Share the post "Amigdalite crónica: sintomas, causas e tratamentos mais comuns"
Um dos problemas comuns a todas as famílias especialmente quando existem crianças pequenas são as amigdalites. Neste artigo iremos abordar uma em especial, que pode causar vários problemas a longo prazo e muitas noites sem dormir aos pais e crianças: a amigdalite crónica.
Uma amigdalite crónica distingue-se das outras, as agudas, por serem infeções na garganta que se tornam recorrentes, podendo mesmo acontecer sete episódios por ano. Normalmente os agentes patológicos afetam as amígdalas de forma permanente e provocam processos inflamatórios recorrentes.
Já a amigdalite aguda, dura cerca de duas semanas, e é um processo inflamatório pontual que com o tratamento adequado, desaparece sem causar muitos danos.
No que consiste a amigdalite crónica?
Uma amigdalite é uma inflamação mais ou menos grave, caraterizada por um inchaço nas amígdalas.
As amígdalas, são como gânglios linfáticos que todos os humanos têm e que se localizam na parte lateral da garganta, perto da boca.
São ricas em glóbulos brancos e têm um papel importante na imunidade, ajudando a manter a boca livre de bactérias e germes que possam estar em objetos, alimentos ou mesmo ar, que entrando na boca, podem deslocar-se para outras partes do organismo sendo prejudiciais.
Devido a esta exposição, as amígdalas tornam-se facilmente num dos alvos preferidos de vírus e bactérias. Por isso mesmo, quando são ‘atacadas’, tentam proteger-se fazendo com que o corpo inicie um processo inflamatório levando ao inchaço destas e muitas vezes à presença de pus.
Principais sintomas de uma amigdalite
Sintomas mais comuns
- Amígdalas inchadas e vermelhas
- Dor ao engolir
- Dor de garganta, que tem como nome crónico odinofagia
- Febre
- Tosse
- Dor de cabeça
- Cansaço e mal-estar
- Mau hálito
- Placas brancas ou amarelas nas amígdalas
- Inchaço dos gânglios localizados no pescoço
- Dificuldade na ingestão de alimentos e/ou líquidos
Sintomas menos comuns
- Náuseas e vómitos
- Fadiga persistent;
- Dor de estômago
- Alterações na voz
- Dificuldade em abrir a boca
- Perda de apetite
- Ansiedade e/ou medo de sufocar
As causas mais prováveis de amigdalite crónica
As causas de uma amigdalite crónica vão ser importantes para também designar o tipo de amigdalite.
Estas podem ser bacterianas ou virais. As virais, são as mais comuns e podem ser causadas por agentes virais como adenovírus, rhinovírus, influenza, coronavírus, vírus EpsteinBarr ou citomegalovírus.
Já as amigdalites bacterianas são na maior parte dos casos causadas pelas bactérias Streptococcus pyogenes. No entanto, outras bactérias como Staphylococcus aureus, Mycoplasma pneumoniae, Chlamydia pneumoniae, Bordetella pertusis, Fusobacterium sp. ou Neisseria gonorrhoeae podem também estar na origem desta doença.
Existem fatores de risco para a amigdalite crónica?
Tal como em todas as doenças, existem alguns fatores que se consideram de risco para o desenvolvimento desta doença. No caso da amigdalite crónica, existe dois:
- Idade: ao contrário da maioria da doenças, a idade é amiga desta doença uma vez que quanto mais jovem se for, maior a probabilidade de desenvolver amigdalites, sendo que normalmente afetam muito as crianças
- Exposição a vírus e bactérias causadores: quando se frequenta locais, como creches e escolas, onde as bactérias e vírus possam existir mais frequentemente, também se está a aumentar o risco de desenvolver ma amigdalite
Como é feito o diagnóstico de uma amigdalite crónica?
O diagnóstico de amigdalite só pode ser feito por um médico, após uma análise peculiar dos sintomas (onde a palpação do pescoço por causa do inchaço das amígdalas é muito importante), histórico clínico e a realização de alguns exames.
Os exames mais frequentes passam pela contagem de células sanguíneas, teste de mononucleose, exame rápido para deteção de Streptococcus e ainda a cultura da secreção da garganta.
Existe tratamento para uma amigdalite crónica?
O tratamento habitual de uma amigdalite geralmente baseia-se na toma de medicação onde os médicos, caso se trate de uma amigdalite simples, receitam anti-inflamatórios que irão combater a inflamação e atenuar a dor. Muitas vezes é necessário recorrer também a antibióticos, no caso de amigdalites bacterianas.
No entanto, existem alguns fatores que interferem com o tratamento. São eles:
- Idade, condições gerias de saúde e antecedentes
- Extensão da infeção
- Tipo de infeção
- Tolerância do paciente para medicação
- Evolução da infeção
Quando a situação se torna crónica, medicação com anti-inflamatórios ou antibióticos não é suficiente sendo aconselhado um procedimento cirúrgico para remoção das amígdalas. Esta técnica tem o nome de amigdalectomia, e é um procedimento realizado com anestesia geral com a duração de cerca e 30 a 45 minutos, tendo os doentes muitas vezes alta no próprio dia.
Nestes casos já se verifica uma hipertrofia das amígdalas com criptas marcadas que causam mau hálito, só solucionando com cirurgia.
A amigdalite é contagiosa?
A resposta é universal: sim, a amigdalite é contagiosa quer seja de causa vírica ou bacteriana, sendo que a viral torna o contágio ainda mais fácil.
A transmissão é feita pela saliva de um paciente infetado, com uma pessoa sã. Esta transmissão não tem que ser diretamente pela saliva, sendo que basta o contacto com objetos que contenham os vírus ou bactérias de algum doente, para que a doença se desenvolva.
Esta transmissão e contágio podem ser prevenidos se tiver alguns cuidados. Cuidado com a tosse/espirros de pessoas doentes, lavar bem as mãos sempre que esteja e sítios públicos e evitar a troca de objetos pessoas, como talheres, copos ou toalhas.
A amigdalite do tipo bacteriana é muito comum em crianças e jovens entre as 5 e os 15 anos, uma vez que há uma grande exposição a diversos microrganismos, principalmente por ficarem mais expostas ao ambiente escolar, onde o contacto com outras crianças e jovens é muito grande.