Isabel Coimbra
Isabel Coimbra
12 Dez, 2022 - 23:00

Como reconhecer um AVC e como agir?

Isabel Coimbra

O AVC não acontece só aos outros, nem escolhe sexo ou idade. É preciso saber como agir quando todos os segundos contam para o doente.

O AVC, ou acidente vascular cerebral, acontece quando menos se espera e resulta de uma lesão de um vaso sanguíneo no cérebro ou no sistema nervoso central.

Desengane-se quem julga que um AVC apenas acontece aos outros ou a partir de uma “certa idade”. Ainda que, na maioria dos casos, aconteça tardiamente, a partir dos 55 anos, um acidente vascular cerebral pode acontecer em qualquer idade, aos 30 ou 40.

O que origina um AVC?

AVC mulher com sono e cansada

Um acidente vascular cerebral acontece por dois motivos: entupimento ou rutura de uma veia. Em qualquer um deles, uma parte do cérebro não recebe sangue, oxigénio e outras substâncias essenciais e começa a morrer. Em caso de entupimento, ou isquemia, existe um coágulo que impede a circulação do sangue.

Quando é uma rutura, ou hemorragia, há um derrame e o sangue acumula-se no tecido do sistema nervoso o que leva a um hematoma que destrói o tecido.

Atualmente, sabemos com exatidão quais são os fatores de risco de um acidente vascular cerebral, designadamente:

Como prevenir um AVC?

AVC mulher com fraqueza nos bracos

Não nos cansamos de lembrar: somos o que comemos. A alimentação é a base da nossa saúde e todos aqueles fatores de risco podem ser evitados se tiver alguns cuidados. Com uma alimentação equilibrada e um estilo de vida, minimamente ativo, é possível evitar este e outros problemas de saúde.

Atenção, não precisa eliminar tudo aquilo que lhe dá prazer na vida, seja uma francesinha ou uma maratona de séries de sofá. Pode fazer tudo, com conta, peso e medida. Se hoje está com preguiça e não lhe apetece treinar, amanhã faça mais 15 minutos de exercício, ou se lhe apetece um bife, batata, arroz e ovo a cavalo, coma, mas não todos os dias! Simples.

Por isso, corte no sal e nas gorduras, coma muita fruta e vegetais (5 doses diárias), deixe de fumar, evite beber álcool, faça exercício diariamente. Além disto, consulte o seu médico e faça exames com frequência para confirmar que está tudo bem com a sua saúde.

Como reconhecer um AVC?

Saber reconhecer um acidente vascular cerebral pode salvar vidas porque, como já lhe dissemos, cada segundo faz a diferença. Os sinais são repentinos mas identificáveis, tome nota:

  • Dormência;
  • Fraqueza;
  • Paralisia de um lado do corpo: braço, perna, boca torta/salivante ou pálpebras inferiores descaídas;
  • Fala arrastada;
  • Dificuldade em encontrar palavras;
  • Discurso incompreensível;
  • Visão subitamente enublada;
  • Perda de visão:
  • Confusão:
  • Instabilidade;
  • Dor de cabeça intensa.

Como agir em caso de AVC?

Há três testes que podem ajudar a perceber se uma pessoa está a ter um AVC.

  • Fraqueza facial: consegue sorrir? Tem um olho ou a boca caídos?
  • Fraqueza no braço: consegue levantar os braços?
  • Problemas de expressão: consegue falar com clareza e entender o que lhe dizem?

Se reconhecer algum dos sinais, ligue imediatamente para o 112. Ainda que algum destes sinais desapareçam ao fim de alguns minutos ou horas, deve dirigir-se ao hospital mais próximo o quanto antes.

É possível que a pessoa tenha sofrido um ataque isquémico transitório que merece tanta atenção médica quanto um AVC.

Quais são as consequências de um AVC?

As consequências de um AVC dependem da zona e da extensão dos danos. Há vários problemas e incapacidades que resultam de um acidente deste tipo, o processo de recuperação é gradual e pode demorar mais de um ano ou mais. Nestes casos, a paciência, para doentes e cuidadores, é a melhor arma.

Como consequência pode surgir:

  • Fraqueza ou paralisia (hemiplagia);
  • Rigidez dos músculos e articulações (espasticidade);
  • Perda de equilíbrio;
  • Dificuldade a engolir (disfagia);
  • Sono e cansaço extremo (fadiga);
  • Dificuldade de discurso, compreensão, leitura e escrita (disfasia ou afasia);
  • Problemas de visão;
  • Dificuldade de perceção e interpretação;
  • Processos mentais mais lentos (perda de memória);
  • Incontinência da bexiga e dos intestinos;
  • Oscilações de humor;
  • Alteração das sensações (cores, sons, luz, frio/quente);
  • Dor.
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