Farmacêutica Cátia Rocha
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07 Fev, 2018 - 18:37

Lactação artificial ou lactação materna? Quais os riscos e benefícios?

Farmacêutica Cátia Rocha

A lactação artificial, nos casos em que a mãe decida que é a alimentação mais conveniente para o seu filho ou seja necessário, fornece todos os nutrientes necessários para o desenvolvimento do bebé.

Lactação artificial ou lactação materna? Quais os riscos e benefícios?

Durante os primeiros seis meses de vida, se possível, evite recorrer à lactação artificial para amamentar o seu bebé. Não só traz inúmeras vantagens para a mãe assim como protege o seu filho.

O leite materno é o alimento naturalmente perfeito e vai dar ao seu bebé o melhor começo de vida. Por este motivo, a OMS recomenda o aleitamento materno exclusivo durante pelo menos os primeiros 6 meses.

ALEITAMENTO MATERNO: BENEFÍCIOS PARA A MÃE E PARA O BEBÉ

lactacao artificial e leite materno

A amamentação é um ato de amor e carinho, que proporciona uma relação íntima entre mãe e bebé, sendo um fator fundamental para o seu desenvolvimento psicoafetivo.

As vantagens do aleitamento materno são múltiplas e já bastante reconhecidas, quer a curto, quer a longo prazo, existindo um consenso mundial de que a sua prática exclusiva é a melhor maneira de alimentar as crianças até aos 6 meses de vida.

O aleitamento materno tem vantagens para a mãe e para o bebé:

  • Previne infecções gastrointestinais, respiratórias e urinárias;
  • Tem um efeito protector sobre as alergias, nomeadamente as específicas para as proteínas do leite de vaca;
  • Faz com que os bebés tenham uma melhor adaptação a outros alimentos;
  • A longo prazo, podemos referir também a importância do aleitamento materno na prevenção da diabetes e de linfomas no bebé.

No que diz respeito às vantagens para a mãe, o aleitamento materno facilita uma involução uterina mais precoce (processo em que o útero volta ao seu tamanho normal), e associa-se a uma menor probabilidade de ter cancro da mama entre outros. Sobretudo, permite à mãe sentir o prazer único de amamentar.

Para além de todas estas vantagens, o leite materno constitui o método mais barato e seguro de alimentar os bebés, relativamente à lactação artificial.

CONTRA-INDICAÇÕES DO ALEITAMENTO MATERNO

1. Contra-indicações temporárias

Existem certas situações em que as mães não devem amamentar os seus bebés, até essas mesmas situações estarem resolvidas, por exemplo, mães com algumas doenças infeciosas como a varicela, herpes com lesões mamárias, tuberculose não tratada ou ainda quando tenham de efectuar uma medicação imprescindível.

Durante este período de tempo, os bebés devem ser alimentados com leite artificial por copo ou colher, e a produção de leite materno deverá ser estimulada.

2. Contra-indicações definitivas

As contra-indicações definitivas do aleitamento materno não são muito frequentes, mas existem. Trata-se de mães com doenças graves, crónicas ou debilitantes, mães infetadas pelo vírus da imunodeficiência humana (VIH), mães que precisem de tomar medicamentos que são nocivos para os bebés e, ainda, bebés com doenças metabólicas raras como a fenilcetonúria e a galactosemia.

A ESCOLHA DE LACTAÇÃO ARTIFICIAL

formulas para lactentes

A transição entre leites deve ser sempre acompanhada pelo médico pediatra e feita exclusivamente de acordo com a sua indicação.

Em primeiro lugar devem ser tidas em conta as necessidades nutricionais do bebé ou outras necessidades ou condições específicas, como por exemplo as intolerâncias à lactose ou à proteína do leite de vaca.

A classificação dos leites e fórmulas infantis, quando efetuada de acordo com o grupo etário a que se dirige o produto, corresponde a 3 tipos básicos:

  • Leites ou fórmulas para lactentes (leite 1) – possuem indicações nutricionais específicas destinadas a lactentes durante os primeiros meses até os 6 meses e satisfazem integralmente as necessidades nutritivas desses lactentes até à diversificação alimentar. O uso destas fórmulas só deve ser feito com indicação do médico pediatra, em situações específicas, sendo sempre preferível e aconselhado o aleitamento materno.
  • Leites ou fórmulas de transição (leite 2) – são recomendados após os 6 meses e genericamente, até aos 12 – 24 meses, como complemento da diversificação alimentar. Existem em fórmulas standard e fórmulas com especificações funcionais (ex: antiobstipação, anticólica, entre outros);
  • Leites ou fórmulas de crescimento (leite 3) – destinam-se a crianças dos 9 – 12 meses até aos 36 meses.

> Saiba mais sobre os tipos de leite ideais para depois do desmame do leite materno.

4 CUIDADOS A TER NA COMPRA DE LACTAÇÃO ARTIFICIAL

Leia com atenção os seguintes cuidados para que possa fazer uma compra do leite artificial consciente e cuidada:

  1. Os leites artificiais são elaborados a partir de leite de vaca, adaptados a satisfazer as necessidades do bebé de acordo com a sua idade, caso tenha alguma necessidade nutricional específica deverá procurar um leite adaptado.
  2. Verificar a data de validade inscrita na embalagem de leite antes da sua utilização.
  3. A lata de leite em pó deve estar bem fechada e depois de aberta só pode ser utilizada durante um mês. Prepare um biberão de cada vez e use-o de imediato.
  4. A embalagem de leite artificial líquido deve ser agitada antes de abrir e conservada no frigorífico para consumir no prazo de 24h.

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