Nutricionista Teresa Silva
Nutricionista Teresa Silva
03 Mai, 2018 - 16:27

5 Fatores externos que despertam a compulsão alimentar

Nutricionista Teresa Silva

Existem certas situações no nosso dia-a-dia que levam ao descontrolo do apetite. Conheça os fatores que despertam a compulsão alimentar.

5 Fatores externos que despertam a compulsão alimentar

Sente que em algumas situações do seu dia-a-dia não consegue controlar o apetite e acaba por comer demasiado? E que a alimentação funciona como um escape para não entrar em contacto com as fragilidades momentâneas? Sente que existem certos alimentos que a trazem conforto? Existem fatores externos que despertam a compulsão alimentar.

Para perder peso necessita ingerir menos calorias do que as que gasta. Isto irá depender de duas grandes variáveis: A primeira tem a ver com a escolha de alimentos saudáveis e pouco calóricos e a segunda, com a quantidade de alimentos que costuma ingerir ao longo do dia.

Seria bem mais fácil controlar estas duas variáveis se apenas se se alimentasse para manter o organismo bem nutrido e se não tivesse uma componente social, emocional e psicológica associada à comida.

Se se identifica com estas situações veja aqui abaixo alguns fatores externos que despertam a compulsão alimentar e de que forma pode contorná-los.

5 fatores externos que despertam a compulsão alimentar

1. Situações do dia-a-dia que têm um impacto negativo sobre si

Todos os dias passa por situações que podem interferir com o seu estado emocional. Estas vão desde discussões com o marido, a passar demasiado tempo no trabalho. Isto poderá criar um impacto negativo na sua vida e, por sua vez, desencadear emoções menos positivas, como tristeza, raiva, irritação ou frustração, que a podem conduzir a uma compulsão alimentar.

Estratégias:

  • Encontrar estratégias compensatórias que não passem pela comida, como por exemplo, ler um bom livro, ir correr, passear à beira mar, etc;
  • Não adiar a resolução do problema. Quanto mais adiar, mais tempo ficará a sentir-se mal;
  • Rodeie-se de pessoas que lhe dêm suporte e que a façam sentir bem.

2. A célebre frase “Perdido por cem, perdido por mil”

Num processo de perda de peso é comum ocorrerem alguns deslizes, como por exemplo, não conseguir resistir a um chocolate e comê-lo sem pensar duas vezes. Mas depois, após o prazer momentâneo, normalmente vem a sensação de culpa. No entanto, pode pensar que “perdido por cem, perdido por mil” e achar que a dieta já não vale a pena, e desiste de comer de forma saudável, cometendo mais alguns excessos alimentares.

Estratégias:

  • Reconhecer o porquê de lhe ter apetecido algo mais doce naquele exato momento;
  • Não pensar que está tudo perdido. Pense na situação como um ato isolado e reconheça que pode voltar à sua rotina alimentar, sem que o chocolate ou outra tentação interfira com o seu processo de emagrecimento;
  • Permita-se comer algo mais calórico, definindo um dia por semana para o fazer. Assim, evita sentir-se mal consigo própria.

3. As memórias associadas à comida

Existem alguns alimentos e cheiros que nos reportam para uma determinada emoção e memória. Já lhe aconteceu sentir o cheirinho a bacalhau com natas e lembrar-se da sua mãe? Ou lembrar-se de que quando era criança e estava triste recebia guloseimas dos avôs?

O nosso cérebro grava essas memórias e cria um padrão de resposta. Por isso, quando se sentir de determinada forma poderá refugiar-se nesses alimentos porque a vão trazer uma sensação de conforto e tranquilidade.

Estratégias:

  • Inovar na cozinha e adaptar as receitas que lhe trazem conforto, com ingredientes mais nutritivos e pouco calóricos;
  • Mudar o padrão de resposta. Recompense-se de outra forma, sem ser com comida;
  • Esteja com pessoas que lhe tragam essa sensação de tranquilidade.

4. Convívios entre amigos ou familiares

A vida é repleta de convívios à mesa, como aniversários ou comemoração de ocasiões especiais. Mais uma vez, estes convívios podem ser tentadores e interferir com a perda de peso. O truque não passa por evitar este tipo de ocasiões, mas sim em encontrar algumas estratégias que a ajudem a prevenir a compulsão alimentar.

Estratégias:

  • Não diga que está em “dieta”, senão as outras pessoas terão a tendência de dizer que “é só desta vez, prova, come mais.” Diga apenas que não está com muita fome;
  • Encha o prato com saladas ou vegetais e coloque pouca quantidade de farináceos;
  • Em vez de provar um pouco de todas as sobremesas, escolha apenas a que goste mais e saboreie.”

5. Falta de organização das refeições

A falta de tempo poderá levar a uma falta de organização dos lanches para levar para o trabalho ou até mesmo da marmita do almoço ou jantar.

Quando prepara e leva as suas refeições, consegue controlar facilmente a quantidade e qualidade dos alimentos que ingere ao longo de um dia. E se não tiver consigo estas refeições, corre o risco de passar demasiado tempo sem comer e sentir uma maior vontade de comer na refeição seguinte.

Estratégias:

  • Prepare, com antecedência, as refeições para o dia seguinte;
  • Não passe mais de três horas sem fazer uma pequena refeição, mantendo os níveis de glucose no sangue estáveis para prevenir a compulsão alimentar;
  • Leve consigo uma garrafa de água e beba ao longo do dia. O corpo, muitas vezes, pode confundir fome com sede.

Em suma

A forma como nos alimentamos reflete a nossa qualidade emocional. Por isso, quando está mais vulnerável, ansiosa ou tem ocasiões especiais, deve manter um cuidado acrescido sobre os alimentos que escolhe.

Mudar os hábitos alimentares não é algo que acontece de um dia para o outro. Terá de compreender de que forma poderá interagir consigo e com os outros para não voltar a cair nos velhos hábitos e recuperar o peso perdido.

Aplique no seu dia-a-dia estas pequenas estratégias que farão toda a diferença.

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