O cancro da pele, que muitos conhecem como melanoma, é o cancro mais comum em todo o mundo. Tem uma percentagem de incidência superior ao cancro da mama, do pulmão, dos intestinos e da próstata juntos, o que lhe dá grande importância e uma preocupação acrescida.
Precisamente pela pele ser o maior órgão do nosso corpo, devemos estar cientes que os agentes carcinogénicos ambientais, especialmente a radiação ultravioleta da luz solar (UV), quando em contato com esta, podem estimular o crescimento exagerado de células. Este crescimento pode provocar mutações no DNA que se traduz, muitas vezes, no aparecimento de cancro.
Mas este processo pode ser travado sempre que é feito um diagnóstico precoce. Assim, é possível garantir um prognóstico muito bom na maior parte dos casos.
Quais os diferentes tipos de cancro da pele?
![cancro da pele sinal observado](https://cdn.vidaativa.pt/uploads/2019/11/765_360_121833-investigation-of-moles-on-the-body-diagnosis-of-skin-diseases_1554830285.jpg.jpg)
De todos os tipos de cancro da pele que já foram estudados, 97% correspondem aos três seguintes que vão ser descritos.
1. Carcinoma baso-celular ou basalioma
Corresponde a cerca de 65% de todos os cancros de pele e é mais frequente nas áreas onde se apanha mais sol, nomeadamente no rosto.
Define-se por um crescimento lento das células e são raros os casos onde se verificam metastizações para outras partes do corpo. No entanto, trata-se de um cancro muito invasivo e agressivo sempre que não é tratado atempadamente.
2. Carcinoma espino-celular ou pavimento-celular
É também por vezes conhecido como carcinoma das células escamosas e corresponde a 25% do total destes cancros. Apesar de também se verificar nas zonas do corpo mais expostas à radiação solar, pode também aparecer noutras partes do corpo.
Este tipo acaba por ser mais agressivo que o anterior sendo mais recorrente a metastização para os gânglios linfáticos ou para outros órgãos.
3. Melanoma e Melanoma maligno
Este tipo de cancro da pele é o mais conhecido uma vez que também é o mais maligno, já que tende a metastizar precocemente quando não é detetado a tempo.
É também responsável pela maioria das mortes em pessoas com menos de 50 anos. Corresponde a cerca de 8% do total de casos e carateriza-se por uma neoplasia nos melanócitos.
Os melanócitos são as células da pele responsáveis pela produção de melanina, o pigmento que dá aquela cor de verão. Precisamente por isso, este cancro está relacionado com a exposição solar aguda, queimaduras solares na infância ou a fatores genéticos.
Como podemos prevenir o cancro da pele?
![](https://cdn.vidaativa.pt/uploads/2019/11/melanoma-imagem-9-4.jpg)
Fonte: Cancro online
No cancro da pele, bem como em vários outros tipos de cancro, a prevenção é o fator mais importante. Uma vez que o melanoma é o tipo mais agressivo e maligno, e sabendo que se pode desenvolver a partir de um sinal já existente, há uma regra muito útil que todos devemos conhecer. Chama-se “Regra ABCDE” e consiste em:
- Assimétrico (sempre que um sinal tenha uma forma assimétrica, ou seja tenha uma metade diferente da outra metade);
- Bordos irregulares (se os bordos do sinal não forem uniformes e regulares);
- Cores diferentes (quando o sinal apresenta 2 ou 3 cores diferentes);
- Diâmetro (sempre que o diâmetro for superior a 6mm);
- Evolução (se crescer rapidamente).
Portanto, sempre que um sinal do seu corpo tenha uma destas caraterísticas, deve marcar uma consulta de dermatologia para perceber se está tudo bem com o seu corpo ou se precisa de tomar medidas.
Além desta regra que nos alerta para a possibilidade de melanoma, existe outra. Chama-se “Regra do Patinho Feio” e indica-nos que devemos ir ao dermatologista sempre que tenhamos um sinal diferente dos outros.
A somar a estas regras, deve sempre ter cuidado na exposição solar e utilizar sempre protetor solar fator 50 bem como evitar esta exposição nas horas em que a radiação UV é mais intensa.
Quais os principais fatores de risco para o cancro da pele?
![cancro da pele sinal exposicao solar](https://cdn.vidaativa.pt/uploads/2019/11/765_360_121834-skin-cancer-melanoma_1554830500.jpg)
Existem diversos fatores de risco que levam a que tenhamos um maior risco de vir a ter cancro da pele. Os principais são as radiações ultravioleta (sol) e ter pele clara.
Alguns deles dependem exclusivamente das opções de vida de cada pessoa, enquanto que outros não são controláveis, dividindo-se em fatores de risco de natureza comportamental e fatores de risco de natureza individual.
- Fatores de risco de natureza comportamental:
- Exposição solar crónica;
- Exposição solar com vários episódios de queimaduras solares na infância;
- Ausência de cuidados de proteção solar;
- Frequência recorrente de solários;
- Fatores de risco de natureza individual:
- Pele clara e fototipo baixo;
- Pele com sardas;Dificuldade em bronzear;
- Presença de muitos sinais pigmentados;
- Imunossupressão crónica.
Como é feito o diagnóstico de cancro da pele?
![cancro da pele diagnostico](https://cdn.vidaativa.pt/uploads/2019/11/765_360_121835-skin-cancer_1554830710.jpg)
O diagnóstico inicial depende exclusivamente do doente. É necessário que este conheça o seu corpo para assim conseguir reconhecer os sinais de alarme e procurar a opinião de um dermatologista.
Depois de recorrer a um profissional de saúde, é feito o diagnóstico clínico. Este é feito com recurso a um exame físico, e caso seja necessário, a uma biópsia. Esta consiste na remoção de uma parte da pele, onde poderá estar o sinal a analisar, para ser observada ao microscópio por um especialista de anatomia patológica. Só assim é possível fazer o diagnóstico de melanoma.
Sempre que é diagnosticado atempadamente, todos os cancros de pele podem ser tratados com cirurgia, com anestesia local, evitando assim a necessidade de recorrer a tratamentos mais intensivos, tais como radioterapia ou quimioterapia.