Enfermeira Isabel Silva
Enfermeira Isabel Silva
04 Ago, 2017 - 16:00

Vacinação no bebé: 8 vacinas obrigatórias

Enfermeira Isabel Silva

A vacinação no bebé é de extrema importância e deve ter inicio ainda na maternidade. A prevenção de doenças é importante para a saúde atual e futura do bebé.

Vacinação no bebé: 8 vacinas obrigatórias

A partir do seu nascimento, inicia-se a vacinação no bebé. Ainda na maternidade são administradas as primeiras vacinas e partir daí segue-se uma série de vacinas de rotina e de vacinas recomendadas.

O Programa Nacional de Vacinação 2017 foi pensado e desenhado de acordo com a capacidade do bebé de produzir anticorpos ao longo do seu crescimento.

A vacinação é importante para a saúde atual e futura do bebé. Também é essencial para manter a chamada imunidade de grupo. Isto é, num grupo (escola, cidade, país…) em que todos os indivíduos sejam vacinados contra uma determinada doença, esses indivíduos não só não serão afetados por essa doença como não serão possíveis focos de contágio.

A vacinação no bebé é o meio mais eficaz de medicina preventiva. É uma das mais potentes armas de defesa contra as doenças graves e muito graves.

Todas as vacinas que constam do Programa Nacional de Vacinação 2017 são gratuitas e acessíveis a toda a população.

Objetivos da vacinação no bebé

objetivos da vacinacao no bebe

  • Proteger o indivíduo contra a doença e suas complicações;
  • Proteger a comunidade contra a transmissão da doença;
  • Reduzir o número de susceptíveis de modo a que a “imunidade de grupo” os possa proteger, conseguindo-se através de uma elevada percentagem de indivíduos vacinados;
  • Erradicar a doença.

Como funcionam as vacinas?

funcionamento das vacinas

Quando ocorre a infeção por um vírus, bactéria, ou outro agente causador de uma doença transmissível, o corpo humano reage produzindo anticorpos. Estes combatem o chamado antigénio (agente invasor) promovendo a recuperação da doença.

A maior parte destes anticorpos permanecem no nosso corpo para toda a vida evitando que apanhemos a mesma doença outra vez. A isto chama-se imunidade.

Depois de perder os anticorpos recebidos da mãe, a vacinação no bebé permite que este se mantenha imune a muitas doenças. A vacina é constituída por antigénios muito enfraquecidos de uma doença específica. Esta vacina vai despoletar uma reação no organismo, fazendo com que este produza anticorpos específicos para aquela doença. Estes anticorpos vão manter-se ativos, conferindo imunidade à doença caso o bebé seja exposto à mesma.

Quais as vacinas existentes?

vacinas existentes

Existem 8 vacinas obrigatórias, que fazem parte do Programa Nacional de Vacinação e são gratuitas e acessíveis a toda a população.

A vacinação no bebé, para além de obrigatória é essencial para prevenir doenças graves.

1. VHB

Esta vacina protege contra a Hepatite B. Esta doença é a irritação e inflamação do fígado devido à infecção pelo vírus da hepatite B. Na sua forma mais grave pode provocar cirrose e cancro hepático.

Transmite-se através do contato com fluidos genitais ou por contaminação sanguínea da mãe para o feto.

É administrada em 3 doses: ao nascimento, aos 2 e aos 6 meses.

2. Hib

A vacina Hib protege o indivíduo contra a Haemophilus influenzae tipo B. Esta bactéria propaga-se pela via aérea e é responsável por alguns tipos de meningite bacteriana, bem como algumas doenças pulmonares.

Esta vacina é administrada aos 2, 4, 6 e feito um reforço aos 18 meses de vida.

3. DTPa

Esta vacina protege da difteria, do tétano e da tosse convulsa.

A difteria é uma doença infecciosa e contagiosa devido à presença de um bacilo que afeta a garganta podendo causar dificuldades respiratórias.

O tétano é provocado pela bactéria Clostridium tetani, e entra no corpo humano quando atinge uma ferida ou arranhão. Provoca rigidez muscular e em últimas consequências pode originar o risco de asfixia.

A tosse convulsa é causada por uma bactéria que se espalha pelo ar e origina convulsões durante os acessos de tosse e vómitos e, nos casos mais graves pode originar complicações respiratórias e pneumonia.

A sua administração é feita aos 2,4 e 6 meses, seguidos de 2 reforços aos 18 meses e aos 5 anos.

Após este esquema, a vacina do tétano, Td, passa então a ser administrada aos 10, 25, 45 e 65 anos e depois, de 10 em 10 anos.

4. VIP

A VIP previne a poliomielite. A polio é uma doença provocada por um vírus que afeta o sistema nervoso e pode provocar à paralisia permanente. O indivíduo é contagiado através da ingestão de água ou alimentos contaminados.

A vacina é administrada em 3 doses aos 2, 4 e 6 meses. São feitos 2 reforços aos 18 meses e 5 anos.

5. Pn13

A Prevenar 13  é uma vacina pneumocócica. Protege contra doenças tais como: meningite (inflamação à volta do cérebro), septicémia ou bacteriémia (bactérias na corrente sanguínea), pneumonia (infecção nos pulmões) e infecções nos ouvidos, causadas por 13 tipos da bactéria Streptococcus pneumoniae.

É administrada aos 2 e 4 meses de vida do bebé com um reforço aos 18 meses.

6. MenC

Esta vacina protege as crianças da bactéria Neisseria meningitidis C, que causa  meningite em crianças até aos 4 anos. A transmissão é de pessoa para pessoa através do beijo e secreções expelidas pela tosse, fala ou espirro.

Tem apenas uma administração aos 12 meses de vida.

7. VASPR

Protege contra o sarampo, papeira (parotidite) e rubéola. Estas três doenças são muito comuns nas crianças.

O sarampo é um vírus muito infeccioso e pode provocar febre alta, erupção cutânea e mal-estar geral. Na sua forma mais grave pode dar origem a infecções respiratórias, convulsões, encefalite e danos cerebrais. Em casos muito graves, o sarampo pode levar à morte.

A papeira tem os sintomas de uma síndrome gripal. Em alguns casos, pode causar surdez permanente, meningite viral e encefalite. Pode também causar inflamação dos testículos e ovários.

A rubéola manifesta-se com uma erupção cutânea que dura poucos dias, inflamação das glândulas e dor de garganta.  Pode prejudicar a visão, o ouvido, o coração e o cérebro dos bebés no útero. Nesta situação particular, designa-se de rubéola congénita (SRC) e quando acontece no primeiro trimestre da gravidez, causa danos ao feto em 90% dos casos.

Os três vírus transmitem-se através da tosse e espirros. A vacinação contra estes vírus é feita aos 12 meses e reforçada aos 5 anos de vida.

8. HPV

É uma das últimas vacinas integrada no Plano Nacional de Vacinação. Protege indivíduos do sexo feminino do Papiloma vírus humano que está associado a cancro do colo do útero, lesões genitais pré-cancerosas e verrugas genitais externas por contágio sexual.

É administrada a mulheres entre os 10 e os 13 anos e são necessárias três doses.

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