e Lisboa.
Foram avaliados o comportamento das famílias em termos de alterações do padrão alimentar, atividade física e outros hábitos. Este projeto foi o terceiro estudo de obesidade infantil realizado em Portugal, e decorreu no ano letivo de 2016/2017.
- Viver Saudável: “Estudo: Obesidade infantil afeta mais as meninas” Disponível em: https://www.viversaudavel.pt/estudo-obesidade-infantil-afeta-mais-as-meninas/
