A febre tifóide é uma infeção bacteriana que pode alastrar-se pelo corpo, afetando múltiplos órgãos. Sem tratamento imediato, a mesma pode causa sérias complicações podendo mesmo ser fatal.
O que é a febre tifóide?
A febre tifóide é causada por uma bactéria chamada Salmonella typhi, a qual está relacionada com a bactéria responsável pelas salmonelas na comida.
Esta doença é altamente contagiosa. Uma pessoa infetada pode conduzir a bactéria para fora do seu corpo através das fezes ou, menos habitualmente, através da urina.
A febre tifóide é uma doença que apenas existe nos humanos, e cuja transmissão ocorre principalmente através da ingestão de água e de alimentos contaminados. A doença também pode ser transmitida pelo contacto direto (mão-boca) com fezes, urina, secreção respiratória, vómito ou pus proveniente de um indivíduo infectado.
Após a contaminação, as bactérias invadem o intestino e daí espalham-se pela corrente sanguínea para diversos órgãos.
Quem é mais vulnerável à febre tifóide?
A febre tifóide é mais comum em zonas do planeta onde as condições de saneamento são deficientes ou mesmo inexistentes e o acesso a água limpa é muito limitado.
Em todo o mundo, pensa-se que as crianças são aquelas com maior risco de desenvolver a doença, devido ao facto do seu sistema imunitário ainda estar a desenvolver-se.
Apesar de terem uma maior probabilidade de desenvolvimento da doença, as crianças tendem a ter sintomas mais leves, comparativamente com os adultos.
A febre tifóide afeta anualmente entre 12 a 33 milhões de pessoas, das quais cerca de 600 mil acabam por falecer.
Sinais e sintomas da febre tifóide
A febre tifóide apresenta sintomas idênticos a uma gripe ou constipação, sendo os sintomas mais habituais:
- Febres que podem atingir os 39ºC ou 40ºC;
- Dores de estômago;
- Dores de cabeça;
- Constipação;
- Diarreia.
Se a febre tifóide não for tratada, os sintomas continuarão a piorar durante as semanas seguintes, aumentando também gradualmente o risco de complicações fatais.
Tratamento da febre tifóide
O tratamento da febre tifóide é feito através da administração de antibióticos específicos, medicamentos antipiréticos e anti-inflamatórios. O tratamento farmacológico deve ser complementado com algumas medidas para melhorar o estado geral do doente como repouso, uma dieta ligeira e administração de líquidos.
Se se tratar de um caso ligeiro, o médico pode aconselhar que o tratamento da doença seja feito em casa, através da administração de antibióticos orais. Em casos mais graves é necessário o internamento para administração intravenosa de antibióticos e hidratação com o objetivo de prevenir e tratar as possíveis complicações e, ainda, para manter o doente em isolamento, de modo a prevenir a propagação da infecção.
Em alguns casos, pode ser necessário proceder à realização de uma cirurgia de emergência, por exemplo, casos em que haja perfuração intestinal.
Em casos normais e sem complicações, o tratamento tem a duração de entre 3 a 4 semanas.
Se não for realizado tratamento adequado, esta doença pode ser fatal em cerca de 15% dos casos. É de referir ainda que, aproximadamente 2 a 5% dos doentes, mesmo após o tratamento, tornam-se portadoras crónicas da bactéria, podendo eliminá-la nas fezes durante até mais de um ano após a infeção.
Prevenção da febre tifóide
A prevenção da febre tifóide baseia-se na realização de um controlo bacteriano da água utilizada para consumo. Esta medida é realizada com regularidade nos países desenvolvidos. No entanto, nos países em vias de desenvolvimento esta não é, infelizmente, uma prática muito comum e, por este motivo, a febre tifóide é uma doença endémica nesses locais.
Quando se viaja para países de risco, é fundamental adotar algumas medidas de prevenção como beber apenas água filtrada ou fervida, evitar comer vegetais não cozinhados e outros alimentos servidos ou armazenados à temperatura ambiente e não consumir frutas e vegetais com casca.
O viajante deve alimentar-se em locais onde os alimentos sejam preparados de forma higiénica. A alimentação em vendedores de rua apresenta um risco elevado de contaminação. O consumo de alimentos como manteiga, leite, queijo e peixes é considerado de alto risco, uma vez que estes possuem condições ideiais para o crescimento da Salmonella typhi.
Por outro lado, os indivíduos que pretendam viajar para países de risco e as que neles vivem devem tomar a vacina contra a febre tifóide. As vacinas para esta doença são, normalmente administradas em duas doses. No entanto, existe atualmente uma vacina administrada numa dose única que, à semelhança das outras, confere imunidade durante um ano.