Teresa Santos
Teresa Santos
10 Jul, 2023 - 12:29

Saiba por que não deve usar o protetor do ano passado

Teresa Santos

O bom tempo é sempre sinónimo de mais tempo em exposição ao sol. Sabe por que não deve usar o protetor do ano passado?

Se, no ano que passou, não foi muitas vezes à praia, é natural que ainda tenha guardadas algumas embalagens de protetor solar. Porém, é importante saber por que não deve usar o protetor do ano passado.

Compreendemos que, em alguns casos, possa ter restado uma embalagem quase inteira. Contudo, mesmo assim, deve perceber por que não deve usar o protetor do ano passado e comprar um novo para usar nestas férias de verão. Fique a conhecer os riscos que corre, se optar por aplicar protetor solar fora do prazo de validade.

Por que não deve usar o protetor do ano passado

Protetor solar e chapéu na areia

Por norma, o prazo de validade de um protetor solar é de três anos. Contudo, esta validade vai depender do uso e armazenamento que fazemos do produto.

Os cosméticos – como cremes, maquilhagem, champôs, entre outros – têm nas suas embalagens um símbolo que indica por quanto tempo o produto pode ser preservado, depois de estar aberto. Ou seja, se um protetor ostentar o seguinte símbolo “12M”, significa que, após ser aberto, ele só deve ser utilizado durante os 12 meses seguintes à sua abertura.

Além disso, um protetor ou qualquer creme ou loção, no geral, devem ser acondicionados corretamente, o que significa guardá-los num local com uma temperatura abaixo dos 25ºC e protegidos da exposição solar direta.

E são precisamente estes dois últimos requisitos que é impossível cumprir com os protetores, uma vez que na praia é difícil mantê-los a uma temperatura inferior a 25ºC e sem exposição solar direta.

Os efeitos do calor no protetor solar

Os dermatologistas defendem que, quando sujeito a altas temperaturas, o protetor solar e os seus filtros químicos acabam por se decompor e sofrer alterações, fazendo com que ele deixe de ser eficaz. Deste modo, o protetor deixa de cumprir a sua missão que é, precisamente, a de proteger a pele dos raios solares.

É ainda importante sublinhar que, mesmo quando o protetor ainda está dentro da validade indicada, devemos estar atentos ao seu aspeto e consistência, tal como fazemos com os alimentos.

Por exemplo, um iogurte que não seja acondicionado no frio, rapidamente poderá ficar estragado e sem condições de ser consumido, mesmo que ainda esteja dentro do seu prazo de validade. O mesmo acontece com o protetor solar.

Mulher na praia a aplicar protetor solar nas pernas

Estudo Deco Proteste

Apesar de ser aconselhável respeitar o prazo de validade dos protetores solares e ser recomendável guardá-los em local fresco e sem exposição solar, em 2017, foi feito um estudo que revelou que alguns protetores, mesmo quando sujeitos a condições extremas, como exposição direta aos raios solares e mudanças bruscas de temperatura, mantiveram as suas qualidades, propriedades e eficácia.

O mesmo estudo concluiu que os protetores em análise, com fator de proteção solar 50+, um ano após a abertura da embalagem, permaneciam com a mesma textura, consistência e proteção, relativamente aos raios ultravioleta do tipo B e do tipo A (UVB e UVA).

O que deve, então, fazer?

Apesar dos resultados do estudo exposto anteriormente, deve adotar uma atitude preventiva e descartar todos os protetores solares fora de validade. Além disso, independentemente de estarem ou não dentro do seu prazo de validade, deve sempre analisar o estado dos protetores e verificar se eles têm, por exemplo, um odor anormal ou uma textura heterogénea. Se for o caso, deve mesmo deitá-los fora.

Caso aplique bem e regularmente o protetor solar e, mesmo assim, a sua pele ficar vermelha, então esse pode ser um sinal de que o protetor já perdeu a sua eficácia. Se for o caso, pode sempre usá-lo como um creme hidratante e aplicá-lo no corpo, depois de um dia de praia.

Quanto aos protetores solares acabados de comprar, tenha em atenção a forma como os armazena. Não se esqueça que os deve guardar num sítio seco, à temperatura ambiente e protegidos da luz solar direta.

Não os guarde dentro do frigorífico, nem no WC, pois são espaços muito frios e muito húmidos, respetivamente.  

Sempre que aplicar o protetor solar na praia, não o deve deixar exposto ao sol (sobre a toalha, por exemplo), mas sim fechá-lo bem e colocá-lo numa zona com sombra (debaixo do guarda-sol, por exemplo).

Outra prática altamente desaconselhada é a de guardar o protetor solar no carro, pois o automóvel pode atingir temperaturas muito elevadas, o que, como explicámos, pode comprometer o bom estado do protetor.

Mais coisas que deve ficar a saber sobre os protetores solares

Mulher a aplicar protetor solar
  1. Os protetores são igualmente eficazes, independentemente de se tratarem de fórmulas em spray, creme, gel ou óleo.
  2. Os protetores com filtros físicos ou minerais são mais recomendados para pessoas com doenças dermatológicas e alergia ou sensibilidade ao sol e para crianças com menos de 3 anos.
  3. Os bebés não devem usar os mesmos protetores que os adultos.
  4. Por norma, os protetores à venda nas farmácias são mais eficazes, pois essas marcas têm acesso a moléculas mais sofisticadas de proteção contra os raios solares.
  5. Mesmo quando já se está bronzeado, deve manter-se a aplicação do protetor, sem reduzir o seu índice de proteção.
  6. Os protetores corporais podem ser aplicados no corpo e no rosto, mas não nos lábios, nem no cabelo, devendo aplicar-se protetores específicos nessas regiões do corpo.
  7. Não há protetores capazes de resistirem a mais de 10 minutos de imersão na água. Portanto, é essencial renovar a aplicação do protetor, quando sai do mar ou da piscina.
  8. O protetor deve ser colocado antes de sair de casa e renovado de duas em duas horas, sempre que estiver sujeito à exposição solar, seja na praia, na piscina, no campo, no jardim, no parque ou em qualquer outro lugar ao ar livre.
Veja também

Artigos Relacionados