Danielle Paiva
Danielle Paiva
19 Jul, 2023 - 11:53

Dor nas pernas: causas mais comuns e como tratar

Danielle Paiva

A dor nas pernas é uma queixa comum. A causa principal é vascular, mas problemas ósseos e esforço muscular repetitivo também.

mulher com dor nas pernas

A dor nas pernas afeta adultos e crianças. A sensação de pernas cansadas, dores que irradiam da coluna, peso nas pernas e a dificuldade em caminhar são algumas das queixas comuns.

Para conhecer a natureza da dor é necessário observar os fatores a ela associados, nomeadamente as características da dor; os sintomas associados; a medicação usada; os antecedentes; sinais detetados no exame físico. Estes são alguns dos fatores essenciais para conhecer a causa da dor.

Dor nas pernas por esforço

atleta com dor nas pernas a correr

Se iniciou uma nova rotina de exercícios ou fez uma longa caminhada, pode ter-se deparado com as penas mais cansadas e doridas. Os músculos, com a acumulação do ácido láctico pelo exercício, estão inflamados. É um desconforto temporário, que normalmente passa após um dia ou dois de repouso.

Dor nas pernas com origem na coluna vertebral

A dor nas pernas pode ter-se iniciado por haver problemas na coluna, como hérnias discais e compressão do nervo ciático. Inflamação, compressão de nervos ou outra alteração na região lombar, que está interligada aos membros inferiores, podem causar sensação de dormência nas pernas, formigueiro ou até dificuldades em andar.

Dor nas pernas por má circulação

Se tem diabetes ou fuma, tem mais risco de má circulação nas pernas. As patologias vasculares afetam também homens e mulheres que passam longos períodos de pé. E que patologias são essas?

1.

Doença Arterial Periférica

A aterosclerose consiste na deposição progressiva, e ao longo do tempo, de uma placa constituída por colesterol, cálcio e tecido fibroso, na parede das artérias. A dor nas pernas não cessa. O doente acorda de madrugada com dores e não percebe como as pode sentir enquanto está em repouso.

Neste caso, as artérias tendem a ficar rijas e cada vez mais estreitas, o sangue tem dificuldade em passar por um orifício cada vez mais pequeno.

O exame de diagnóstico ideal é o Eco-doppler . O tratamento para a aterosclerose inclui fisioterapia,; medicação que impede não só a formação de trombos, mas também estabiliza, ou reduz, as placas de aterosclerose; e cirurgia ou intervenções minimamente invasivas.

2.

Claudicação: dor na barriga da perna

A claudicação é uma dor na barriga das pernas. Geralmente acontece ao caminhar ou ao subir escadas. Ao parar, a dor cede. A dor habitualmente aparece depois de caminhar a mesma distância.

A causa está nas artérias que levam o sangue às pernas. Estas artérias são mais estreitas devido à aterosclerose. Quando os seus músculos fazem exercício, necessitam de mais sangue e as artérias doentes não são capazes de fazê-lo chegar.

dor nas pernas por má circulação
3.

Trombose Venosa Profunda

Se costuma viajar de avião por longos períodos, já deve ter ouvido que precisa levantar-se para evitar tromboses. A lentidão ou estagnação do sangue nas veias da perna, aumenta o risco de Trombose Venosa Profunda.

A trombose ocorre quando uma veia é obstruída por um coágulo de sangue. Por norma, os trombos formam-se nos vasos mais profundos, na região da pélvis, coxas, mas podem também surgir, raramente, noutras regiões do corpo.

Um coágulo de sangue formado, por exemplo, na zona da pélvis, tem a capacidade de viajar ao longo do sistema circulatório e alojar-se nas artérias pulmonares e impedir o fluxo normal de sangue a este órgão vital. O coração vai ser sobrecarregado, dificultando a oxigenação do sangue.

Para além da dor nas pernas , é normal os doentes sentirem:

  • Inchaço súbito de uma perna (com ou sem dor associada – depende se as veias mais profundas foram afetadas);
  • Vermelhidão, no caso de afetação das veias mais superficiais;
  • Calor localizado;
  • Sensibilidade ou dor ao toque na região afetada;
  • Alteração da coloração da pele (fica mais azulada).

Outras causas específicas para o surgimento da trombose, incluem:

  • Grandes cirurgias da anca, joelho, abdómen ou tórax;
  • Fraturas da anca ou da perna;
  • Viagens muito longas e em espaços reduzidos para as pernas;
  • Alterações hereditárias da coagulação sanguínea.

As pessoas acima do peso, as mulheres grávidas, a amamentar ou que tomam contraceptivos orais também têm uma maior probabilidade de desenvolverem trombose, principalmente se fumarem.

O diagnóstico é feito mediante o histórico clínico do doente e o exame físico. Para confirmar, pode ser pedido um Eco-Doppler. A medicação é o tratamento de eleição. Raramente, os pacientes com Trombose Venosa Profunda têm indicação para cirurgia.

4.

Varizes

As varizes surgem devido a uma anomalia nas paredes e válvulas das veias localizadas nas pernas. A circulação do sangue das zonas periféricas em direção ao coração torna-se mais difícil. Como resultado, as paredes das veias são alvo de uma tensão cada vez maior. Ao longo do tempo, tornam-se dilatadas e tortuosas.

Os sintomas variam entre:

  • Desconforto ou dor nas pernas;
  • Sensação de pernas pesadas;
  • Cãibras e dormência;
  • Pés e tornozelos inchados;
  • Comichão ou inchaço que tipicamente agrava ao final do dia.

As varizes devem ser tratadas não apenas por uma questão estética, mas porque podem ser o princípio de outras complicações, tais como:

  • Tromboflebites;
  • Edema;
  • Úlceras de difícil cicatrização.

Existem diversos tratamentos eficazes para as varizes e derrames, nomeadamente a escleroterapia: conhecida como a “secagem das varizes”. A escleroterapia envolve a injeção local de uma substância que “cola”as paredes e elimina as pequenas veias. Este tratamento favorece a  parte estética, que tanto incomoda os doentes, como a dor associada às varizes e derrames desaparece.

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Como diminuir a dor nas pernas?

Algumas ações podem ajuda-lo a se livrar da dor.

  1. Deixar de fumar: o cigarro é inimigo da boa circulação e agravante das doenças circulatórias, como a trombose.
  2. Exercício físico programado: começar com baixa intensidade e ir aumentando gradualmente. Consiste em caminhar até aparecer a dor e nesse momento parar. Quando a dor desaparece, volta-se a caminhar. É conveniente realizar 30-60 minutos de exercício por dia, quando permitido pelo seu médico assistente. Cada vez será capaz de caminhar distâncias maiores sem dor.
  3. Natação e bicicleta: atividades que estimulam a circulação nas pernas.
  4. Controlo do peso.
  5. Comer mais fruta e verduras. Inclua nas suas refeições um prato de vegetais (sopas, saladas).
  6. Controlo das tensões, principalmente para os hipertensos.
  7. Controlo do colesterol.
  8. Controlo do açúcar no sangue, principalmente para os diabéticos.
  9. Evitar o vestuário apertado e os cintos, para facilitar o retorno venoso.
  10. Cuidado com os pés: utilizar calçado cómodo e meias de algodão.
  11. Proteger-se do frio: as mudanças bruscas de temperatura pioram a circulação.
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A não esquecer

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