Share the post "Endoscopia digestiva: tudo sobre o exame para diagnóstico de doenças gastrointestinais"
A endoscopia digestiva é um dos modos mais eficazes na prevenção e diagnóstico de determinadas doenças do sistema gastrointestinal, uma vez que permite a possibilidade de visualização do tubo digestivo.
Este exame de diagnóstico deverá ser realizado por gastroenterologistas com experiência, pois a eficácia do profissional está diretamente relacionada com a qualidade do exame.
Objetivos da endoscopia digestiva

A utilização de endoscópios permite:
- A deteção de múltiplas lesões orgânicas internas, como por exemplo úlceras, pólipos ou tumores;
- Deteção de possíveis locais com hemorragia interna;
- Colher biópsias de tecidos;
- Realização de vários tratamentos, como por exemplo:
- Remoção de pólipos;
- Desobstruir determinadas zonas;
- Estancar hemorragias.
Exames endoscópicos digestivos mais solicitados
Os exames endoscópicos envolvem a utilização de um sistema de tubos flexíveis, com pontas que são manobráveis pelo executante (endoscópios), que permitem a visualização de imagens em monitores de televisão.
Os exames mais solicitados vão ser abordados em seguida.
1. Endoscopia digestiva alta

Este exame pode também ser conhecido como esofagogastroduodenoscopia e consiste na introdução de um endoscópio pela boca e permite a observação do esófago, estômago e duodeno (primeira porção do intestino delgado).
O encaminhamento para este tipo de endoscopia digestiva é bastante comum quando as pessoas se queixam de dores na região de estômago e início do intestino delgado.
Esse exame também pode ser requerido para a retirada de objetos que possam ter sido engolidos acidentalmente ou, para a realização de biópsias da mucosa do esôfago, estômago ou duodeno, a fim de detectar doenças e condições.
Este exame pode ser realizado tanto a adultos como a crianças. Neste caso, a endoscopia em idade infantil é, habitualmente, efetuada sob sedação anestesia.
Preparação para o exame:
- Jejum de 6 a 8 horas antes da endoscopia para evitar regurgitamento e facilitar a visualização das imagens. Só pode beber pequenas quantidades de água (podendo ser açucarada) até 2 a 3 horas antes do exame;
- Informar o médico de toda a medicação que está a tomar, pois poderá ser necessário suspender a toma de algum fármaco, especialmente os relacionados com a coagulação do sangue;
- Nos casos de endoscopia com sedação, a pessoa necessita de ser acompanhada por terceiros, uma vez que não pode conduzir ou trabalhar após o exame.
Descrição do exame:
- Durante o exame, o doente deverá permanecer deitado numa maca, em decúbito lateral esquerdo;
- É importante estar monitorizado, para que os profissionais de saúde possam controlar determinados parâmetros, como: respiração, tensão arterial e frequência cardíaca;
- Poderá ou não, ser necessário o recurso a sedação para ajudar a pessoa a relaxar ou poderá ser necessário a aplicação de um spray anestésico local que se aplica na garganta, e que diminui a sensibilidade dessa zona temporariamente e evita o reflexo do vómito;
- Este procedimento tem uma duração variável entre 5 a 20 minutos, no entanto, para o facilitar:
- A pessoa deverá trincar um um bocal entre os dentes incisivos (para manter a boca aberta e o aparelho protegido), é através deste que passa o endoscópio;
- É pedido ao doente que engula, o que pode causar alguma sensação transitória de vómito e falta de ar;
- Não pode falar.
- O médico vai insuflando ar através do endoscópio, o que condiciona a distensão do lúmen esofágico, gástrico e duodenal, permitindo a sua correta observação.
- No caso de anomalias, o médico pode gravar as imagens, de forma a poderem ser analisadas as ocorrências pormenorizadamente;
- Caso haja necessidade, o endoscópio permite a inserção de outros instrumentos que permitem realizar técnicas terapêuticas (por exemplo, introdução de fármacos) ou de diagnóstico (por exemplo, colheita de tecido para biópsia).
- Quando o exame está terminado, o endoscópio é removido lentamente pela boca.
Cuidados a ter:
- Pode sentir sensação de pressão gástrica, enfartamento, flatulência, cólicas abdominais ou desconforto na garganta;
- No caso de uma endoscopia digestiva com sedação endovenosa, a recuperação é mais prolongada, podendo exigir uma vigilância de cerca de 1 hora em caso de sedação.
2. Colonoscopia

Outro tipo de endoscopia digestiva muito utilizada é a colonoscopia, sendo que este exame consiste na introdução de um colonoscópio pelo ânus, permitindo a observação do intestino grosso (cólon e reto).
O colonoscópio é um longo e fino tubo flexível, com comprimento que pode chegar até aproximadamente 185 cm e um diâmetro que varia entre 1,0 e 1,3 cm.
Na extremidade do colonoscópio há uma microcâmera que transmite as imagens para um monitor, permitindo que o médico veja e grave o que ocorre dentro do intestino grosso.
Existem pessoas que acham a colonoscopia um exame muito desconfortável, enquanto há outras que o toleram sem problemas. Isso é muito individual, mas depende também da habilidade do médico.
Preparação para o exame:
Para a limpeza do intestino, o médico pode recomendar os seguintes procedimentos:
- Dieta líquida nos 2 dias que antecedem o exame (deve evitar líquidos de cor vermelha que podem ser confundidos com sangue);
- Ingestão de uma solução com propriedades laxantes. Cada produto é acompanhado do respetivo modo de preparação;
- Informar o médico de toda a medicação que está a tomar;
> Saiba mais sobre a preparação para a colonoscopia aqui.
Descrição do exame:
- O paciente deve de, tal como o exame referido anteriormente, permanecer deitado, em decúbito lateral esquerdo, com os joelhos dobrados sobre o abdómen;
- O exame tem uma duração aproximada entre 20 minutos a 1 hora. Se a limpeza do cólon não estiver satisfatória, o médico costuma optar por interromper o exame, remarcando-o para outra data;
- Durante o exame o médico vai insuflando ar através do colonoscópio que permite a distensão do cólon, a progressão e a correta observação da mucosa.
- Em caso de necessidade, podem introduzir-se instrumentos através do colonoscópio, que permitem realizar procedimentos diagnósticos e terapêuticos;
- Em alguns casos pode ser administrada medicação sedativa/analgésica por via oral ou endovenosa, para que o doente fique mais relaxado. Por vezes é mesmo necessário o recurso a sedação anestésica.
Cuidados a ter:
- No final do exame, a recuperação é habitualmente rápida (alguns minutos), mas pode implicar um recobro de cerca de 1 hora nos casos em que se aplicou sedação endovenosa;
- O doente deverá estar acompanhado e não poderá conduzir ou trabalhar no dia do exame.
Contra-indicações:
- Ausência de consentimento informado;
- Cirurgia abdominal recente;
- Suspeita de diverticulite ou perfuração do cólon;
- Dificuldade respiratória;
- Alterações graves da coagulação;
- Patologia cardíaca descompensada (arritmias, insuficiência cardíaca);
- Gravidez.