Sofia Martins
Sofia Martins
28 Out, 2016 - 16:43

Indução do trabalho de parto: razões, técnicas e riscos associados

Sofia Martins

A indução do trabalho de parto é uma forma de provocar o parto artificialmente. Saiba quais os riscos, as razões e as técnicas utilizadas.

Indução do trabalho de parto: razões, técnicas e riscos associados

A indução do trabalho de parto tem como objetivo antecipar o trabalho de parto e poderá ser motivada por diversas razões.

Uma vez que implica alguns riscos, a indução deverá ser bem fundamentada e só no caso de não haver alternativa e da saúde da mãe ou do bebé poderem estar em risco é que deve ser levada a cabo.

O parto induzido consiste na administração de medicamentos, com o objectivo de estimular o colo do útero para que este comece a dilatar e assim permitir a passagem do bebé pelo canal vaginal.

4 Razões para a indução do trabalho de parto

diabetes na gravidez

1. Insuficiência placentária

A placenta é o órgão que leva o oxigénio para a corrente sanguínea do bebé, retira o monóxido de carbono, leva nutrientes para o bebé e permite a transferência de resíduos para serem eliminados pelo corpo da mãe.

Para além disso, a placenta também protege o bebé de infeções e bactérias.

No caso de haver uma insuficiência placentária, a saúde do bebé poderá estar em risco, pelo que a indução do trabalho de parto é decisiva.

2. Hipertensão, pré-eclampsia, doença cardíaca ou diabetes

Uma grávida com os problemas de saúde referidos, para além de ter um acompanhamento mais rigoroso do que uma grávida saudável, terá de ter um parto induzido, para que todo o processo se desenvolva de forma controlada, diminuindo assim a probabilidade de riscos no parto.

3. Rompimento das membranas do saco amniótico

A rutura das águas pode dar-se em qualquer fase do parto. No caso de haver um rompimento das membranas e do parto natural não se verificar nas 24h a 48h seguintes, a indução do trabalho de parto é aconselhada, de forma a não colocar em risco a saúde da mãe ou do bebé.

4. Gravidez pós-termo

Se a gravidez se prolongou para além das 42 semanas, o médico poderá aconselhar de imediato a indução do trabalho de parto ou, em casos de haver história materna pessoal ou familiar de gestação superior à média (43 ou 44 semanas), o médico poderá deixar passar mais duas semanas.

No entanto, de forma geral, o comum será no final das 42 semanas o parto ser induzido, pois a pós-maturidade e a possível insuficiência placentária irão colocar em risco a saúde do bebé.

3 Técnicas utilizadas na indução do trabalho de parto

inducao do parto

1. Pessários de prostaglandina

Um dos métodos utilizados para induzir o trabalho de parto é o recurso a pessários de prostaglandina, que afetam o útero e o levam a entrar em trabalho de parto. Introduzem-se pessários na vagina durante a noite e pela manhã a mulher já deve entrar em trabalho de parto.

Este método é muito confortável pois permite que a grávida consiga andar à vontade pelo quarto do hospital.

2. Rutura artificial das membranas (RAM)

Este método costuma ser acompanhado por soro de oxitocina e implica a utilização de um instrumento semelhante a uma agulha de croché. Faz-se um pequeno orifício nas membranas para a rutura das águas.

Desde que o útero ja esteja a contrair na altura em que a RAM é executada, o parto terá lugar pouco tempo depois.

3. Injeção de ocitocina

A ocitocina é uma hormona que estimula as contrações do colo do útero e a sua forma sintética é utilizada para a indução do trabalho de parto.

As contrações provocadas por ocitocina costumam ser mais fortes, mais longas e mais dolorosas do que as normais.

Também o período de relaxamento entre contrações costuma ser mais curto.

No caso de ter de induzir o trabalho de parto, a grávida deve ter sempre em conta que esta é uma opção que os médicos só utilizam em caso de necessidade e, de forma, a manter saudáveis tanto a mãe como o bebé.

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