Farmacêutica Cátia Rocha
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13 Mar, 2019 - 10:00

Como identificar os tipos de Dor que sente?

Farmacêutica Cátia Rocha

A dor é uma sensação altamente pessoal, o que torna muito difícil a distinção dos vários tipos de dor. Não subestime a dor que sente.

Como identificar os tipos de Dor que sente?

A dor tem muitas faces. Pode ser pulsátil, contínua, cortante, difusa e até perfurante. A diferenciação dos diversos tipos de dor é crucial para o tratamento, pois providência pistas acerca da causa da dor e do local onde tem origem.

Para facilitar a comunicação com o médico quando a dor é difícil de descrever, o Código Visual da Dor da nova plataforma dedicada à dor – dor.com.pt – é a ferramenta ideal. Neste site que sabe o que sente, consta informação sobre todos os tipos de dor e várias dicas de exercícios, alimentação e hábitos posturais para viver melhor.

Tipos de dor: como distinguir a “dor sintoma” e a “dor doença”?

forte enxaqueca

 A dor como sintoma

É estimado que 11 a 40% da população lide com o tipo de dor crónica, sem causa aparente. A classe médica costumava acreditar que a dor seria sempre uma manifestação de uma lesão ou doença subjacente.

Por norma, concentravam-se na causa da dor, com a crença de que a dor crónica desapareceria quando a lesão ou doença fosse tratada. Aqui, a dor é então interpretada como sintoma.

Caso nenhuma causa subjacente fosse encontrada, o paciente tinha poucos tratamentos disponíveis.

A dor como doença

Nos dias de hoje, o paradigma tem vindo a alterar-se, sendo a dor cada vez mais valorizada. Um dos avanços recentes mais interessantes da medicina moderna é de facto a mudança na forma como a dor é compreendida, diagnosticada e tratada.

O resultado desta mudança de paradigma é um comportamento baseado na interpretação do fenómeno doloroso, influenciado por experiências passadas e determinado pelas circunstâncias presentes. Hoje em dia, o conceito de dor puramente física, é algo ultrapassado.

A importância da dor decorre do significado que cada um lhe atribui. Uma dor muito intensa não significa necessariamente uma lesão muito grave, pode inclusivamente surgir dor sem lesão.

Não se verificando portanto uma relação de causalidade obrigatória entre lesão e dor, a abordagem clínica desta exige uma reflexão muito mais alargada, abrangendo outras dimensões para além do simples relacionamento sintomático com uma lesão subjacente.

A dor não pode pois, ser encarada simplesmente como resultante do processo físico da lesão. É influenciada por variáveis psicológicas, ambientais, culturais e socio-familiares.

Dor crónica: patologias associadas

artrose no joelho

A dor crónica é uma doença complexa com impacto profundo na vida de quem a sente.

Mesmo que não exista um dano físico que justifique a dor, isso não significa que esta seja fruto da imaginação. É importante não subestimar a sua dor, é um problema que deve ser levado a sério, procurando aconselhamento médico.

O que distingue a dor crónica é, acima de tudo, a duração, que se prolonga para além do seu período razoável (cerca de seis meses). É, assim, uma dor que persiste após o processo de cura, ou seja, já não está a alertar para uma lesão, tornando-se um problema de saúde. Este tipo de dor tem um impacto enorme na qualidade de vida e requer um tratamento especializado e cuidado, sem desvalorizar a dor.

Segundo um estudo da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, a dor crónica afeta 37% da população e, em cerca de metade dos casos é moderada a intensa.

As patologias mais frequentemente associadas à dor crónica são:

  • Patologias osteoarticulares (artrose, dores nas articulações, joelho ou anca)
  • Dor neuropática (provocada por uma lesão, patologia ou cirurgia) e que resulta da lesão de um nervo
  • Dor fantasma (após amputação ou mastectomia, por exemplo)
  • Fibromialgia
  • Dor oncológica

Conheça mais aprofundadamente cada patologia associada à dor crónica em dor.com.pt

Como lidar com a dor crónica?

sessao de acupuntura

É importante usar fármacos adequados, aconselhados pelo médico que o acompanha e complementar o tratamento farmacológico com outras abordagens – massagens, acupuntura, osteopatia, reabilitação física, terapias cognitivo-comportamentais de psicologia – que têm influência benéfica no controlo a dor e, consequentemente, na qualidade de vida.

O controlo da obesidade é também fundamental para a prevenção e redução do desgaste articular, na origem da dor crónica.

Procurar ter uma orientação nutricional cuidada, fará certamente a diferença. Conheça mais dicas para lidar com a dor crónica e sentir-se melhor, na plataforma dor.com.pt.

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