Nutricionista Rita Lima
Nutricionista Rita Lima
27 Fev, 2019 - 18:59

Tipos de pimenta: acrescente um toque intenso às suas refeições

Nutricionista Rita Lima

Existem vários tipos de pimenta, cada um com características diferentes. Conheça-os melhor, apimente as suas refeições e surpreenda os seus convidados.

Tipos de pimenta: acrescente um toque intenso às suas refeições

Pimenta é um nome comum dado a várias plantas, aos seus frutos e aos condimentos deles obtidos, cujo sabor é geralmente picante. Existem diversos tipos de pimenta, que se diferenciam, essencialmente, pelo grau de maturação e composto ativo que lhes confere as propriedades.

O fruto da pimenteira provém de muitos frutos minúsculos – cada um com tamanho semelhante ao da semente de papoila – embutidos numa espiga floral. Os frutos contêm o alcaloide piperina ou capsaicina, os responsáveis pela sensação picante.

Em Portugal, por norma, o termo “pimenta” não é aplicado a plantas do género Capsicum, cujo alcaloide é a capsaicina, para o qual se usam normalmente os termos pimento, malagueta ou piripíri, sendo o primeiro mais usado para as variedades mais doces e os restantes para as variedades picantes.

Seja qual for o tipo de pimenta que vai consumir, saiba que todas apresentam benefícios para a saúde, sendo que alguns ainda carecem de informação científica.

Tipos de pimenta: que opções?

Entre os principais tipos de pimenta utilizados na culinária mundial, destacam-se pela sua relevância as seguintes:

1. Pimenta-preta

tipos de pimenta pimenta preta

A pimenta-preta (Piper nigrum), também conhecida como pimenta-redonda, é uma das mais antigas especiarias conhecidas. Os seus grãos, secos e moídos, são bastante utilizados na culinária de diversos países.

Tem um sabor forte, levemente picante, proveniente do seu composto químico ativo, a piperina.

É uma fruta do tamanho de uma pequena ervilha, que inicialmente tem cor verde (estado imaturo), depois fica vermelha e finalmente preta.

Com um aroma bem apimentado e bastante ardência, a pimenta preta moída combina muito bem com quase qualquer prato salgado, podendo também dar vida a molhos, saladas, ovos ou pratos de queijo, entre outros. Para tornar os seus pratos mais saudáveis adicione uma pitada extra de pimenta preta moída como alternativa ao sal.

2. Pimenta verde

tipos de pimenta pimenta verde

Para produzir a pimenta verde, as espigas são colhidas em estado imaturo, sendo os frutos colocados em salmoura e drenagem durante vários dias.

O produto final é vendido embalado a vácuo ou em recipientes hermeticamente fechados, principalmente para países como a Alemanha e Bélgica.

3. Pimenta branca

tipos de pimenta pimenta branca

Para preparar a pimenta branca, as espigas são colhidas já em estado maduro, quando os frutos apresentam a coloração amarelada ou vermelha.

A pimenta branca é obtida através da remoção da casca preta da fruta seca. Neste processo, este tipo de pimenta retém a piperina, sendo, por isso tão picante como a pimenta preta, embora possua menos aroma.

Devido às suas características, é utilizada essencialmente em pratos de carne e assados.

4. Pimenta-vermelha

tipos de pimenta pimenta vermelha

A pimenta vermelha é preparada a partir de espigas maduras. Assim como outras pimentas (ex: tabasco, habanero, jalapeño), constitui um fruto de árvores do género Capsicum, sendo, neste caso, o princípio ativo a capsaicina.

Pode ser usada com frango e carnes brancas em geral, sopas, cozidos, saladas cozidas e anchovas, podendo, inclusive, ser um substituto para a pimenta preta.

5. Pimenta-longa

tipos de pimenta pimenta longa

Também chamada pimenta-longa-javanesa, indiana ou indonésia, é uma planta cultivada pelo seu fruto, o qual é geralmente seco e usado como especiaria e condimento.

A pimenta-longa apresenta semelhanças com a pimenta preta, tendo um sabor similar ao desta, mas geralmente mais picante.

Atualmente, a pimenta-longa é um ingrediente bastante raro nas culinárias europeias, mas ainda pode ser encontrada em picles indianos, algumas misturas de especiarias da África do Norte, e na cozinha indonésia e malaia.

Além destas, destacam-se também a Pimenta-de-caiena, a Pimenta-malagueta, também chamada piripiri, jindungo ou malagueta Pimenta-murupi e a Pimenta-doce, também chamada de pimentão.

Tipo de pimentas: escala de Scoville

A Escala de Scoville é usada para medir o grau de ardência ou pungência de plantas Capsicum.

Esta escala surgiu em 1912, quando o farmacêutico Wilbur Scoville desenvolveu um método para medir o “grau de calor” provocado pelos diferentes tipos de pimenta. Este teste é chamado de Teste Organolético de Scoville ou Procedimento de Diluição e Prova.

No teste original, Scoville misturou a pimenta pura com uma solução de água com açúcar. Então, um painel de provadores bebeu esta solução. Quanto mais solução de água e açúcar é necessária para diluir uma pimenta, mais alta sua pungência.

Depois disso, o método foi melhorado e foram criadas as unidades de calor Scoville (Scoville Heat Units, ou SHU).

Assim, quando 1 chávena de pimenta que equivale a 1000 chávenas de água, corresponde a 1 unidade na escala de Scoville. A título de exemplo, a Capsaicina, quando pura, equivale a 15 milhões de unidades Scoville.

A escala Scoville pode ser extrapolada para expressar a ardência de outras substâncias, como por exemplo a resiniferatoxina, um alcalóide presente na seiva de algumas espécies de plantas, que alcança o grau de 16 mil milhões de unidades Scoville (SHU).

Tipos de pimenta: propriedade da capsaicina e piperina

tipos de pimenta

Apesar da sensação de ardor que a ingestão dos diferentes tipos de pimenta pode causar, os dois principais princípios ativos (capsaicina e piperina) promovem, na realidade, a libertação de endorfinas – verdadeiros analgésicos naturais produzidos pelo cérebro e que são extremamente potentes no combate à dor.

Com efeito, após ingestão de qualquer um dos tipos de pimenta, a capsaicina ou a piperina ativam recetores sensíveis na língua e na boca. Esses recetores transmitem ao cérebro uma mensagem que, por sua vez, gera, imediatamente, uma resposta do cérebro no sentido de nos salvar da sensação de ardor: aumento da salivação e transpiração, com intuito de nos refrescar.

Além disso, embora a pimenta não provoque nenhum dano físico real, o cérebro, inicia, de imediato, a produção de endorfinas, que permanecem algum tempo no nosso organismo, provocando uma sensação de bem-estar.

Quanto mais forte for a pimenta, mais endorfina é produzida! E isto é algo extremamente útil para neutralizar algumas dores, nomeadamente enxaquecas.

As substâncias picantes das pimentas melhoram ainda a digestão, estimulando as secreções gástricas e possuem efeito anti-flatulência.

Além disso, e ao contrário do que seria expectável, estes compostos estimulam a circulação no estômago, favorecendo a cicatrização de feridas (úlceras), quando combinados com hábitos alimentares saudáveis.

Investigação em curso

Além destes efeitos já comprovados por parte dos compostos ativos das pimentas, existem ainda algumas investigações em curso relativas ao seu potencial anti-inflamatório, antioxidante (e, consequentemente, anti-cancerígeno) e anti-envelhecimento.

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