Share the post "Medicamentos que as grávidas podem tomar, sempre com precaução!"
A escolha do melhor tratamento para uma mulher grávida é problemática, dada a pouca informação existente nesta área sobre os medicamentos que as grávidas podem tomar.
Quando é aprovada a comercialização de determinado medicamento, o seu conhecimento associado à gravidez limita-se aos resultados de estudos em fase pré-clínica em animais (frequentemente de difícil extrapolação para os humanos) e à exposição humana acidental durante a gravidez.
Após a comercialização, mais dados vão sendo obtidos essencialmente a partir de relatos de casos e estudos epidemiológicos retrospectivos ou, prospectivamente, através da farmacovigilância (ciência e conjunto de atividades relacionados com a deteção, avaliação, compreensão e prevenção de efeitos indesejáveis).
MEDICAMENTOS NA GRAVIDEZ? QUANDO?
É sempre precisa a avaliação por parte do profissional experiente que estime a relação risco-benefício de determinado medicamento.
Por exemplo, casos de asma, epilepsia, pressão arterial alta ou depressão, podem justificar a toma de medicamentos para que possam manter-se saudáveis durante a gravidez. Algumas condições de saúde não tratadas podem realmente ser mais prejudiciais do que os medicamentos usados para as controlar.
A dificuldade destas decisões advém precisamente do facto de pouco sabermos sobre os efeitos de tomar a maioria dos medicamentos durante a gravidez, porque as mulheres grávidas geralmente não são incluídas em estudos que determinam a segurança de novos medicamentos. Como resultado, mulheres e profissionais de saúde têm informações limitadas sobre a segurança da maioria dos medicamentos – especialmente medicamentos mais recentes.
Assim, é consensual que as condições agudas e sintomáticas são muitas vezes auto-limitadas e, portanto, o tratamento não medicamentoso deve ser preferido sempre que possível.
Ao decidir-se pelo tratamento medicamentoso, deve-se:
- Quando possível, evitar o seu uso no primeiro trimestre;
- Usar a mais baixa dose eficaz e durante o mais curto tempo possível;
- Evitar o uso de medicamentos novos, a menos que o seu perfil de segurança seja bem conhecido.
EXEMPLOS DE MEDICAMENTOS QUE AS GRÁVIDAS PODEM TOMAR
Medicamentos para reduzir a pressão arterial elevada (anti-hipertensores) podem ser necessários para mulheres grávidas que tenham hipertensão arterial antes da gravidez ou a desenvolvam durante a gravidez.
Qualquer tipo de pressão arterial elevada aumenta o risco de problemas para a mulher e para o feto (hipertensão arterial durante a gestação, pré-eclâmpsia e eclâmpsia).
No entanto, temos como reverso da moeda que estes podem reduzir o fluxo de sangue para a placenta se reduzirem a pressão arterial bruscamente em mulheres grávidas. Portanto, tratam-se de medicamentos que as grávidas podem tomar, mas é necessária monitorização cuidadosa.
Anti-depressivos, especialmente os inibidores seletivos da recaptação da serotonina (ISRSs), como a paroxetina, são comummente usados durante a gestação. O uso é comum porque aproximadamente 7 a 23% das mulheres grávidas têm depressão. Para mulheres grávidas, os benefícios de tratar a depressão geralmente superam os riscos.
No entanto, se uma mulher grávida tomar paroxetina, é necessário realizar uma ecocardiografia regular para avaliar o coração do feto.
MEDICAMENTOS QUE AS GRÁVIDAS PODEM TOMAR QUANDO TÊM NÁUSEAS E VÓMITOS
As náuseas e vómitos afetam uma elevada percentagem de gestantes.
Embora esta situação seja muitas vezes controlada com a mudança dos hábitos alimentares, pode tornar-se de tal forma grave que seja necessário o recurso a medicamentos.
A combinação doxilamina/piridoxina, os anti-histamínicos anti-H1 isolados (como o dimenidrinato ou a hidroxizina), mas também a metoclopramida não parecem apresentar aumento de risco de teratogenicidade.
A exposição inadvertida, durante a gravidez, a um fármaco de perfil pouco conhecido ou a um conhecido agente teratogénico, bem como o respetivo desfecho, devem ser notificados. A notificação deste tipo de ocorrências constitui um importante instrumento para a monitorização da segurança de medicamentos na gravidez.