Farmacêutica Rita Teixeira
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24 Mai, 2019 - 14:24

Arritmias: o que são, quais os sintomas e tratamento

Farmacêutica Rita Teixeira

As arritmias podem ser um problema ligeiro como podem trazer consequências graves. Saiba tudo, quais os deste distúrbio e como o pode conseguir tratar.

Arritmias: o que são, quais os sintomas e tratamento

Quase toda as pessoas já ouviram falar de arritmias, muitas vezes associadas a outros problemas cardiovasculares, mas muitas vezes como episódios isolados.

Antes de mais é importante perceber a diferença entre este e diversos outros problemas do coração bem como a gravidade associada. Será que sabe realmente o que são arritmias? Já sofreu alguma? Venha descobrir tudo.

O que são arritmias cardíacas?

arritmias como acontecem as arritmias

Arritmias não são mais do que, tal como o nome indica, ritmos cardíacos anormais. Começa por ser um distúrbio cardíaco caraterizado por ritmos irregulares, sejam eles muito lentos, muito rápidos ou ritmos que percorrem o coração por vias anormais de condução elétrica.

O coração, o órgão vital do nosso organismo, é um músculo constituído por quatro câmaras que, de uma forma mecânica, se contraem e descontraem de forma a impulsionar o sangue para todo o organismo. Estes movimentos são controlados por correntes elétricas que determinam o batimento cardíaco, na qual resulta a frequência cardíaca.

Quando há alterações nesta frequência cardíaca, devido à sua velocidade, ocorrem então as arritmias.

Que tipos de arritmias existem?

arritmias tipos de arritmias

As arritmias podem caraterizarem-se segundo várias perspetivas, como por exemplo o local de ação ou a frequência cardíaca. Em relação à velocidade dos batimentos cardíacos, podemos ter os diferentes tipos de arritmias seguintes:

  • Taquicardia: quando o coração bate mais rápido do que o normal; dentro das taquicardias temos as atrial multifocal, paroxística supraventricular, ventricular; frequência cardíaca a cima de 100 bpm (batimentos por minuto);
  • Bradicardia: quando acontece precisamente o contrário e o coração bate de forma mais lenta que o normal; frequência cardíaca a baixo de 60 bpm;
  • Fibrilação atrial ou ventricular: quando ocorrem uma série de contrações descontroladas e descoordenadas do coração;
  • Doença do nódulo sinusal: carateriza-se por um conjunto descoordenado das arritmias anteriores, de forma aleatória.

Quais as principais causas das arritmias?

arritmias enfarte do miocardio

De uma forma natural, o coração consegue bombear o sangue para todo o corpo sem ter que se esforçar mais. Há sempre mudanças nesse ciclo, provavelmente irá desenvolver-se uma arritmia.

Diversas são as razões que pode levar a isso, mas as principais são:

  • Enfarte do miocárdio;
  • Desgaste do tecido do coração devido a um enfarte do miocárdio;
  • Doença da artéria coronária;
  • Insuficiência cardíaca;
  • Anomalias congénitas (anomalias anatómicas de nascença);
  • Cardiomiopatia;
  • Artérias obstruídas;
  • Hipertensão;
  • Diabetes;
  • Tabaco, álcool e outras drogas;
  • Consumo excessivo de cafeína;
  • Stress;
  • Medicação e/ou suplementos diários.

Também é possível distinguir os tipos de arritmias tendo como base a causa dessas.

Por exemplo, no caso de uma taquicardia é comum que estas se desenvolvam pelo exercício físico, pela tensão emocional, pelo consumo excessivo de álcool e tabaco ou pelo uso de medicamentos que contenham estimulantes, sem aconselhamento médico, como antipiréticos ou antialérgicos.

Em relação às bradicardias, estas podem desenvolver-se devido a sensações de fome e cansaço, distúrbios digestivos (com diarreia e vómitos) que podem estimular excessivamente o nervo vago. Quando este estímulo é considerável, o coração pode mesmo parar, provocando a morte. No entanto, tratam-se de situações raras.

Os sintomas mais comuns nas arritmias

arritmias mulher com falta de ar

Na maior parte das vezes, as arritmias não manifestam sintomas muito notáveis. Algumas pessoas poderão notar certas alterações nos batimentos cardíacos, mas nem sempre é caso de arritmia. No entanto, quando ocorrem, estes podem como:

  • Tonturas;
  • Desmaio;
  • Palidez;
  • Incómodo ou dor no peito;
  • Batimentos acelerados ou lentos, consoante o tipo de arritmia;
  • Falta de ar;
  • Redução da capacidade física;
  • Sudorese.

Como pode ser feito o diagnóstico de uma arritmia?

arritmias eletrocardiograma

Normalmente, apenas a descrição do doente ao seu médico é quase suficiente para este perceber e fazer um diagnóstico preliminar. De seguida é necessária a realização de alguns exames para que o diagnóstico se confirme e se determine a gravidade da arritmia.

O mais importante é perceber se as palpitações são rápidas ou lentas, regulares ou irregulares, breves ou prolongadas e se há sintomas associados. Com estas informações vai ser possível ao médico determinar o tipo de arritmia, perceber quais as principais causas e receitar o melhor tratamento para o caso em particular.

A nível mais técnico são sempre necessários alguns procedimentos que confirmem este diagnóstico.

Um deles é o exame eletrocardiograma. Este é o principal diagnóstico para detetar arritmias. Neste exame é possível obter a representação gráfica da produção de corrente elétrica a cada batimento cardíaco. Este ECG regista o ritmo durante um curto espaço de tempo, permitindo visualizar se há batimento lento, rápidos ou irregulares.

Também se pode recorrer à monitorização Holter (um ECG portátil), monitorização de arritmias esporádicas, ecocardiograma, provas de esforço e teste eletrofisiológico.

Qual o tratamento mais comum para as arritmias?

arritmias medicacao

O tratamento das arritmias é sempre feito de forma a restaurar o ritmo cardíaco normal e prevenir futuros episódios.

Recorre-se a fármacos antiarrítmicos, como os betabloqueadores (Atenolol), que são muito eficazes para suprimir taquicardias com sintomas complicados ou que provoquem risco para o doente. Por vezes a estimulação do ritmo e aplicação de choque elétrico é necessário, de forma a regular os batimentos cardíacos.

Em pessoas com arritmias inofensivas, apesar de ser um problema incomodativo, nem sempre é necessário o recurso a fármacos. Como não têm gravidade nem consequências para o bem-estar da pessoa, às vezes pequenas mudanças fazem a diferença. Como por exemplo com a substituição de alguns fármacos recorrentes ou a alteração das doses e a diminuição ou eliminação do consumo de álcool, cafeína e cigarros. Também a prática moderada de exercício pode ser benéfica.

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