O uso de purificadores de água é justificado nos casos em que existe possibilidade de contaminação da água doméstica, com tubulações mal conservadas ou em locais mais remotos onde não exista tratamento da água.
Com o indicador água segura a atingir os 99 % (98,69 %) pode garantir-se à população de Portugal Continental que pode beber água da torneira com confiança, conforme demonstram os dados do relatório anual da ERSAR sobre o “Controlo da Qualidade da Água para Consumo Humano” referente ao ano de 2016.
De facto, o indicador água segura na ordem dos 99 % confirma a excelente qualidade da água para consumo humano em Portugal Continental, colocando-nos ao nível dos países mais desenvolvidos da Europa Ocidental.
ERSAR ALERTA PARA O USO INDEVIDO DE PURIFICADORES DE ÁGUA
Em nota enviada à imprensa, a Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR) alerta para o uso indevido de purificadores de água.
Em Portugal, os resultados do controlo efetuado à qualidade da água da torneira garantem uma elevada segurança na proteção da saúde humana.
O indicador de água segura em Portugal é atualmente de 99%. Estes resultados reforçam a ideia que não existe qualquer justificação para os consumidores adquirirem e instalarem sistemas de tratamento doméstico de água, vulgo purificadores, quando são abastecidos pela rede pública de abastecimento.
No entanto, tem-se verificado nos últimos anos que algumas empresas tentam comercializar purificadores de água recorrendo a uma experiência enganadora e tentando assim convencer os consumidores da necessidade de tratamento adicional da água da torneira.
Como as empresas justificam a importância da compra?
Uma das demonstrações frequentemente realizadas é a eletrólise da água da torneira, na qual os sais minerais e compostos que existem na água são separados através da corrente elétrica, acumulando-se nos elétrodos colocados dentro da água. A acumulação destes compostos e sais minerais nos elétrodos forma uma película visível, devido à separação dos diferentes elementos químicos naturalmente presentes na água destinada ao consumo humano.
A segunda parte da demonstração consiste, regra geral, em realizar o mesmo procedimento na água filtrada pelo “purificador” que se pretende comercializar. Esses aparelhos recorrem a processos de osmose inversa ou de permuta iónica onde os sais minerais presentes na água são retidos, pelo que quando ocorre a eletrólise dessa água não se forma a referida película.
Nessas demonstrações pretende-se, por vezes, levar o consumidor a acreditar que a água que chega a sua casa pela rede pública tem uma má qualidade.
Na verdade, a osmose inversa, ao eliminar os sais minerais dissolvidos na água, transforma uma água mineralizada e equilibrada no equivalente a água destilada, como a utilizada, por exemplo, no ferro de engomar. Na realidade, estes equipamentos produzem uma água de composição mineral desequilibrada e que em nada ajuda na proteção da saúde humana.
A ERSAR reafirma que não há necessidade de efetuar tratamentos adicionais à água da rede pública de abastecimento e aconselha os consumidores a informarem-se junto da ERSAR, das entidades distribuidoras de água e das autoridades de saúde antes de adquirirem estes equipamentos.
QUANDO DEVEMOS RECORRER AOS PURIFICADORES DA ÁGUA?
Especialistas indicam que a água tratada pelo sistema de abastecimento em grandes cidades, em geral, tem boa qualidade, sendo o purificador de água ideal, por exemplo, para moradores de áreas que fazem uso de poços artesanais ou que tenham contaminação na rede até o domicílio, como em situações de enchentes e vazamentos contínuos.
SERÁ BENÉFICA PARA A SAÚDE A ÁGUA PURIFICADA?
No próprio site da ERSAR a denúncia é clara: esta água purificada não é aconselhada para consumo regular, pois é muito pobre em elementos benéficos e fundamentais como sais minerais e sobretudo cálcio que previne a osteoporose. O purificador é apropriado para água sem qualidade, inquinada, salgada, etc. A sua água purificada é apropriada para ferros de engomar, radiadores, máquinas de café, consultórios médicos, etc, pois é muito similar a água destilada.
A água desmineralizada ou pouco mineralizada, na ausência de luz ou falta substancial de minerais essenciais, não é considerada a água ideal e, portanto, seu consumo regular e a longo prazo pode não estar a fornecer os níveis adequados de alguns nutrientes benéficos. Numa fase mais tardia, com a continuação da ingestão de água desmineralizada ou purificada, podem surgir problemas de saúde importantes, principalmente nas crianças.