O nistagmo é uma doença oftalmológica que se caracteriza por oscilações involuntárias e repetidas do globo ocular. Estas oscilações podem ocorrer de maneira horizontal (de um lado para o outro), vertical (de cima para baixo, ou vice-versa) ou circular (movimentos circulares). Este problema tem impacto na visão do indivíduo afetado, uma vez que debilita a sua capacidade de focar as imagens.
Em situações normais, este é um reflexo fisiológico que tem como objetivo a estabilização da imagem. No entanto, pode tornar-se um problema patológico que tem na sua origem diversas causas.
O que é o nistagmo?

O nistagmo consiste em oscilações involuntárias, rítmicas e repetidas de um ou ambos os olhos. Estes movimentos podem ocorrer no sentido horizontal, vertical ou circular podendo tornar difícil a focalização das imagens, principalmente ao longe.
Como reflexo fisiológico, este fenómeno ocorre durante a rotação da cabeça, para estabilização da imagem. Por outras palavras, a cabeça roda, mas os olhos não. Este reflexo fisiológico divide-se em duas fases: lenta e rápida. A fase lenta compensa a rotação da cabeça enquanto que a fase rápida tem o objetivo de reposicionar o movimento do olho, mantendo-o centrado na órbita.
Este reflexo torna-se patológico quando os movimentos oculares ocorrem mesmo quando a cabeça está parada.
No nistagmo patológico, são produzidos movimentos lentos para o lado direito e rápidos para a esquerda, na consequência de uma irritação do labirinto esquerdo. Por outro lado, se ocorrer uma alteração do labirinto direito os movimentos ocorrem no sentido inverso.
Este problema é facilmente percebido pelas outras pessoas, enquanto que, em casos ligeiros, dificilmente são sentidos pelo próprio.
Quais são as suas causas do nistagmo?

O nistagmo fisiológico é simplesmente o processo que faz o ajuste dos olhos para a visão. No entanto, quando se torna patológico pode prejudicar a fixação e a eficácia da visão, principalmente na visão ao longe.
No caso de origens patológicas, os olhos movimentam-se em primeiro lugar na direção do lado afetado (fase lenta), fazendo de seguida uma rápida correção para o lado contrário (fase rápida).
Esta doença ocular pode ter várias causas:
- Uso de certos medicamentos;
- Consumo excessivo de álcool;
- Deficiência de vitamina B12;
- Traumatismos cranianos;
- Labirintites;
- Maculopatias;
- Albinismo;
- Patologias neurológicas.
Também existe a forma congénita da doença. Esta forma geralmente é ligeira e não é perceptível pelo próprio. Pode ter como origem um defeito ocular ou uma alteração da comunicação entre o olho e o cérebro.
Como é feito o diagnóstico do nistagmo?

O nistagmo é facilmente perceptível através da observação. Contudo, pode ser feita a investigação clínica através da chamada prova calórica. Neste exame médico é irrigado um dos meatos auditivos com água quente ou fria. A variação de temperatura provoca a estimulação do nervo vestíbulo-coclear, produzindo os movimentos oculares involuntários.
Também podem ser utilizados métodos não invasivos para estimular o nistagmo, como a utilização de cadeiras específicas que giram e balançam.
Para investigar as causas deste problema também pode ser necessária a realização de ressonância magnética ou tomografia computarizada.
Como se trata o nistagmo?

A maior parte dos casos de nistagmo congénito não tem tratamento possível. No entanto, várias medidas podem ser tomadas para melhorar a visão dos indivíduos afetados. Segundo a orientação do médico, podem ser utilizados vários métodos: oclusão alternada dos olhos, utilização de prismas, substituição dos óculos por lentes de contacto ou através da utilização de medicamentos.
O tratamento do nistagmo adquirido é feito de acordo com o problema que está na sua origem. Se a sua causa é a administração de determinados medicamentos ou infeções, o problema normalmente desaparece assim que a sua causa cessa.
Nos casos em que existe maior gravidade, pode ser realizado tratamento cirúrgico com o objetivo de melhorar a eficácia visual do indivíduo.