Catarina Milheiro
Catarina Milheiro
02 Out, 2023 - 13:45

Saiba como responder à chantagem emocional das crianças

Catarina Milheiro

Todos os pais, de filhos mais pequenos ou mais crescidos, vão passar por situações de chantagem emocional das crianças. O que fazer?

Se também pretende saber como responder à chantagem emocional das crianças, está no sítio certo. Explicamos tudo.

Afinal, qual é a criança que já não afirmou aos pais com aquela cara de coitadinha “por favor, todos os meus amigos vão menos eu!”? Seja porque têm uma festa de aniversário ou uma atividade da escola, as situações podem ser várias.

E quando por algum motivo a criança não pode ir, estar presente em algum local que deseja ou fazer algo que queria muito, utiliza a chantagem emocional com os pais para ver se consegue sensibilizá-los e fazer com que sintam pena.

Por isso, resistir à chantagem emocional das crianças é um tanto complicado. As caras que os mais pequenos fazem nestas situações podem ser realmente comoventes e fazerem com que os pedidos sejam irresistíveis.

Na verdade, manter a postura nem sempre é fácil. É necessário relembrar o motivo do primeiro não que dissemos e até mesmo contar com a ajuda de outros familiares e do parceiro nessa altura.

Porque se existe equilíbrio na relação e se os pais optam pelo mesmo tipo de comunicação com a criança, não haverá qualquer diferença. E, quando fraquejar, poderá sempre mandar para o pai ou a mãe manterem o não que foi dito.

4 dicas para resistir à chantagem emocional das crianças

A chantagem emocional das crianças pode significar uma verdadeira preocupação para muitos pais, uma vez que é necessário aprenderem a dizer não de forma clara e concisa.

Contudo, sabemos que nem sempre é fácil adotar este comportamento, sobretudo se sempre fomos coniventes e deixamos andar a nossa atitude liberalista.

Ainda assim, as birras e chantagens são atitudes comuns entre as crianças, principalmente quando o que elas querem não é alcançado. Ou seja, se a criança vai ter uma festa de aniversário e não vai poder ir porque tirou más notas, a probabilidade de utilizar a chantagem emocional com os pais é grande (sobretudo se já estiver habituada a fazê-lo).

Frases como “por favor, sou a única que não vai como sempre” ou “os meus amigos vão pensar que vocês não me deixam fazer nada nunca”, são bastante comuns para comover os adultos. Juntamente com as afirmações, fazem as caras mais comoventes do universo a fim de conseguirem o que pretendem.

Cabe-lhe a si, como pai ou mãe, decidir que tipo de atitude deve manter perante este tipo de situações.

No entanto, é crucial dizer que não para que desde cedo a educação seja desenvolvida de forma certa, com autonomia e através da qual os mais pequenos consigam lidar com as frustrações e as responsabilidades dos seus atos.

1.

Seja firme nas suas decisões

Para que seja possível resistir à chantagem emocional das crianças, é fundamental manter a firmeza nas decisões que toma e passar esse sentimento para os mais novos também.

No fundo, o que queremos dizer é que se disser uma vez que não, deve explicar o motivo da sua decisão e em seguida nunca opte por voltar atrás. Isto é, não diga que não e depois ceda à chantagem emocional das crianças.

Seja firme nas decisões que toma e sempre que necessário, explique o motivo para que os mais pequenos consigam entender.

2.

Não dê importância às frases que magoam

Sabemos que quando as crianças optam por este tipo de abordagem com os pais, recorrem frequentemente a frases que podem magoar com facilidade. Muitas vezes, não o fazem com maldade. Apenas dizem coisas da boca para fora e sem pensarem.

Contudo, há pais que caem na armadilha dos mais pequenos depois de ouvirem “eu não gosto mais de ti” ou “tu és a pior mãe do planeta”.

Nestas situações é importante perceber que ao contrário de um adulto, a criança não conhece a profundidade dessas palavras. Afinal, apenas utiliza as afirmações para tentar conseguir o que quer.

3.

Explique o que é certo

Perante um ato de chantagem emocional das crianças, os pais podem optar por dizer que não e explicar o motivo da sua decisão relativamente a qualquer assunto.

Nem sempre é necessário explicarmos o porquê de tudo aos mais pequenos, afinal eles também têm de compreender que na vida não existe uma explicação concreta para tudo. No entanto, pode ser interessante tentar explicar o motivo que está a impedir que a criança realize ou esteja presente em algum local.

Por isso já sabe, conversar funciona desde que seja de forma firme e com autoridade.

4.

Dê o exemplo

É essencial que sejam os pais os primeiros a darem o exemplo. Por isso, quando o seu filho lhe pergunta porque não pode ficar a pé e você pode, responda sem dificuldade: “eu sou adulto e tu quando cresceres também o vais poder fazer”.

Contudo, é normal que no meio de tanta frase trocada, nos possamos irritar e até exaltar. Nesses casos, é crucial percebermos que ninguém é perfeito e que nós adultos também erramos.

Assim, devemos pedir desculpa se nos exaltamos demais ou se exageramos no castigo que demos – não há mal nenhum nisso e é só mais um bom exemplo que estamos a dar. É sinal que somos humanos, que também erramos e que seremos muito mais respeitados pelos outros.

Não se trata de pedir desculpa a toda a hora – não é isso que se pretende. Caso contrário, as crianças irão perceber a nossa fragilidade e vão tirar proveito disso. Mas sim de o fazer quando reparamos que realmente erramos e que estivemos mal.

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