Nuno Mendes
Nuno Mendes
20 Mar, 2019 - 12:00

Ragdoll: tudo o que precisa de saber sobre esta raça

Nuno Mendes

O Ragdoll pode ser descrito em três palavras: grande, bonito e relaxado. Tão relaxado que ele vai literalmente desmanchar-se nos braços do seu dono, como um boneco. A raça, que é a quarta mais popular na América, de onde é originária, possui um dos temperamentos mais dóceis, calmos e silenciosos entre os seus congéneres.

Ragdoll: tudo o que precisa de saber sobre esta raça

O Ragdoll é uma das maiores raças felinas domésticas, mas, apesar do físico imponente, o seu nome significa “boneca de trapos” em inglês, numa referência à maior característica deste gato: diz-se que é tão dócil, que ao pegá-lo ao colo, costuma relaxar os músculos, tornando-se frágil e mole.

Talvez por causa disso tenha surgido o mito de que seria imune à dor, o que é totalmente falso, pois a sua disposição relaxada advém apenas de uma natureza confiante e tranquila, que tornam o Ragdoll um bom gato para terapias.

Características gerais do Ragdoll

grupoGrupo: Gatos de pelo semi-longo
origemPaís de Origem: Estados Unidos da América
portePorte: Grande
pesoPeso ideal: de 4,5kg a 9kg
corCor: O Ragdoll existe em quatro cores – seal, azul, chocolate e lilás – e três padrões com estas cores – bicolor, colourpoint (cor suave com as extremidades escuras) e mitted (peito e queixo brancos; patas dianteiras “enluvadas”).
lifeEsperança Média de Vida: de 12 a 17 anos
preçoPreço médio: de 660€ a 990€

Características específicas do Ragdoll

São gatos carentes de atenção e ficam mais felizes na companhia dos donos, não sendo, por isso, recomendados a quem passa muito tempo fora de casa. São fiéis ao ponto de ir receber a família quando os seus membros chegam a casa, acompanhando os seus passos e seguindo-os até na hora de ir dormir.

O Ragdoll também é descontraído e divertido, sem chegar a ser hiperativo, possuindo uma necessidade moderada de exercício físico. Aliás, este gato prefere atividades que ficam ao nível do chão, pois, ao contrário de outras raças, não gosta muito de se aventurar nas alturas. Extremamente bem comportado, costuma brincar sem utilizar as suas garras e tem cuidado na interação com as pessoas.

A raça é pouco conversadora e não costuma miar, usando, em vez disso, sons baixos e discretos. Por serem tão silenciosos, podem não mostrar que estão angustiados ou com alguma dor, pelo que é preciso ficar atento.

rating 3Energia
rating 3Inteligência
rating 3Tolerância ao frio
rating 3Tolerância ao calor
rating 2Cuidados de higiene
rating 3Queda de pelo
rating 3Tendência para problemas de saúde
rating 3Facilidade de aprendizagem
rating 4Socialização com crianças
rating 4Socialização com estranhos
rating 4Socialização com cães
rating 4Socialização com gatos

Fases da vida do Ragdoll

fase-bébéfase-adultofase-idoso
BébéAdultoIdoso
0 – 24 meses24 – 12 anos12 – 17 anos

Físico do Ragdoll

Gato Ragdoll

O Ragdoll é um gato bastante grande e pesado, atingindo o seu tamanho e peso máximos por volta dos quatro anos. Possui um corpo comprido com peito largo e bem desenvolvido e uma massa de gordura maior na barriga, o que não significa que esteja gordo. A cabeça é ligeiramente cuneiforme de contornos arredondados, com o crânio reto entre as orelhas e bochechas proeminentes.

Os olhos são ovalados e levemente oblíquos, apresentando-se sempre num azul o mais intenso possível; e as orelhas inserem-se afastadas e um pouco viradas para a frente. A pelagem é densa, macia e sedosa, abundante na zona do pescoço, entre os dedos e na cauda.

Temperamento do Ragdoll

É um gato de convivência fácil devido ao seu temperamento tranquilo e bonacheirão. Prefere ambientes calmos, assustando-se com facilidade perante muita agitação e ruído. Delicado e indefeso ao ar livre, o Ragdoll adapta-se melhor à vida em apartamento, embora possa sair se tiver acesso a um jardim cercado.

Possui, no entanto, um caráter sociável e tolerante, dando-se bem com cães, gatos e outros animais domésticos, bem como crianças e idosos. São bons anfitriões com convidados, pois consideram que um carinho extra nunca é demais.

Problemas de Saúde do Ragdoll

Estômago e IntestinosTricobezoares
RinsSíndrome renal policística
CoraçãoCardiomiopatia hipertrófica
SanguePeritonite Infecciosa Felina (causada por um coronavírus)

Cuidados a ter com o Ragdoll

PeloO pelo comprido do Ragdoll deve ser escovado uma vez por semana para evitar bolas de pelo no seu estômago. Preste maior atenção às patas e à cauda, que podem acumular sujidade mais facilmente
AlimentaçãoComo é um gato com um amadurecimento lento, precisa que lhe seja oferecida uma ração própria para gatinhos até mais tarde
OutrosCertifique-se que a caixa de areia do Ragdoll tem as proporções adequadas para a raça, que é bastante grande

Origem do Ragdoll

A raça surgiu em 1960, pela mão de Ann Baker, da Califórnia, que obteve os primeiros exemplares a partir de um cruzamento entre a sua gata do tipo Angorá, Josephine, e um gato com características do Sagrado da Birmânia. Na altura, Baker insistia que Josephine tinha sofrido um acidente de automóvel, após o qual foi levada para um centro médico, onde o governo americano alterou os seus genes. Depois disso, as ninhadas da gata produziam crias de tamanho grande, temperamento muito dócil e um grande relaxamento muscular quando eram pegados ao colo.

A criadora, que patenteou o nome Ragdoll e obrigou qualquer pessoa que criasse e comercializasse a raça a pagar-lhe royalties, foi ficando cada vez mais excêntrica e os outros interessados afastaram-se para desenvolverem sozinhos a raça. Foi o caso de Denny e Laura Dayton, que desempenharam um importante papel no reconhecimento destes gatos.

Curiosidades sobre o Ragdoll

Um felino nascido com duas caras costuma chamar-se Janus, em homenagem ao Deus romano com o mesmo nome, que é representado desta forma. Um gato com esta anomalia ficou particularmente famoso: chamava-se Frankenlouie e era um Ragdoll, que viveu por uns surpreendentes 15 anos, antes de falecer em 2014. Por causa disso, surgiu no livro do Guiness como o gato Janus com a vida mais longa.

O histórico hotel Algonquin, em Nova Iorque, começou a adotar gatos, a maioria abandonados, em 1930. O mais recente é um Ragdoll fêmea chamado Matilda III que chegou ao edifício em 2010 e agora dorme numa casinha feita por medida na receção.

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