Mónica Carvalho
Mónica Carvalho
23 Dez, 2019 - 13:09

DGS recomenda novo sistema de rotulagem

Mónica Carvalho

A escolha de produtos saudáveis poderá aumentar 3 a 5 vezes com a adoção de sistema de rotulagem para Portugal.

Homem a analisar rótulos dos alimentos no supermercado

Um estudo da Health Impact Assessment (HIA) desenvolvido pelo Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável (PNPAS) da Direção-Geral da Saúde (DGS), em conjunto com o Instituto de Saúde Ambiental da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa (ISAMB-FMUL), e que utiliza a metodologia proposta pela Organização Mundial da Saúde (OMS), revela que adotar sistema de rotulagem de alimentos ajuda a consumir produtos mais saudáveis.

A recomendação da DGS vem no seguimento de um estudo cujo objetivo foi avaliar diferentes “sistemas de rotulagem nutricional interpretativos, nomeadamente quanto à sua capacidade de contribuírem para escolhas alimentares mais informadas e saudáveis, e contribuir com evidência científica que suporte a tomada de decisão política.”

Em Portugal já existe o sistema do semáforo nutricional, porém, este novo sistema (FOP-NL) permite selecionar a opção correta, não se tendo verificado diferenças com significado estatístico entre os diferentes sistemas de rotulagem nutricional simplificada.

Todos os que intervenientes do estudo escolheram sempre as opções de alimentos mais saudáveis tendo em conta o novo sistema de rotulagem.

Portugueses sabem escolher bem os produtos que consomem?

Apesar da quantidade de informação disponível sobre o tema, os consumidores ainda têm dificuldade em interpretar a informação nutricional obrigatória que está presente nos rótulos dos produtos alimentares. Neste estudo apurou-se que 40% dos inquiridos não compreendia a informação dos rótulos.

Fruto do trabalho realizado pelo PNPAS, Portugal já impõe algumas medidas fiscais para modificar o consumo de alguns alimentos, nomeadamente restrições para a publicidade alimentar dirigida a menores de 16 anos e a existência de legislação que determina a oferta alimentar nas escolas públicas. Além disso, têm sido várias as campanhas mediáticas para a promoção da alimentação saudável.

Ainda assim é insuficiente e, como tal, a DGS apela ao Governo para implementar as mudanças propostas no estudo.

Veja as principais recomendações:

  • Um sistema FOP-NL deve ser interpretado pelo governo português como uma organização relevante e baseada em evidências política de saúde pública;
  • O governo português também deve considerar os sistemas FOP-NL já adotados em Portugal e também por outros países com expressão ao nível do comércio alimentar com Portugal;
  • De acordo com a legislação europeia, a adoção pela indústria de alimentos pode ser voluntária. No entanto, regras sobre a adoção devem ser definidas para implementar apenas um sistema único e evitar seleções que podem criar confusão;
  • Uma estratégia para a comunicação do sistema aprovado pela FOP-NL, que aborda e promova conhecimentos e habilidades para seu uso correto, deve ser definida, envolvendo e envolvendo todos os interessados ou afetados acionistas da indústria alimentar;
  • O consumidores ou comunidades com maior risco de desigualdades devem ser identificados e devem receber educação diferenciada de acordo com suas necessidades.

Fontes

1. Direção-Geral de Saúde. Disponível em: https://www.dgs.pt/?ci=1417&ur=1&newsletter=454

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