Share the post "Mais de 6 milhões de crianças em risco de desnutrição devido à COVID-19"
Como a pandemia pode afetar a alimentação das crianças é uma das preocupações da Ordem dos Nutricionistas (ON). A bastonária alertou para a fome causada pela pandemia de COVID-19, destacando as crianças como a faixa etária que mais pode sofrer repercussões derivadas da ausência de assistência social.
Ainda que em Portugal a cadeia alimentar não tenha sido afetada, os rendimentos de muitas famílias baixaram e isso pode colocar em causa a nutrição das crianças, o que levanta, para Alexandra Bento “preocupações em relação ao equilíbrio alimentar das crianças”.
“Temos famílias com dificuldades económicas agravadas e não nos podemos esquecer de que as escolas tiveram fechadas e não conseguiram providenciar a alimentação às crianças na totalidade”, afirmou a bastonária em entrevista à TVI.
A repercussão da pandemia na nutrição das crianças pode ser mais grave do que a própria doença, visto que, de acordo com a UNICEF, mais de 6 milhões de crianças com menos de cinco anos correm o risco de sofrer desnutrição, devido à pandemia de COVID-19.
Antes da pandemia, “47 milhões de crianças em todo o mundo já sofriam de problemas de desnutrição, perda de peso e de magreza extrema”, segundo sublinhou o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF).
Ordem quer nutricionistas nas escolas

Assim, a ON espera que o regresso das aulas em setembro e a possibilidade da alimentação nas escolas seja uma boa altura para que o Ministério da Educação inclua os nutricionistas no ecossistema escolar, “algo que já estava previsto neste Orçamento do Estado para 2020”.
Alexandra Bento refere que esta é uma excelente oportunidade de “colocar nutricionistas nas escolas, porque não podemos dizer que não temos questões de dificuldade de acesso a uma alimentação equilibrada ou de baixo peso nas nossas crianças”, afirmou.
- Ordem dos Nutricionistas – Há questões de dificuldade de acesso de crianças a uma alimentação equilibrada em Portugal, disponível em: https://www.ordemdosnutricionistas.pt/noticia.php?id=995