Farmacêutica Cátia Rocha
Farmacêutica Cátia Rocha
25 Jan, 2018 - 12:33

A Dor crónica deve ser considerada uma doença? Saiba tudo!

Farmacêutica Cátia Rocha

A dor crónica é uma dor prolongada no tempo, normalmente com difícil identificação temporal e/ou causal, que causa sofrimento.

A Dor crónica deve ser considerada uma doença? Saiba tudo!

A dor crónica pode ser distinguida da dor aguda, pelo facto desta segunda ser de início recente e de provável duração limitada, havendo normalmente uma definição temporal e/ou causal, ao contrário da dor crónica que é prolongada no tempo.

Assim, enquanto a dor aguda se apresenta como sinal ou sintoma que nos conduz ao diagnóstico de determinada doença, que uma vez tratada diminui ou faz cessar a dor, a dor crónica perdura no tempo e torna-se, frequentemente, na doença em si mesma.

A dor é mesmo o sintoma que mais frequentemente leva o doente a procurar assistência médica. Atinge cerca de 50% da população.

Alguns dos tipos mais comuns de dor crónica incluem:

  • dor de cabeça;
  • dor pós-cirúrgica;
  • dor pós-trauma;
  • dor na região lombar;
  • dor cancerígena;
  • dor osteoarticular;
  • dor neuropática (dor causada por danos nos nervos).

A dor crónica é muito mais que um sintoma, persiste no tempo e remete para uma dificuldade de abordagem tal, que não dispensa a colaboração de diferentes áreas científicas da medicina.

Quais os fatores de risco para a dor crónica?

dor cronica e ansiedade

A dor crónica pode afetar pessoas de todas as idades, mas é mais comum em adultos mais velhos. A resposta de cada pessoa à dor é influenciada pelo sexo, idade, raça, religião, cultura e outros factores, como o comprovam diversos estudos efectuados.

Outros fatores que podem aumentar o risco de desenvolvimento de dor crónica incluem:

Estratégias de mudança de estilo de vida para a aliviar a dor crónica

yoga na praia

Existem estratégias e mudanças de estilo de vida disponíveis que podem ajudar a aliviar a dor crónica.

Exemplos incluem:

  • Fisioterapia;
  • Yoga;
  • Arte e terapia musical;
  • Psicoterapia;
  • Massagem;
  • Meditação.

Não há uma cura para a dor crónica, mas a condição pode ser gerida com sucesso.

A dor física está relacionada com a dor emocional, portanto a dor crónica aumenta os níveis de stress. Construir habilidades emocionais pode ajudar a lidar com o stress que está relacionado com a sua condição.

3 Passos que serão úteis:

  1. Cuide bem do seu corpo: Comer bem, dormir o suficiente e exercitar-se regularmente, mantém o corpo saudável e reduz o stress.
  2. Continue a participar nas habituais atividades diárias: você pode aumentar o seu humor e diminuir o stress, ao participar em atividades e conviver com os amigos. A dor crónica pode dificultar o desempenho de certas tarefas, mas isolar-se pode dar-lhe uma perspectiva mais negativa sobre a sua condição e aumentar a sensibilidade à dor.
  3. Procure apoio: amigos, familiares e grupos de apoio podem ajudá-lo e oferecer conforto durante momentos difíceis. Se precisar de ajuda ou de um impulso emocional, um familiar ou amigo próximo podem ser o suporte que necessita.

Tratamento da dor crónica

medicacao para a dor

A medicação da dor é habitualmente uma medicação regular, com necessidade de reajustes mais ou menos frequentes, com necessidade de avaliar e prevenir os efeitos laterais da terapêutica.

Estes reajustes frequentes exigem conhecimento, disponibilidade e paciência por parte do médico, e do doente, o que nem sempre se coordena com os horários de uns e outros, ou com a natural impaciência do doente e familiares. É muito importante encontrar um médico da sua confiança neste processo e com quem consiga partilhar.

As medidas não-farmacológicas, ponto essencial no tratamento adequado da dor, são vistas ainda com reservas marcadas, tanto por parte do doente como do próprio médico.

O não-entendimento da dor crónica enquanto sintoma psicossocial não permite a abertura ao entendimento da abordagem não-farmacológica. O problema é que mesmo quando é conseguida essa abertura, a oferta é escassa, muito dificil de programar e, na maior parte dos casos não é comparticipada pela Segurança Social.

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