Psicóloga Ana Graça
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28 Jan, 2019 - 16:29

O medo do abandono impede que seja feliz? Saiba como vencê-lo!

Psicóloga Ana Graça

O medo do abandono está presente em todos nós, mas importa saber dominá-lo, para que a nossa felicidade e as nossas relações não sejam afetadas.

O medo do abandono impede que seja feliz? Saiba como vencê-lo!

O medo do abandono é um dos mais profundos medos do ser humano. Biologicamente ligados a um desejo de pertencer, temos medo que os outros nos rejeitam e nos critiquem. Perante a perspetiva do abandono e da solidão, tendemos a sentir-nos ansiosos, humilhados, isolados. Quando esta rejeição acontece no contexto de uma relação amoroso, a dor parece ser ainda maior. Vamos compreender este medo e aprender a vencê-lo!

Compreender o medo do abandono

medo do abandono mulher triste

A profundidade do medo do abandono é diferente de pessoa para pessoa. Algumas pessoas temem que a rejeição confirme o seu pior receio, que estão destinadas a ficar sozinhas ou que têm pouco valor. Quando estes pensamentos catastróficos, baseados no medo, se tornam uma constante, podem deixar marcas de ansiedade e depressão.

O medo do abandono pode também justificar-se pelo receio de vir a sentir mágoa e dor, levando a que muitas pessoas não expressem os seus sentimentos e se isolem antes da hipótese de rejeição se colocar efetivamente. De facto, ser rejeitado e sofrer perdas é muito doloroso, daí que muitas pessoas evitem a todo o custo envolver-se em relações devido ao medo da rejeição, já que faz parte da natureza humana o desejo de ser aceite e desejado.

Quando arriscamos abrir o nosso coração e alguém nos rejeita, tal não é motivo de vergonha, nem deve ser encarado como o fim do mundo. Podemos e devemos permitir-nos sentir tristeza, perda, medo, solidão, raiva ou quaisquer outros sentimentos que surjam e façam parte do nosso luto da relação.

Quando o medo do abandono impede a felicidade

medo do abandono amiga a apoiar amiga

Já todos sentimos medo da rejeição em algum momento da nossa vida. Por exemplo, provavelmente já todos deixámos de convidar aquela pessoa especial para sair, com medo que esta não aceitasse. Contudo, o medo do abandono é, muitas vezes, um grande obstáculo à nossa felicidade.

1. Leva a que novas oportunidades sejam evitadas

O medo ajuda a que nos mantenhamos fora de perigo. Estamos programados para evitar tudo aquilo que nos causa medo. No entanto, se fugir de um leão faz sentido e é um medo racional, evitar conhecer novas pessoas e desenvolver novas relações já não é um medo saudável.

Eliminar qualquer possível risco de rejeição impede que novas oportunidades sejam exploradas.

2. Aumenta a necessidade de agradar aos outros

Uma das melhores formas de evitar ser rejeitado, passa por tentar agradar a tudo e a todos. Dizer que sim a um convite que não se deseja ou concordar com opiniões contraditórias à nossa são exemplos disso. No entanto, agradar a todas as pessoas, ignorando as nossas preferências e opiniões pessoais, torna-se insustentável a longo prazo e pode causar altos níveis de exaustão e esgotamento emocional.

3. Não permite que se formem relações sinceras

A vulnerabilidade é a chave para viver uma vida autêntica, mas é claro que ser vulnerável implica o risco de ser magoado e rejeitado. Se o medo do abandono impede que alguém seja genuíno na relação com os outros, dificilmente será possível formar relacionamentos sinceros e prósperos.

Como vencer o medo do abandono?

medo do abandono mulher confiante

Já sentiu na pele a rejeição e tem medo de iniciar um novo relacionamento amoroso? O medo do abandono estendeu-se a outros domínios da sua vida e agora até no trabalho sente necessidade em agradar aos outros? Questiona-se sobre como vencer o medo da rejeição e criar relações mais felizes? Então atente nestas dicas!

  • Tome consciência das situações ou circunstâncias em que se preocupa excessivamente com a hipótese de ser rejeitado e com a real dimensão do medo do abandono que sente. Quais são os “nãos” que tem medo de ouvir? Que opiniões guarda para si, com medo da discordância do outro?
  • Deixe o evitamento de lado. Evitar a rejeição é mais seguro e menos doloroso no momento imediato, mas também não traz a verdadeira aceitação.
  • Lembre-se de que a dor causada pela rejeição é um sentimento normal, que passará com tempo, tal como qualquer outra sensação dolorosa. Não é possível controlar se todos os nossos gestos, ações, palavras, opiniões serão, ou não, rejeitados, mas podemos controlar a intensidade das nossas emoções perante a rejeição.
  • Encare as situações de rejeição como oportunidades de melhoria. Não obteve o tão desejado “sim” desta vez? Não personalize a rejeição, nem se culpabilize.

A rejeição dói e evitá-la é uma forma de fugir à dor, no entanto, evitar todas as hipóteses de abandono apenas resulta a curto prazo e acarreta maiores problemas a longo prazo.

Ser rejeitado e ignorado pode ser muito doloroso, no entanto, quando aprendemos a tolerar o sofrimento associado à rejeição, podemos ver a nossa confiança aumentada.

Assim, não deixe que seja o medo da rejeição a definir as relações que tem e aquilo que atinge na sua vida. Lembre-se, quem não arrisca, não petisca!

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