Farmacêutica Rita Teixeira
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09 Abr, 2019 - 13:30

Cancro do intestino: tudo o que precisa saber sobre a doença

Farmacêutica Rita Teixeira

Cancro do intestino, ou cancro do cólon ou do reto, é um dos cancros mais preocupantes em todo o mundo. Venha conhecê-lo e saber quais os fatores de risco.

Cancro do intestino: tudo o que precisa saber sobre a doença

Em Portugal os números de cancro do intestino são preocupantes, sendo uma doença com uma incidência alta.

O cancro do intestino, um tumor maligno que tem origem nas células epiteliais do intestino grosso, podendo ser sub-dividido em dois tipos diferentes: cancro do cólon, com início no cólon e o cancro retal, que tem início no reto.

Este é uma das doenças mais frequentes em todo o mundo, estando relacionado de igual forma com o homem e com a mulher.

Na maior parte das pessoas, o cancro do intestino desenvolve-se lentamente, levando vários anos até sentir sintomas ou perceber que algo de errado se passa. Precisamente por isso é muito importante estar informado sobre os sintomas que pode desenvolver ou os fatores de risco a que deve estar atento.

Quais são os sintomas do cancro do intestino?

cancro do intestino colicas fortes

Tal como noutros tipos de cancro, muitos dos seus sintomas não são exclusivos e como os principais sintomas de cancro do intestino são muitas vezes encarados com normalidade, o diagnóstico pode ser tardio, levando à descoberta de uma doença com uma gravidade já preocupante.

No entanto, os que caraterizam esta doença ou que levam a que o doente tome precauções e consulte um médico são:

  • Diarreia ou prisão de ventre;
  • Fezes sanguinolentas;
  • Fezes com consistência diferente do habitual;
  • Cólicas, causando desconforto ou dor;
  • Perda repentina de peso;
  • Sensação de cansaço recorrente;
  • Enjoos com náuseas e vómitos.

Caso sinta estes sintomas por mais de 1 mês, deve consultar um médico para que este avalie o seu caso, recomende as análises mais apropriadas e, caso seja esse o caso, possa explicar-lhe qual o melhor tratamento e quais as alterações no seu estilo de vida que precisará de fazer.

Principais fatores de risco associados ao cancro do intestino

cancro do intestino ma alimentacao

Existem diversas doenças, diversos estilos de vida e diversas ações que se podem transformar num fator de risco grave para o cancro do intestino. Principalmente, quando aparecem em simultâneo num mesmo doente.

Os seguintes pontos representam os fatores de risco mais prevalentes e que necessitam de mais cuidados por parte do doente que os possa ter:

1. Idade

A idade é um dos principais fatores de rico de cancro do cólon, uma vez que com o aumento da idade, aumenta também o risco do aparecimento desta doença. Cerca de 99% dos doentes tem mais de 50 anos e a idade média fixa-se no 72 anos.

2. Pólipos no colón intestinal

Outro dos fatores mais importantes em quem apresenta este cancro. No entanto, a probabilidade de ter ou desenvolver este cancro depende dos tipos de pólipos que apresenta, podendo ser de 3 tipos:

  • Pólipos hiperplásicos (de crescimento rápida que raramente evoluem para cancro);
  • Pólipos adenomatosos ou adenomas (apresentam células de aspeto anormal; o risco de ter cancro aumenta com o número de adenomas presentes e com o aspeto deles. Mais de 3 adenomas, com mais de 4cm e uma forma típica de “couve-flor” traduzem-se num risco alto);
  • Pólipos inflamatórios (aparecem no contexto de outras doenças intestinais e raramente evoluem para cancro);

3. Doença Inflamatória intestinal

São doenças como colite ulcerosa ou doença de Crohn e apresentam um risco grande de evoluírem para cancro do cólon.

4. Síndrome de Lynch

Uma doença que está relacionada com o cancro do cólon ou do reto, onde cerca de 2 em cada 100 doentes apresentam esta síndrome.

5. Situações prévias de cancro

Um doente que já tenha passado por um cancro (igual ou diferente) tem maior probabilidade de vir a desenvolver novamente a doença, mesmo que não apresente evidências médicas de doença.

6. Antecedentes de cancro na família

Se um familiar direto teve este tipo de cancro, o seu risco é mais elevado.

7. Alimentação

Como na maior parte das doenças, a alimentação está intimamente relacionada com o risco de desenvolver doenças, especialmente este cancro.

Uma dieta pobre em fruta e vegetais, cálcio, fibra e rica em gordura, está relacionada com o aumento da probabilidade de cancro do intestino.

8. Tabaco

O consumo de tabaco é um importante fator de risco para inúmeras doenças, não sendo o cancro do intestino uma exceção.

Cancro do intestino: exames requisitados pelos médicos

cancro do intestino colonoscopia

Caso o médico suspeite de cancro do intestino, existem alguns exames que são comuns de serem pedidos para confirmar este diagnóstico:

  • Exame às fezes: para perceber a presença de sangue oculto que muitas vezes indica haver algum problema mais grave associado;
  • Colonoscopia: avaliar o interior do intestino e perceber se há algum problema nas paredes deste;
  • Tomografia computadorizada: uma técnica mais rara, que apenas é opção quando a colonoscopia não é uma opção devido a alterações da coagulação ou dificuldade respiratória.

Qual o tratamento mais indicado para o cancro do intestino?

cancro do intestino cirurgia

Quando o cancro do intestino é confirmado pela equipa médica e se começa a pensar no passo seguinte, o tratamento, é importante classificar o cancro segundo o estadio em que se encontra. Existem 4 estadios e estes diferem segundo a gravidade do cancro, bem como com o tratamento a optar.

No estadio I, a opção de tratamento passa geralmente pela cirurgia, enquanto que no estadio II e III se aplica além da cirurgia, também a quimioterapia e/ou radioterapia, como terapêutica complementar. No estadio IV, não existe um tratamento estabelecido, dependendo exclusivamente do doente e do estado da sua doença.

A cirurgia engloba diferentes procedimentos cirúrgicos, como por exemplo uma laparoscopia ou uma cirurgia aberta. A primeira consiste na introdução de um laparoscópio através de pequenas incisões no abdómen, o que acaba por reduzir o trauma de toda a intervenção. Já a cirurgia aberta é uma cirurgia mais invasiva e agressiva que consiste numa incisão na barriga, mais ou menos longa, que dá acesso ao abdómen.

Independentemente do tipo de cirurgia, sempre que é necessário remover uma parte do intestino, o cirurgião tenta sempre unir as duas partes do intestino de forma a não causar mais danos ao organismo.

No entanto, nem sempre é possível e por vezes é preciso recorrer a uma colostomia. A colostomia é um procedimento cirúrgico que consiste na criação de uma abertura no abdómen que liga a parte superior do intestino ao exterior, colocando-se um saco exterior para a recolha das fezes que passam a ser expelidas pelo organismo através desta abertura. Esta colostomia normalmente é necessária só até à cicatrização cirúrgica do cólon estar concluída, após a qual o cirurgião volta a unir o intestino e o doente passa a não ter mais danos.

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