Enfermeira Isabel Silva
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22 Set, 2017 - 11:08

Rinite alérgica: respondemos a 5 questões sobre este problema

Enfermeira Isabel Silva

A rinite alérgica é uma reação exacerbada do sistema imunitário em resposta ao contacto com um alergéneo através da mucosa nasal. Respondemos às 5 dúvidas mais frequentes.

Rinite alérgica: respondemos a 5 questões sobre este problema

A rinite alérgica é uma inflamação das mucosas nasais. É provocada por uma reação exarcebada do sistema imunitário a partículas alergéneas presentes no ar.

Este problema tem uma forte influência genética e hereditária. Pode surgir em qualquer idade, embora seja mais comum na infância e adolescência. Atinge de igual modo o sexo masculino e feminino. Quando surgem nas crianças, os sintomas costumam perdurar durante toda a vida.

Compilamos as 5 dúvidas mais frequentes sobre este problema.

1. Em que consiste a reação alérgica?

rinite alergica e inalacao de polen

Todas as partículas que tenham a capacidade de provocar uma reação alérgica chamam-se alergéneos. A reação alérgica consiste na reação exagerada do sistema imunitário a agentes estranhos ao organismos.

Existem várias vias de contato entre os alergéneos e o nosso organismo:

  • Inalação: pólen, fumo, pó, perfumes, entre outros;
  • Ingestão: alimentos, medicamentos, entre outros;
  • Contacto com a pele: substâncias químicas, cremes, látex, entre outros;
  • Inoculação na pele: como picadas de insetos, entre outros.

A reação alérgica não é provocada pela ação direta do alergénio. É uma resposta exacerbada do organismo quando entra em contacto com um alergéneo. É por este motivo que um indivíduo tem alergia a determinadas partículas e outro não.

2. O que é a rinite alérgica?

rinite alergica

Este problema surge quando um alergéneo entra em contacto com um indivíduo através da inalação ativando o seu sistema imunitário.

Um indivíduo é alérgico quando, ao entrar em contacto com uma determinada partícula, o seu sistema imunitário começa a produzir anticorpos para a combater como se fosse um agente agressor para o organismo, como uma bactéria ou um vírus, por exemplo.

Vamos supor que um indivíduo é alérgico ao pó. Quando o pó entra em contacto com a mucosa nasal do indivíduo alérgico, são produzidos anticorpos IgE. A partir deste primeiro contacto, passam a ser produzidos anticorpos IgE, para que no próximo contacto o alergéneo possa ser identificado e combatido mais facilmente.

Quando o indivíduo entra em contacto com o alergéneo o seu corpo passa a produzir um mediador químico, a histamina, que é responsável pelos principais sintomas desta doença.

3. Quais são os fatores de risco?

fatores de risco rinite

Os indivíduos que sofram de outros tipos de alergia, como asma, eczema, urticária, entre outros, têm uma maior probabilidade de desenvolverem rinite alérgica.

Para além destes, podem ser nomeados os seguintes fatores de risco:

  • Sexo masculino;
  • Antecedentes familiares de alergias;
  • Nascidos na primavera;
  • Desmame materno precoce;
  • Tabagismo passivo durante o primeiro ano de vida;
  • Exposição precoce a antibióticos;
  • Frequentar ambientes ricos em potenciais alergéneos.

4. Quais são os sintomas da rinite?

sintomas da rinite

Os sintomas da rinite alérgica são:

  • Espirros;
  • Coriza (inflamação da muscosa nasal);
  • Nariz entupido;
  • Lacrimejamento;
  • Comichão nos olhos, nariz e palato;
  • Dor de garganta;
  • Rouquidão;
  • Tosse;
  • Diminuição do olfato e paladar.

Alguns indivíduos podem manifestar sintomas deste problema apenas em algumas alturas do ano. Indivíduos que sofram de sintomatologia persistente ao longo do ano, normalmente estão frequentemente expostos à substância alergénea, seja em casa ou no trabalho.

5. Existe cura para a rinite?

tratamento da rinite

A rinite alérgica não tem cura. O tratamento passa pelo alivio dos sintomas para promover uma melhor qualidade de vida. A primeira medida a tomar é evitar o contacto com o alergéneo. Existem testes que podem determinar quais são as substâncias às quais o indivíduo é alérgico.

Lavagem nasal

Em reações mais ligeiras, a lavagem nasal com soluções salinas é útil para eliminar as partículas alergéneas da mucosa nasal. A lavagem, ou irrigação, pode ser feita várias vezes ao dia.

Descongestionantes nasais

Os descongestionantes nasais não devem ser utilizados durante mais de 3 dias consecutivos, pois podem provocar dependência. Estas drogas atuam provocando uma constrição dos vasos sanguíneos nasais e uma consequente diminuição da produção de secreções e alivio dos sintomas.

Anti-histamínicos

Uma vez que a histamina é o mediador químico responsável pelos sintomas da doença, os medicamentos anti-histamínicos são usados para inibir a sua ação. Apesar de serem eficazes contra os espirros, a comichão e a coriza, não têm ação sobre a congestão nasal. Por este motivo é, normalmente, necessário um descongestionante nasal.

Corticóides

Os corticóides de aplicação nasal são, atualmente, a primeira linha de tratamento da rinite alérgica. Apresentam eficácia no tratamento e prevenção do problema, podendo ser usados fora de épocas de crise.

Ao contrário dos corticóides sistémicos, os corticóis de utilização nasal são seguros, podendo ser utilizados durante vários anos.

Imunoterapia

Consiste na administração de vacinas que tem como objetivo dessensibilizar o indivíduo aos alergéneos. O alergéneo é injetado em pequenas doses para diminuir gradualmente a resposta imunitária à sua exposição.

Este tratamento dura alguns anos e não deve ser interrompido. Caso isto aconteça, há o risco de perda de eficácia do mesmo.

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