Farmacêutica Cátia Rocha
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02 Out, 2019 - 14:25

Hérnia crural: causas, sintomas e tratamento

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A hérnia crural caracteriza-se pela exteriorização de tecido intra-abdominal numa zona de fraqueza muscular, normalmente próximo da zona da virilha.

Hérnia crural: causas, sintomas e tratamento

A incidência da hérnia crural ou hérnia femoral aumenta com a idade devido à atrofia muscular própria do envelhecimento, que acarreta uma fraqueza dos mecanismos musculares de barreira à formação de hérnias.

Hérnia Crural: causas e fatores de risco

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Qualquer condição que aumente a pressão intra-abdominal pode contribuir para o aparecimento e a progressão duma hérnia. Tais como:

Estas são algumas das condições implicadas no aparecimento de hérnia crural. Já os fatores de risco associados a esta patologia são:

  • Ascite decorrente de cirrose;
  • Insuficiência cardíaca ou nefropatia (doença renal);
  • Diálise peritoneal;
  • Gravidez;
  • Tumores intra-abdominais, sobretudo pélvicos.

Sinais e sintomas da hérnia crural

Os sintomas clássicos são dor e inchaço na zona da virilha. No entanto, por norma, as hérnias femorais/crurais são assintomáticas até que ocorra encarceramento ou estrangulamento.

O encarceramento reduz o fluxo sanguíneo do segmento afetado. Quando o fluxo sanguíneo está completamente interrompido, estamos perante uma hérnia estrangulada que, se não for tratada, causará morte dos tecidos, com infeção que se estende a todo o abdómen e que pode ser fatal.

Dor abdominal tipo cólica e sinais de oclusão intestinal são, frequentemente, as manifestações iniciais duma hérnia crural estrangulada.

Tratamento da hérnia crural

hernia crural medicos em cirurgia

O tratamento da hérnia crural é estabelecido pelo médico assistente e depende do tamanho da hérnia e do desconforto sentido pelo doente.

Se a hérnia for pequena e causar pouco desconforto, o mais aconselhado é uma monitorização cuidada com avaliação de aumento da hérnia ou aparecimento de outros sintomas.

O único tratamento de cura é cirúrgico e realizado rapidamente de forma a prevenir um estrangulamento ou, em urgência, se o estrangulamento for de facto constatado.

Relativamente à cirurgia, esta pode passar por uma abordagem tradicional, que consiste numa incisão aberta, redução de hérnia e reposicionamento. Mesmo depois de anos, há a possibilidade de deslocamento e migração.

A cirurgia para a hérnia crural laparoscópica ou, melhor ainda, a robótica permite:

  • Reparação do defeito da parede por dentro com incisões de 3 mm e vista das estruturas anatómicas com fibra ótica;
  • Recuperação rápida;
  • Incisões cutâneas inguinais pequenas e mais estéticas que as convencionais.

Outra vantagem da cirurgia minimamente invasiva para a hérnia crural é que o ramo nervoso do nervo genito-femoral não é movimentado durante a cirurgia e, portanto, não há risco de o danificar.

Por norma, ambas as cirurgias, não requerem um tempo de internamento longo, sendo que no próprio dia ou no seguinte é dada alta médica.

Hérnia crural: riscos associados à cirurgia

A correção da hérnia crural é uma operação de rotina, realizada diariamente e que tem poucos riscos. Além disso, o número de casos de hérnias que retornam após a cirurgia é pequeno.

No entanto, algumas complicações, ainda que pouco comuns, incluem:

  • Desenvolvimento de um nódulo sobre a ferida;
  • Dificuldade em urinar;
  • Lesão ou estreitamento da veia femoral (que passa pelo canal femoral);
  • Lesão no intestino;
  • Lesão nos nervos, causando dor ou dormência na região da virilha.

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