Catarina Milheiro
Catarina Milheiro
02 Mai, 2023 - 13:03

Tipos de pais: qual é o seu estilo parental?

Catarina Milheiro

Há mesmo diferentes tipos de pais. Conheça 3 estilos parentais e reflita sobre o comportamento de cada um. Em qual se encaixa?

Sabia que os diferentes tipos de pais e os seus estilos parentais determinam a forma como é construído o relacionamento com os filhos?

Ser pai ou mãe é um dos papéis mais gratificantes da vida, não haja dúvidas, mas também dos mais difíceis. São vários os aspetos em comum que encontramos nos pais de todo o mundo e na forma como educam os mais pequenos, mas as diferenças são também abruptas. A personalidade, os valores éticos e morais e até a cultura são alguns exemplos de aspetos que diferenciam os estilos parentais.

Na verdade, os tipos de pais funcionam um pouco como os tipos de personalidade ou até como os signos do zodíaco. Se refletirmos com atenção, todos temos características distintas. Não existe o tipo autoritário perfeito ou o permissivo perfeito.

Os tipos de pais (e os 3 estilos parentais)

Se também sempre teve curiosidade para saber que tipos de pais existem e quais são os estilos parentais mais comuns, nós explicamos.

Quando nos tornamos pais, somos naturalmente inexperientes e é normal procurarmos algumas referências. E a tendência é para refletirmos sobre a nossa própria experiência enquanto filhos, apesar de não ser o mais recomendável.

Ainda assim, conseguimos perceber que os filhos de pais autoritários têm tendência a ser um pouco mais permissivos porque não pretendem recriar aquele ambiente de obediência que já tiveram oportunidade de sentir na pele enquanto jovens.

Já os filhos de pais permissivos, preferem ambientes estruturados e onde os limites sejam bastante claros – acabando por ser mais autoritários caso seja necessário.

No fundo, tudo se resume um pouco à experiência que tivemos enquanto filhos. E para nos ajudar a definir os tipos de pais, a classificação dos estilos parentais foi baseada nos trabalhos de Diana Baumrind e posteriormente por Maccoby e Martin e são classificados como: autoritário, permissivo e negligente.

1.

Pais autoritários

A comunicação do tipo de pais autoritário com os filhos baseia-se um pouco no medo, acabando por se tornar numa relação nociva pelo simples facto de que leva as crianças e jovens a perderem-se de si mesmos.

Muitas vezes, afirmações como “porque sim” ou “porque eu mando”, estão vivamente presentes no dia-a-dia deste tipo de pais. Além disto, a postura verbal e, por vezes física, são características deste tipo de pai ou mãe.

Como consequência, a criança acaba por ficar com medo de questionar quer os pais, como familiares e até na escola em sala de aula. No fundo, sente que nem vale a pena fazer a pergunta com medo de ser reprovada e de se dececionar.

Ser firme é diferente de ser autoritário e esta questão é deveras importante. Afinal, não queremos magoar os nossos filhos nem prejudicar o seu futuro pelas nossas atitudes e formas de estar na vida.

2.

Pais permissivos

Este é talvez um dos estilos de parentalidade mais criticados no mundo atual em que vivemos. Mas será que deveria ser assim tão criticado?

Este tipo de pais pode não ser assim tão autoritário ou permitir que os filhos façam várias coisas, mas se pensarmos bem, nunca serão o tipo de pais que deixam os filhos colocar os dedos numa tomada – afinal, tudo o que visam é o melhor para os mais pequenos.

Contudo, os pais permissivos devem estar atentos para não deixarem a criança chegar a um ponto em que faz tudo o que quer. Caso contrário, qualquer regra que tente impor ou decisão que tome que irá desapontar o seu filho, será evitada.

A verdade é certa: aqui a comunicação é aberta. Contudo, não existe uma orientação ou limites, e acaba por ser a criança a decidir sozinha. Porém, essa opção poderá ter consequências na vida adulta: ou se tornam em bons alunos, autónomos e organizados ou então terão uma dificuldade atroz em conter emoções e revelam um comportamento irreverente.

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3.

Pais negligentes

Conhece alguém que tenha pais que não sabem o nome do professor do filho? Ou então os que não comparecem em nenhuma das reuniões da escola, por exemplo? Pois bem, esse tipo de pais encaixa-se perfeitamente no estilo negligente.

A sua maior característica é pensarem que a criança aprende sozinha e pior ainda, que se cria sozinha também. Ora, este tipo de atitude é altamente nocivo para o desenvolvimento dos mais pequenos, já perante este tipo de comportamento, podem perder a vontade de aprender e tornarem-se insolentes.

As crianças que são negligenciadas pelos próprios pais tendem a encontrar algum adulto que acabe por adotar esse papel materno ou paterno de forma um pouco mais eficaz. Além disto, as crianças acabam por não acreditar que têm o direito de aprender e, por isso mesmo, nem lutam para alcançarem esse direito.

Depois de analisarmos os 3 estilos parentais, a verdade é que todos eles parecem ter algum tipo de consequências para as crianças. Assim, o ideal é mantermos uma postura que se alinhe sempre com aquilo em que acreditamos, com os nossos valores e permitirmos que a criança defina a sua própria personalidade.

Com isto não queremos dizer que não devem ser impostas regras, muito pelo contrário. Mas é necessário repensarmos bem na forma como as tentamos impor ou passar aos mais jovens de forma a que ninguém saia prejudicado. Independentemente de tudo isto, educar é uma tarefa difícil e lembre-se que ninguém consegue ser perfeito 24 horas, 7 dias por semana.

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