Isabel Coimbra
Isabel Coimbra
23 Nov, 2015 - 19:17

O meu filho nasceu prematuro: e agora?

Isabel Coimbra

Num bebé prematuro, quanto menor o peso e o período de gestação, maiores são os riscos.

O meu filho nasceu prematuro: e agora?

Um bebé prematuro nasce antes das 37 semanas, no entanto, é muito diferente nascer às 36, às 32 ou às 25 semanas, uma vez que no processo de desenvolvimento dos bebés, todos os dias contam.  

Antes desse período, os bebés não só nascem antes do tempo, como o nascimento não é seguro porque o processo de maturação dos orgãos internos não está completo, deixando-os vulneráveis  a infecções e complicações.

Muitas vezes, não é possível identificar as razões que levam ao nascimento de um bebé prematuro, porém, estes nascimentos antes do tempo podem estar relacionados com vários fatores, nomeadamente, o stress, maus tratos, consumo de álcool, droga, tabaco, mal formação da placenta, gravidez múltipla, hipertensão, diabetes ou infeções.

Quando nasce um bebé prematuro?

Se o seu bebé nascer antes das 37 semanas, é considerado prematuro, contudo, há diferentes graus de prematuridade, de acordo com o seguinte:

Tome nota:
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  • Pré-termo limiar: entre 33 e as 36 semanas e/ou entre 1,500 kg e 2,5 kg;
  • Prematuro moderado: entre as 28 e 32 semanas e/ou entre 1 kg e 2,5 kg;
  • Prematuro extremo: antes das 28 semanas e/ou menos de 1 kg;

Um bebé prematuro tem pele fina e rosada, veias visíveis, pouco cabelo, penugem na pele, cabeça desproporcional em relação ao resto do corpo, será menor do que um de termo, com músculos mais fracos, poucos movimentos, respiração irregular, e reflexos de sucção e deglutição pouco desenvolvidos.

Além disso, o bebé prematuro é vulnerável a fatores externos como a luz e o ruído para os quais ainda não está preparado, pelo que é necessário que se trate num ambiente tranquilo, o mais silencioso e escuro possível.

Nesta fase, o bebé vai precisar de cuidados especiais, para concluir o desenvolvimento e será cuidado na unidade de neonatologia até que possa receber alta. É um processo que não pode ser apressado em nenhum momento.

O método canguru

Para muitos especialistas, quando não existem problemas respiratórios, o “método canguru” é a solução para muitos bebés prematuros, uma vez que promove a ligação entre pais e filhos, tranquiliza ambos, “lembra” o bebé de respirar, incentiva a amamentação e reduz o risco de infeções.

Neste método, o bebé é colocado na posição vertical sobre o peito dos pais, em contacto pele com pele pelo tempo que for confortável a ambos.

Que complicações podem surgir?

Os problemas mais comuns estão, naturalmente, relacionados com a imaturidade dos órgãos e intimamente relacionados com o tempo de gestação e peso, ou seja, quanto menor, maiores são os riscos.

Assim, podem surgir problemas no coração, intestinos, rins ou no sistema imunológico. O bebé terá dificuldade em respirar sozinho e em alimentar-se.

Cuidados a ter com um bebé prematuro

Quando o seu bebé apresentar o desenvolvimento de um não prematuro, terá alta. Porém, é importante estar preparado para o facto de este dia poder demorar meses a chegar.

No regresso a casa os cuidados são os mesmos que teria se tivesse um bebé de termo, ainda assim, tudo dependerá do histórico, da saúde e eventuais complicações do bebé. Os seus médicos saberão aconselhar.

Depois, nos primeiros tempos, limite as visitas ao máximo e redobre a atenção para que possa agir se notar alguma alteração que lhe pareça anormal no seu estado.

Lembre-se que o contacto com o seu bebé é essencial para aumentar os níveis de oxitocina e assim proporcionar uma sensação de calma para que o bebé regule os batimentos cardíacos e a oxigenação, tenha uma respiração mais regular, sem stress e sem dor.

Quais os riscos no futuro?

Mais uma vez, isto dependerá do tempo e peso com o bebé nasceu. É importante estar atento para perceber se a criança mantém um desenvolvimento adequado à idade. As complicações podem surgir ao nível cognitivo, relacionadas com a aprendizagem, linguagem e a coordenação motora, mas também ao nível da visão e audição, entre outras.

Mantenha uma relação próxima, de confiança e partilha com uma equipa médica da sua confiança para que tanto os pais quanto a criança tenham os melhores cuidados, se sintam confiantes e apoiados durante todo o tempo.

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