Enfermeira Isabel Silva
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06 Out, 2017 - 11:20

Catapora ou varicela: o que é, sintomas e tratamento

Enfermeira Isabel Silva

A catapora é uma das doenças com maior nível de contágio da infância. Na maioria dos casos a sua evolução é benigna, afetando em especial crianças dos 3 meses aos 10 anos de idade.

Catapora ou varicela: o que é, sintomas e tratamento

A varicela, também conhecida como catapora, é uma infecção altamente contagiosa. É provocada um vírus, o Varicella-Zoster. As manifestações clínicas mais evidentes e comuns desta virose são febre e erupções cutâneas.

A catapora é a doença mais contagiosa da infância. Geralmente benigna, afeta crianças principalmente dos 3 meses aos 10 anos de idade.

O que é a catapora?

o que e a catapora

A catapora, ou varicela, é uma virose altamente contagiosa. O responsável é o Varicella-zoster, pertencente à família dos herpes vírus, que também pode provocar herpes e mononucleose.

A transmissão do vírus é feita através de gotículas expelidas pela boca ou nariz. O nível de contágio da catapora é tão alto que entre pessoas que moram na mesma casa, a probabilidade de apanhar a doença é de cerca de 90%. Para além da via respiratória, a doença também pode ser transmitida através do contato com objetos contaminados. O líquido proveniente das bolhas da varicela é altamente contagioso.

O período de incubação do vírus é de 10 a 20 dias. O indivíduo portador torna-se contagioso desde cerca de 48 a 72 horas antes do início dos primeiros sintomas.

Após uma primeira infeção o indivíduo desenvolve imunidade para a toda a vida. Ou seja, se já teve varicela, há muito pouca probabilidade de voltar a ter.

Durante a infância esta infeção é muito comum. Em crianças saudáveis, a varicela costuma ter um baixo índice de complicações e mortalidade. Já nos adultos, ou indivíduos imunodeprimidos, pode trazer complicações mais graves.

Quais são os sintomas da catapora?

menina a medir a febre

Primeiros sintomas da varicela:

Cerca de 24 horas após o início destes sintomas, surgem as lesões cutâneas típicas da catapora. As lesões são inicialmente pequenas pápulas avermelhadas que se transformam em bolhas cheias de líquido. Com o passar do tempo as bolhas vão secando e deixando crostas que acabam por cair ao fim de 1 a 2 semanas.

O rash próprio da infeção provoca muita comichão, pelo que é normal que a criança se queira coçar. No entanto, é fundamental evitar rebentar as bolhas para evitar a contaminação das lesões por microorganismos naturais da pele.

O perigo de contágio mantém-se até que todas as bolhas já tenham secado e formado crostas.

Quais são as possíveis complicações?

menino com pneumonia

São raras as complicações da catapora em crianças saudáveis. No entanto, elas existem:

  • Pneumonia;
  • Hepatite;
  • Encefalite (infecção do cérebro);
  • Miocardite (inflamação do coração);
  • Síndrome de Reye.

Como se trata a catapora?

pomada para tratar a varicela

Esta infeção não tem um tratamento específico, pelo que este passa pelo controlo e alívio dos sintomas. A comichão provocada pelas lesões pode ser aliviada recorrendo à utilização de loções à base de calamina ou ainda com a realização de banhos de água morna.

As dores e a febre são normalmente aliviadas e controladas com a utilização de analgésicos e anti-piréticos. A utilização de ácido acetilsalicílico (aspirina) não é aconselhado para o tratamento da catapora porque pode levar à ocorrência síndrome de Reye.

No caso de ser necessário, podem ser usados fármacos anti-histamínicos com o objetivo de controlar a comichão.

Nos casos mais graves poderá ser necessário o recurso a medicamentos antivirais. Para além disto, é recomendado que o doente permaneça em repouso.

Como se previne a catapora?

prevencao com vacina

Visto que se trata de uma virose com alto nível de contágio, o primeiro passo é isolar a criança infetada com catapora até que todas as lesões cutâneas sequem completamente.

Existe uma vacina, fora do Plano Nacional de Vacinação, disponível para compra nas farmácias. Ainda que esta não garanta 100% de proteção contra a doença, faz com que, no caso da ocorrência da mesma, a infeção seja muito mais leve.

A vacina pode ser administrada a partir dos 12 meses de vida, sendo necessária apenas uma dose. Se a vacinação for após os 13 anos de idade, são necessárias 2 doses, que deverão ser administradas com um intervalo de 6 a 10 semanas entre cada uma.

Está contraindicada em indivíduos imunodeprimidos, crianças com idade inferior a 1 ano, grávidas e indivíduos submetidos a tratamento com salicilatos. Após a vacinação, deve aguardar pelo menos 6 semanas até à administração de salicilatos.

Assim como a maior parte das vacinas, esta pode provocar alguns efeitos secundários no local de administração como vermelhidão, inchaço ou febre baixa.

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