Farmacêutica Cátia Rocha
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24 Jul, 2017 - 16:11

Gonorreia – Uma doença sexualmente transmissível

Farmacêutica Cátia Rocha

Qualquer pessoa que sexualmente ativa pode estar em risco de contrair gonorreia. Pode causar complicações muito graves quando não tratada, mas pode ser curada.

Gonorreia - Uma doença sexualmente transmissível

A gonorreia é uma doença sexualmente transmissível causada por uma infeção pela bactéria Neisseria gonorrhoeae. Esta bactéria tende a infetar áreas quentes e húmidas do corpo, incluindo:

  • Uretra (canal condutor da urina, que parte da bexiga e termina na superfície exterior do corpo, no pénis ou vulva);
  • Olhos;
  • Garganta;
  • Vagina;
  • Ânus;
  • Trato reprodutivo feminino (trompas de Falópio, colo do útero ou útero)

A gonorreia passa de pessoa para pessoa através de relações sexuais desprotegidas por via oral, anal ou vaginal. As pessoas com vários parceiros sexuais ou aquelas que não usam um preservativo estão em maior risco de contrair a infeção.

QUAIS SÃO OS SINTOMAS DA GONORREIA?

Os sintomas geralmente ocorrem dentro de 2 a 14 dias após a exposição. No entanto, algumas pessoas infetadas com gonorreia nunca desenvolvem sintomas visíveis.

É importante lembrar que uma pessoa com gonorreia que não desenvolve sintomas, também chamada de portadora assintomática é, ainda assim, contagiosa.

Sintomas nos homens

sintomas da gonorreia no homem

Normalmente, a infecção começa a mostrar sintomas uma semana após a transmissão. O primeiro sintoma notável nos homens é muitas vezes uma sensação ardente ou dolorosa durante a micção (ao urinar). À medida que o tempo avança, outros sintomas podem incluir:

  • Maior frequência ou urgência de urinar;
  • Uma descarga sob a forma pus (ou gotejamento) do pénis (branco, amarelado ou esverdeado)
  • Inchaço ou vermelhidão no pénis;
  • Inchaço ou dor nos testículos;
  • Uma persistente dor de garganta.

A infecção permanecerá no corpo por algumas semanas após os sintomas terem sido tratados. Em casos raros, a gonorreia pode continuar a causar danos no corpo, especificamente na uretra e os testículos. A dor pode também espalhar-se para o reto.

Sintomas nas mulheres

sintomas da gonorreia na mulher

Quando as mulheres desenvolvem sintomas, tendem a ser leves ou semelhantes a outras infeções, tornando-os mais difíceis de identificar. As infeções por gonorreia podem ter sintomas muito semelhantes à candidíase ou infecção bacteriana.

Os sintomas incluem:

  • Corrimento aquoso, cremoso ou esverdeado;
  • Dor ou sensação de queimação ao urinar;
  • Necessidade de urinar com mais frequência;
  • Dor de garganta;
  • Dor após relações sexuais;
  • Dor aguda no abdómen inferior;
  • Febre.

QUAIS SÃO AS COMPLICAÇÕES DA GONORREIA NÃO DIAGNOSTICADA E TRATADA?

complicacoes da gonorreia

As mulheres correm maior risco de complicações a longo prazo.

A infecção por gonorreia não tratada nas mulheres pode ascender no trato reprodutivo feminino e envolver o útero, trompas de Falópio e ovários. Esta condição é conhecida como doença inflamatória pélvica e pode causar dor grave e crónica e danificar os órgãos reprodutores femininos.

As mulheres também podem desenvolver bloqueio ou cicatrização das trompas de Falópio, o que pode prevenir uma gravidez futura ou causar gravidez ectópica (quando um óvulo fertilizado é implantado fora do útero). A infecção por gonorreia pode ser transmitida para o bebé durante o parto.

Nos homens, a gonorreia não tratada pode desenvolver um abscesso doloroso no interior do pénis. A infecção pode ainda causar baixa fertilidade ou esterilidade.

QUAL O TRATAMENTO DA GONORREIA?

tratamento da gonorreia

A gonorreia geralmente é tratada com ceftriaxona (antibiótico injetável) e/ou azitromicina por via oral. Uma vez em antibióticos, você deve sentir alívio dentro de alguns dias.

O aparecimento de microrganismos resistentes aos antibióticos é um desafio crescente. Estes casos podem exigir um tratamento mais extenso, com uma duração de 7 dias com um antibiótico oral ou terapia dupla com dois antibióticos diferentes. Os antibióticos utilizados para terapia prolongada geralmente são administrados uma ou duas vezes por dia.

Atualmente ainda não existe vacina com uma ação preventiva.

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