Farmacêutica Cátia Rocha
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03 Set, 2018 - 17:08

Alternativas Hormonais à Pílula: qual a mais adequada para si?

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Apesar da pílula ser o método contracetivo mais usado, esta não se ajusta às necessidades de todas as pessoas. Existem alternativas hormonais à pílula.

Alternativas Hormonais à Pílula: qual a mais adequada para si?

Na hora de escolher o melhor método contracetivo para prevenir uma gravidez, existem inúmeras alternativas hormonais à pílula.

A pílula anticoncepcional é um método contracetivo de utilização diária utilizado pela maioria das mulheres. Tem uma eficácia de 99%, desde que tomada corretamente. Existem vários tipos. Diferem no tipo de hormonas, na quantidade e no regime de administração.

Quando a pílula anticoncecional diária não se adapta às necessidades, há que conhecer quais as alternativas. Aliás, quanto mais souber sobre as opções contracetivas disponíveis, melhor poderá tomar decisões informadas acerca do método que melhor se adapta às suas necessidades.

ALTERNATIVAS HORMONAIS À PÍLULA: SEMANAL

1. Sistema transdérmico hormonal

Sistema transdermico hormonal

O sistema transdérmico hormonal é o único método de contraceção semanal. Tal como a pílula combinada, liberta estrogénio e progestagénio, embora as mulheres devam estar conscientes que a sua exposição ao estrogénio é ligeiramente superior ao observado com as pílulas combinadas de baixa dosagem.

O sistema transdérmico hormonal pode ser colocado no abdómen, nádegas, braço ou parte superior do corpo – mas não nos seios. O sistema transdérmico hormonal é substituído sete dias mais tarde, e depois de três semanas de utilização não se deve usar nenhum sistema transdérmico hormonal durante uma semana, semana na qual ocorre a menstruação. Em seguida começa um novo ciclo de aplicações.

Vantagens

  • Apenas tem que pensar em contraceção uma vez por semana;
  • Tão eficaz como a pílula;
  • A eficácia não é afetada por perturbações gastrointestinais.

Desvantagens

  • Não é adequado para mulheres fumadoras com mais de 35 anos, mulheres com a pressão arterial elevada, com tendência para trombose ou com doença hepática;
  • Pode surgir irritação da pele;
  • O sistema transdérmico fica visível;
  • Menos eficaz em mulheres com mais de 90 Kg.

ALTERNATIVAS HORMONAIS À PÍLULA: MENSAL

2. Anel vaginal

anel vaginal

O anel vaginal flexível oferece-lhe proteção contra uma gravidez não desejada durante um mês.

O anel flexível é introduzido pela mulher na vagina, como um tampão. A posição exata do anel na vagina não afeta a sua eficácia. É utilizado durante três semanas e depois é retirado. Um novo anel deve ser introduzido exatamente uma semana mais tarde.

Vantagens

  • Utilização uma vez por mês;
  • Tão fácil de introduzir como um tampão;
  • Tão eficaz como a pílula;
  • Baixa dose de hormonas;
  • Os problemas gastrointestinais não afetam a sua eficácia.

Desvantagens

  • Não é recomendado a fumadoras com mais de 35 anos, mulheres com pressão arterial alta, tendência para trombose ou insuficiência hepática;
  • Raro: a sensação de um objeto estranho dentro do corpo.

ALTERNATIVAS HORMONAIS À PÍLULA: TRIMESTRAL

3. Injeção

alternativas hormonais a pilula e injecao

Trata-se de um método de contraceção progestativa injetável disponível no mercado em Portugal é constituída por um progestativo (o acetato de medroxiprogesterona) na dose de 150 mg intramuscular de 12 em 12 semanas. A injeção contracetiva contém uma dose de hormonas de progestagénio bastante alta, semelhante ao progestagénio produzido pelos ovários.

Vantagens

  • Não ter que pensar em contraceção enquanto dura o efeito da injeção;
  • Pode ser usado durante a amamentação;
  • A eficácia não é afetada por perturbações gastrointestinais;
  • Recomendado para mulheres que não podem tomar estrogénios;

Desvantagens

  • As injeções devem ser administradas por um médico;
  • Hemorragias irregulares e imprevisíveis.

ALTERNATIVAS HORMONAIS À PÍLULA: VÁRIOS ANOS

4. Implante

implante

O implante hormonal oferece à mulher proteção contra a gravidez durante três anos. Uma vez introduzido corretamente, não requer qualquer ação diária por parte da mulher – e é muito eficaz. Contém um progestagénio denominado etonogestrel e não contém estrogénio.

Normalmente, o implante é colocado por baixo da pele do braço pelo seu médico.

Vantagens

  • Contracepção até três anos;
  • Método muito eficaz;
  • Dose baixa de hormonas;
  • Aconselhável em casos de intolerância ao estrogénio;
  • Discreto;
  • Rápido retorno à fertilidade pré-existente.

Desvantagens

  • São possíveis algumas alterações no padrão de hemorragia – a menstruação tende a tornar-se mais irregular;
  • Não é aconselhável em casos de tromboses agudas, embolias ou doenças hepáticas graves.

5. Dispositivo intrauterino hormonal

DIU

Trata-se de um método contracetivo de longa duração (até 5 anos). É introduzido diretamente no útero, a sua utilização só é aconselhável a mulheres que já tenham sido mães.

O sistema intrauterino hormonal é inserido pelo ginecologista diretamente no útero, utilizando um aplicador específico. O sistema intrauterino liberta a sua substância ativa continuamente e em quantidades iguais.

Vantagens

  • Contraceção efetiva durante cinco anos;
  • Aconselhável para casos de intolerância ao estrogénio;
  • Não é afetado por perturbações gastrointestinais.

Desvantagens

  • Inicialmente podem surgir irregularidades no ciclo menstrual;
  • São recomendadas ecografias regulares;
  • Em mulheres que ainda não tenham sido mães, a inserção poderá ser impossível ou dolorosa.

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